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UESLEI MARCELINO / REUTERS
Membro do MTST em protesto em Brasília..
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“Uma das principais funções da democracia é a
proteção dos direitos humanos fundamentais, como as liberdades de expressão, de
religião, a proteção legal, e as oportunidades de participação na vida
política, econômica, e cultural da sociedade. Os cidadãos tem os direitos
expressos, e os deveres de participar no sistema político que vai proteger seus
direitos e sua liberdade.”
Não vou discutir a Greve, que acredito ser justa. Não vou
discutir, e vou acabar discutindo, os projetos de reforma da previdência,
trabalhista e política. Não vou discutir democracia. Pretendo discutir a forma
ditatorial como grupos querem impor suas ideias, suas ideologias.
Fui favorável à greve geral, ainda que dela não pudesse
participar por dever de ofício, sou jornalista e tenho a função de informar a
população a respeito da repercussão de suas manifestações. Assim como, por
dever de ofício, não pude estagnar minhas obrigações, também não entendo como
setores fundamentais, como a saúde e a segurança, se privaram de exercerem suas
funções. Se é pelo bem da população, por que a população pode ser impedida do
socorro às suas necessidades.
Vivemos numa claudicante Democracia. Recente demais, senão
vejamos: Tivemos proclamada uma República - que destronou o 2º Estadista
brasileiro, Dom Pedro II - o primeiro foi Pedro I – em 1889; inauguramos uma
República “forma
de governo em
que o Chefe de Estado é eleito pelos representantes dos cidadãos ou pelos
próprios cidadãos, e exerce a sua função durante um tempo limitado” sem a
participação popular, senão apenas um grupo que colocou um marechal febril
sobre um cavalo, como se fosse uma tocha olímpica a percorrer uma praça do Rio
de Janeiro, então sede do Império.
Depois a República velha, cheia de vícios e
impedimentos para que a população menos favorecida (politicamente correto), na
verdade os pobres, pudessem se expressar, por voto ou outras formas. Enfim veio
o Getulismo, pai dos pobres e personalidade ambígua, que se firmou entre o
apelo popular e a ditadura. Controverso, amado e odiado, mas o terceiro grande
estadista brasileiro.
Derrotado entre seus próprios erros e por
intermédio de seus inimigos – parte disso (é “disso” mesmo, querendo dizer
coisa e não cidadãos) o Brasil assistiu outro período de objetos quase inanimados
que gerenciavam a nação.
Então, o quarto estadista, Juscelino Kubistchek,
sucedido pelo histriônico Jânio Quadros que, acreditando-se Deus, pretendeu reviver
Getúlio que retornava – mesmo que ditatorialmente – nos braços do povo. Deu no
que deu, um presidente fraco e inconsistente, elo entre a democracia e o golpe
civil que colocou os militares no poder permitindo a manipulação dos que não
afeitos aos vícios políticos. Imagem
manchada dos militares e controle absoluto dos políticos profissionais no que
tem de mais pernicioso isso.
Enfim a abertura lenta, gradual e segura de
Figueiredo e o quinto estadista. Fernando Henrique Cardoso, sucessor de Itamar
Franco – vamos evitar mencionar Fernando Color de Mello – e o Plano Real que
estabilizou a economia de uma Nação.
Daí
vem...
Todo um período de nova escuridão. Ainda que o governo de
Luiz Inácio Lula da Silva tenha resgatado a classe pobre, com ações sociais
iniciadas no período FHC e ampliadas. É bom lembrar que esse mesmo partido que “tomou
conta do poder” não assinou (não foram signatários) da Constituinte de 88, mas
pretende se valer dela e a conspurcou com o imenso crescimento da corrupção
exercida pelos seus líderes.
Greves, uma
disfarçada ditadura
Em um salto no tempo, vamos nos ater à greve geral de ontem
(28) e suas consequências para a democracia, o direito de ir e vir.
Lutar pelo direito democrático dos cidadãos implica em
respeitar o direito desses mesmos cidadãos em discordarem. Ações como as
ocorridas nessas manifestações coloca 70% da população - notoriamente não
adeptas da ideologia esquerdista – contra princípios que, até seriam benéficos
para essa mesma parcela de cidadãos.
Não posso e não devo, numa democracia, obrigar a que todos
concordem com meus princípios.
Tiro no pé
Dar um tiro no pé, ou socar ponta de faca é a plena
estupidez de radicais. A massa supra esquerdista não sintonizou que ações põem
a perder boas intenções. A esquerda
radical acabou com a validade da manifestação.
Impedir de forma violenta, evitar de todas as formas o
contraditório denigre a própria imagem da democracia. Qual é, enfim, a diferença
entre as Ditaduras de esquerda e direita? Aliás, isso não é tão antigo que
deveria já estar morto e enterrado?
Eu promovo uma manifestação cívica e democrática, mas não
aceito, de forma alguma, que você não coadune, ou participe, das minhas
ideias...
Os grupos mataram, no nascedouro, a manifestação contra esse
corja de políticos (??? Difícil falar de política com esses nossos “representantes”).
Não há de se negar que a Previdência deve ser alterada, a
começar pela cobrança e execução das diversas empresas e entidades que devem ao
INSS e são as maiores responsáveis pelo rombo da Previdência. Também não se
pode negar os descaminhos da legislação trabalhista a ser aprovada, mas...
Desde que trabalho com jornalismo acompanho as “esquerdas”
lutando contra uma legislação de 1943 baseada na Carta Del Lavoro de Mussolini.
Agora, estarrecido, vejo essa mesma esquerda defendendo a CLT. Quero pensa que
o mundo avançou, as tecnologias de hoje eram impensadas na década de 1940 do
século passado. Nossas mentes, nossos modos e costumes foram alterados – para o
bem e para o mal – com tantas e tamanhas evoluções, bem caracterizadas com os movimentos
de 1968...
Mas nossas cores não mudaram, ainda que não se comprove
justificativas plausíveis que defendam regimes teoricamente perfeitos, mas
praticamente possíveis e plausíveis.
Impedir que outras pessoas, eleitores com peso tamanho e
igual aos seus companheiros de ideologias, exerçam seu direito de discordarem,
não é, absolutamente, democrático.
Pior, agredir antes de contrapor por argumentos, menos
ainda.
A esquerda, representada por tantos partidos de ideologias
irreais e insanas, dá apenas um tiro no pé. Desconstrói ideias boas, provoca
uma ira contra os próprios argumentos, valida as ideias tortas.
Quem, afinal, lhes atribuiu a onipresença, onisciência e
onipotência?
A manifestação seria justa e necessária, a arrogância dos
esquerdopatas e suas sandices violentas deu a força contrária e necessária para
os meliantes que roubam uma nação.
Parcela desconsiderável jogou nossa democracia no lixo.
Queremos nossos direito, lutamos por nossos direitos, mas
não desejamos, em momento algum, essa sua companhia, esquerda insana.