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Imagem: diarioverde.com |
Dos cortiços às favelas a imagem que sempre se fez presente
neste universo é o a da violência e do banditismo. Foi longo e penoso o caminho
percorrido até que a percepção correta, ou seja, que a grande e maior parcela
dos corticeiros e favelados eram trabalhadores, crias do ‘capitalismo selvagem’
seletivo e excludente.
E a sanha contra o estereotipo criado foi tanta e cria de
tantas leis protecionistas que, parece, rompeu a linha do bom-senso.
Desvalidos? Sim. Responsáveis? Também.
Assim como a maioria dos corticeiros e favelados
estigmatizados de antes, toda uma maior parte da população sofre excluída das
conquistas sociais, pior, do direito até de alimentação, que dirá, então,
educação, saúde, lazer. Mas se esse contingente enveredasse para a bandidagem
como forma de revide ou alternativa para suprir suas necessidades vitais,
sociais e psicológicas, o que teríamos?
Não justifica, então, tamanha proteção por parte daqueles
que se autointitulam defensores dos direitos humanos, distantes da exata noção
destes direitos, alheios a qualquer conhecimento que permitam embasamento de
suas teses. Talvez algo justifique porcentagem tão pequena de ‘menos
favorecidos’ que enveredam e trilham a senda do banditismo, da marginalidade
agressiva e covarde, qualquer tese que explique a violência, quase sempre,
gratuita e animalesca.
Ação gera reação e esta reação não cabe ao cidadão, cabe a
ele, sim, exigir ações ao poder público.
Pobreza deve ser combatida com ações sociais concentradas e
desenvolvidas a curto, médio e longo prazos.
Banditismo se combate com reação de igual força. De outra
forma todos seremos reféns.
Enxergar a marginalidade agressiva, agressora e sociopata
que, por não ter leis ou limites, impõe o terror e destroem vidas, famílias e
colocam toda a sociedade sob o domínio do medo, como vítimas de uma sociedade
que os excluiu, deseducou e desamparou é jogar na vala comum e estigmatizar
todos os estudantes, donas de casa e trabalhadores e trabalhadoras das classes
D e E. É estigmatizá-los.
E a classe ‘menos favorecida’ será sempre a mais atingida
quando, por falta de limites dos que se arvoram defensores e lucram prestígio e
auferem lucros com essa posição.
Sistema prisional mais humano, que permita a
ressocialização; leis aplicadas com igual rigor e direito de defesa amplo para
todo o cidadão; busca constante e sistemática contra as diferenças sociais, são
ações que devem sair dos artigos científicos e postas em prática para que, em
algum tempo tenhamos uma sociedade mais justa, igualitária e que goze de paz
social. Mas, a curto prazo, que a maioria da população possa ter, se não a paz,
alguma sensação de segurança. Que para isso se use a força. Que toda ação gera
uma reação e que a cada ato nosso corresponde a responsabilidade de assumir
este ato e suas consequências é conhecido de todos os mentalmente sãos,
independe pois de escolaridade ou posição na escala social.
Um comentário:
Excelente artigo! Parabéns pela maneira como colocou o que está entalado na garganta de todo brasileiro. Essa tal comissão de direitos humanos já vem extrapolando há muito tempo. Realmente se faz necessária ação eficaz do governo no combate ´`a violência,ao invés de apenas buscar teorias que a explique.
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