Dirci
Borelli Marquart, brasileira e empresária na cidade de Washington, D.C. é
fundadora da Mission Serv, entidade de ajuda internacional que atua em diversos
países e, por seus laços culturais e afetivos, de forma especial no Brasil. O
projeto humanitário que teve início com assistência médica, odontológica e
oftalmológica, hoje constrói imóvel de uso comunitário ao mesmo tempo em que
fornece equipamentos e treinamento para as comunidades no projeto chamado Factories of Hope (Fábricas da Esperança).
Com a criação da Stone Art Galery, empresa que negocia
pedras-granito brasileiras em Washington, seus proprietários desejaram realizar
uma obra social paralela, mesmo que o trabalho na empresa beneficiasse comunidades
brasileiras de onde eram adquiridos o granito. Tínhamos a clareza de que
deveríamos deixar algo de valor para a população da região, e começamos a
montar expedições voluntárias de pessoas que desejavam fazer turismo de cunho
social.
Artigos em revistas e jornais norte-americanos, questionando
os motivos de as agências de turismo terem problemas em trazer pessoas ao
Brasil, para o turismo de lazer, e esse grupo levar voluntários, que pagam suas
próprias passagens e estadia, e disponibilizam duas semanas de seus tempos para
ajudar comunidades carentes. São voluntários que gastam em torno de US$ 2 mil,
numa missão voluntária, e que ajudam no nosso sistema de construção, auxiliando
no carregamento de carrinhos de mão com areia, na mistura de massa.
Os primeiros trabalhos foram na área da saúde pela
facilidade em se conseguir profissionais que se dispunham a dedicar 15 dias de
suas férias nesse trabalho. No Maranhão erradicaram o problema de fissura
labiopalatal (lábio leporino ou fenda palatina) e depois procederam tratamento
de queimados e outras cirurgias sem grande complexidade e trabalhos oftálmicos
e odontológicos.
Mas cresceram os pedidos de advogados, donas de casa,
professores, para participarem com qualquer trabalho que pudessem realizar. O
leque se abriu, pesquisaram por anos em vários países tecnologias de construção
populares, até que conseguiram uma para a preparação do tijolo verde, ou tijolo
ecológico. Moem restos de construção, fazem os tijolos e constroem.
Estão capacitados, por exemplo, para construir um espaço
para 120 cadeiras, em sete dias, criando um impacto na comunidade ao ver a
solução concretizada. “Porque eles ajudam não apenas carregando material para o
pedreiro local trabalhar. E nesse processo, ensinam. Nesse projeto nós
treinamos pessoas que nunca trabalharam com construção, e passam a fazer parte
do grupo que passa a construir diversos imóveis necessários à comunidade ou
mesmo habitações em regime de mutirão.”
Esta semana uma equipe de TV da Califórnia, produtora do
programa The Quiet Hour (A Hora Tranquila) une seus voluntários aos da MIssion
Serv e faz um documentário em João Pessoa (PB), sobre as técnicas de
construção.
E o projeto cresce
Estivemos
recentemente em Dublin (Irlanda) para uma reunião de investidores que se
interessam na área social. Não é gente que dá dinheiro, é gente que empresta
dinheiro, mas eles querem, além do lucro, a geração de melhoria de qualidade de
vida para as comunidades. Eles se chamam EVPA – European Venture Philanthropy
Association,. Desta reunião nós tivemos dois grupos altamente interessados no
nosso programa Factories of Hope. O Habitat for Humanity (Habitação para a
Humanidade) e a Siemens que está abrindo um escritório no Chile para atender a
área social na América Latina, e a diretora da Alemanha pediu que nós
colocássemos no sistema deles o nosso programa, para competir a nível mundial
em formas criativas de treinar a comunidades que sejam autossustentáveis.
Como funciona
O programa consiste em enviar um kit completo dos
equipamentos acompanhado pelos voluntários que irão trabalhar e ensinar seu
uso. Ao final da obra construída e os moradores treinados, deixam os
equipamentos.
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