Os
vereadores de Campo Grande, em sua maioria, permanecem na sua toada de tanger
do poder o prefeito Alcides Bernal, e pouco trabalho têm apresentado que justifique
sua condição de legisladores eleitos pela população para que os representem com
trabalhos voltados para o desenvolvimento social. Quando têm a oportunidade de
realizar um trabalho efetivo, aguardam por instruções de seus mandatários. Prova
clara e inconteste disso é a dificuldade encontrada pela vereadora Luiza
Ribeiro (PPS) em conseguir dez assinaturas para a instalação de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigue os desmandos do Hospital do
Câncer, cuja direção está
sendo investigada pela "Operação Sangue Frio" da Polícia Federal, e
foi destituída após denúncias do Ministério Público Federal de um esquema de
desvio de recursos do SUS.
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Vereadora Luiza Ribeiro, autora do pedido de CPI |
Fundamentada no art. 33, § 3º da Lei Orgânica do Município, a vereadora Luiza Ribeiro solicitou, nesta quinta-feira
(21), instauração da CPI para investigar os desvios de recursos públicos da
saúde, pela direção do Hospital do Câncer Prof. Dr. Alberto Abrão e Hospital
Universitário. Até o momento assinaram Zeca do PT, Chocolate e Cazuza (PP), Eduardo
Romero (PTdoB) e Paulo Pedra (PDT). Os vereadores Chiquinho Teles (PSD), Alceu
Bueno (PSL) e Gilmar Néri (PRB) chegaram a assinar o documento, mas retiraram
seus nomes para “discutir melhor o assunto”.
A CPI pretende apurar irregularidades
na aplicação dos recursos, em especial no contrato para a prestação de serviços
de quimioterapia e radioterapia com a empresa Neorad (Saffar & Siufi) dos
sócios Adalberto Siufi e Issamir Farias Saffar, vigente desde 2004. Este
contrato, segundo o Ministério Público Estadual (MPE), burlou decisão do
Conselho Curador da Fundação, de 2012 que rescindiu o contrato. Todavia, em
2013, o MPE constatou que os diretores constituíram outra empresa, mantendo os
mesmos serviços com o hospital. Os contratos têm o agravante de prever pagamento
do valor estipulado pelo SUS, mais o acréscimo de 70% para os procedimentos.
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Dr. Alberto Siufi |
Outros fatos apurados durante as investigações mostraram
que a Elétrica Zan, de propriedade do diretor do Hospital do Câncer, Blener Zan
e seus familiares, é fornecedora exclusiva e sem licitação de materiais
elétricos, e que havia recebimento de recursos por tratamento de paciente
já falecido e cirurgias cobradas com valores diferentes dos efetivamente
realizados.
Luiza Ribeiro também encaminhou pedido para “uso da
palavra livre” no dia 26 de março, pelo representante do Conselho Curador da
Fundação Carmem Prudente, mantenedora do Hospital do Câncer Prof. Dr. Alfredo
Abrão, informar sobre as ilegalidades constatadas pelo Ministério Público
Estadual e pela Polícia Federal na aplicação de recursos públicos da saúde, que
culminou em procedimentos judiciais cíveis e criminais.
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