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segunda-feira, 6 de maio de 2013

G6 permite governabilidade a Bernal

Vereador Paulo Pedra (PDT)

O “Grupo dos Seis” ou G6 como é chamado, capitaneado pelo vereador Paulo Pedra (PDT) e composto por Carlão (PSB), Alceu Bueno (PSL), Edson Shimabokuru (PTB), Dr. Jamal (PR) e Paulo Siufi (PMDB) tornou-se o fiel da balança entre a governabilidade, ou não, de nossa Capital.

Lendo o recado das urnas, atentou que a população exige e sinaliza para uma urgente mudança de postura, onde as suas necessidades sejam prioridades, invertendo a lógica mantida até a abertura das urnas em outubro de 2012, quando o grupo governava visando seus interesses.

“Estendemos os braços para que Bernal possa governar, agora nada o impede, mas mantemos a nossa posição de independência e votaremos apenas o que beneficiar a população.” Assim, o grupo pretende que o Legislativo conquiste e mostre ao cidadão que é, de fato, um poder independente.

  
De mãos estendidas para receber os projetos

Paulo Pedra e jornalista Dirceu Martins
Articulador do “Grupo dos Seis” ou G6 como é chamado, o vereador pelo PDT, Paulo Pedra, nos concedeu entrevista exclusiva onde conta como e por quais motivos nasceu o grupo e quais seus ideais.

Com a experiência adquirida em diversas legislaturas e profundo leitor dos recados enviados pelos eleitores em cada pleito, soube antecipar a necessidade da mudança que está exigida pela população.

Formou não o maior, mas o mais forte grupo do legislativo. Fiel da balança em todas as votações indica uma bem-vinda independência do Poder Legislativo que, longe das amarras, terá sua atenção e trabalho voltados para o benefício do desenvolvimento econômico e social de Campo Grande.

ENTREVISTA

Dirceu Martins: A questão que movimenta a política, hoje, é a criação do G6, grupo de seis vereadores pluripartidários que se declaram uma bancada independente, e que pode se transformar em G8 ou G9. Como isto está se formalizando e quais os vereadores que ainda podem vir a compor esta bancada?

Paulo Pedra: O G6 tem objetivos bem definidos, que são atender o governo no que for necessário e que venha a beneficiar o município e, por consequência sua população. Atender o Bernal naquilo que for necessário.

Martins: Permitir a governabilidade?

Paulo Pedra: Sim. Imagine o Congresso Nacional brigando com a [presidenta] Dilma, todos os dias. O Brasil para. O G6 vai fazer críticas construtivas ao Bernal, isso não significa que nós somos situação. Nós estamos de mãos estendidas para receber os projetos e discutir de maneira republicana. Discutir, fazer emendas, o que for bom vamos aprovar, o que nós acharmos que deve melhorar, vamos melhorar. O que não poderia continuar é aquela situação de o Bernal ficar com nove e ter vinte contra. Nós sentimos que a população não estava aprovando isso.

Martins: Esse foi o nascedouro do G6?

Paulo Pedra: Começamos a conversar eu, o Carlão (PSB) e o Shimabokuru (PTB), que somos de bancadas individuais. O Alceu Bueno (PSL) se propôs a conversar sobre a sua entrada. Nós estamos conversando desde fevereiro para montar um bloco que, até então, seria de quatro vereadores, não é uma atitude imediatista. O Paulo Siufi (PMDB) nos procurou e ofereceu seu nome para compor, assegurando que não haveria problemas para ele dentro de seu partido, no que foi acompanhando pelo Dr. Jamal (PR). Estava composto o grupo dos seis para discutir Campo Grande. Conversei com o Bernal e lhe relatei os objetivos do grupo.

Martins: É um grupo que se fortifica ao atuar como fiel da balança?

Paulo Pedra: Para ele que tem nove vereadores na base, este grupo de seis significa “uma maioria” quando soma quinze. Isso não significa que nós vamos votar constantemente com o Bernal. Significa que estamos abertos para uma discussão com o prefeito.

Martins: Pesou o fato de que a saúde, por exemplo, tenha chegado a uma situação ruim ou péssima na administração Nelsinho Trad, sem que o legislativo tivesse questionado ou analisado de forma mais criteriosa as ações? É uma forma de mostrar serviço à população e, de alguma forma, se penitenciar pelos erros passados?

Paulo Pedra: O Nelsinho tinha uma base muito forte, que aprovava tudo. Nós entendemos que nestas últimas eleições a população reprovou isso. A eleição do Bernal significou uma revolução silenciosa da população. Foi claro o recado das urnas: Nós não estamos satisfeitos com a política que este grupo está fazendo.

E, por quê? Porque a população viu que, principalmente a saúde não estava bem. Eu denunciei o software da saúde. Fiz diversas denúncias na Câmara. Agora, o Bernal assume a administração que tem problemas tão graves na saúde, nós queremos saber quais foram as irregularidades; eu e o Zeca do PT estamos solicitando que nos informem. Ele tem que remeter para a Câmara, para nós tomarmos as devidas providências.

Martins: Não seria a função da CPI proposta pela vereadora Luiza Ribeiro?

Paulo Pedra: Se necessário, ainda podemos instalar uma CPI. É cabível. Ou, ainda, que ele denuncie ao Ministério Público.

Martins: E porque não foi aprovada a CPI?

Paulo Pedra: O que houve, é que a CPI era para investigar o Hospital do Câncer e o Hospital Universitário. Se resolveu o problema do Hospital do Câncer, entre aspas, mudou-se a diretoria. Entrou uma diretoria nova, uma junta interventora com pessoas que não estavam contentes com o que estava acontecendo administrativamente no Hospital. Então a resposta já foi dada. O Ministério Público está fazendo a sua parte. Então não era uma CPI da Saúde, era do Hospital do Câncer.

Você faz uma CPI para quê? Vamos ativar o Ministério Público e vamos discutir a mudança do secretário, do diretor do hospital... Isso já estava sendo feito.

Martins: E o que será feito?

Paulo Pedra: A hora que nós tivermos esses dados, contundentes, que o Bernal terá que mandar para a Câmara, ai é que a Câmara pode ou deve fazer uma CPI.

Martins: O secretário Ivandro pediu uma investigação do Ministério Público Federal.

Paulo Pedra: Ele está errado. Ele tem uma auditoria interna, ele tem que levantar todas as irregularidades e ele passar para o Ministério Público. O MP não tem auditor. O MP tem que receber as denúncias.

Martins: Retomando o G6, está prevista a inclusão de Rose Modesto e João Rocha do PSDB e Zeca do PT, que já se declararam independentes apesar de haverem sido contabilizados como base de apoio?

Paulo Pedra: O Zeca do PT seria bem-vindo. Ele é um político extremamente afável, hábil. A Rose e o João Rocha estão acompanhando as conversas.

Eu sugeriria ao Bernal que tivesse dois braços de sustentação: uma assessoria política. Um conselho político aonde o Zeca deveria fazer parte. Zeca, Delcídio, Reinaldo Azambuja, Vander e até o Schimidt. Poderiam fazer parte de um conselho político para orientar o Bernal na sua postura política.

Martins: Nos moldes do que o Nelsinho fez com os ex-prefeitos?

Paulo Pedra: Nos mesmos moldes. O André tinha dois conselheiros políticos, o Ramez Tebet e o Dr. Wilson. Aliás, o Ramez, o Dr. Wilson e o Moka. E ai ele teria um segundo braço de apoio, o G6. Então teria um braço com essas figuras que eu enumerei e um segundo braço com o Grupo dos Seis. Ele iria cuidar apenas administrativamente da sua gestão.

Martins: O G6 evitaria o desgaste de enviar projetos e propostas para a Câmara e não vê-las aprovada?

Paulo Pedra: Exatamente. Ele é bem intencionado, mas ele tem que ter essa articulação política.

Martins: Esse grupo independente não significa exatamente a independência do Legislativo? Porque o brasileiro passou a enxergar o legislativo como algo composto por grupos radicalmente contra ou radicalmente a favor do prefeito, governador ou presidente.

Paulo Pedra: É exatamente. O grupo independente é para dar a ideia para a população que nós estamos com as mãos estendidas para o Bernal, sem sermos coniventes ou contrários extremistas.

Martins: O G6 chega a G11 com essa proposta?

Paulo Pedra: Devemos chegar a 8 ou 9. Nós temos que mostrar para a população que nós não vamos atrapalhar o governo Bernal. O único que pode atrapalhar a administração dele é ele mesmo. Nós queremos ajudá-lo, não atrapalhar. Isso tem que ficar claro para a população.

Martins: Com o Schmidt haverá uma retomada de crescimento do PDT?

Paulo Pedra: Com certeza. O Schimdt representa para o PDT de Mato Grosso do Sul o que Brizola representou para o PDT Nacional. É um patrimônio político que não pode ficar fora, ele tem que morrer no campo de batalha.

3 comentários:

Oirad disse...

Dirceu, o Fiusi não é, segundo o Jornal Nacional da Globo, um dos dois vereadores atolados até até o pescoço com a corrupção na saúde?
E o Pedra, estará no caminho ou no sapato do Bernal?
Dario M. Oliveira

jornalista Dirceu Martins disse...

Vamos por etapas. O Paulo Siufi (PMDB), ex-presidente da Câmara de Vereadores, é da família Siufi envolvida nos escândalos, sim. Mas as provas não levam até ele, senão o fato de que durante seu período na presidência nada fez para que a Casa exercesse sua função de fiscalização. Hoje é presidente da Comissão de Saúde e agiu de diversas formas para esvaziar a CPI proposta pela vereadora Luiza Ribeiro (PPS). Hoje (7/5) TODOS os vereadores assinaram em favor da CPI, após denúncias levadas ao ar no programa Fantástico, da Rede Globo.

jornalista Dirceu Martins disse...

Retomando o comentário: o vereador Paulo Pedra (PDT) manteve, com a criação do grupo, a postura que sempre teve, de conciliador. Também manteve sua raposice política de valorizar o mandato e suas votações, pois o grupo ganha força e, ele, ainda mais. Deve se lançar candidato a deputado estadual em 2014.