Vereador Paulo Pedra (PDT) |
O “Grupo dos Seis” ou G6
como é chamado, capitaneado pelo vereador Paulo Pedra (PDT) e composto por
Carlão (PSB), Alceu Bueno (PSL), Edson Shimabokuru (PTB), Dr. Jamal (PR) e
Paulo Siufi (PMDB) tornou-se o fiel da balança entre a governabilidade, ou não,
de nossa Capital.
Lendo o recado das urnas,
atentou que a população exige e sinaliza para uma urgente mudança de postura,
onde as suas necessidades sejam prioridades, invertendo a lógica mantida até a
abertura das urnas em outubro de 2012, quando o grupo governava visando seus
interesses.
“Estendemos os braços para
que Bernal possa governar, agora nada o impede, mas mantemos a nossa posição de
independência e votaremos apenas o que beneficiar a população.” Assim, o grupo
pretende que o Legislativo conquiste e mostre ao cidadão que é, de fato, um
poder independente.
Paulo Pedra e jornalista Dirceu Martins |
Articulador do “Grupo dos
Seis” ou G6 como é chamado, o vereador pelo PDT, Paulo Pedra, nos concedeu
entrevista exclusiva onde conta como e por quais motivos nasceu o grupo e quais
seus ideais.
Com a experiência adquirida
em diversas legislaturas e profundo leitor dos recados enviados pelos eleitores
em cada pleito, soube antecipar a necessidade da mudança que está exigida pela
população.
Formou não o maior, mas o
mais forte grupo do legislativo. Fiel da balança em todas as votações indica
uma bem-vinda independência do Poder Legislativo que, longe das amarras, terá
sua atenção e trabalho voltados para o benefício do desenvolvimento econômico e
social de Campo Grande.
ENTREVISTA
Dirceu Martins: A questão
que movimenta a política, hoje, é a criação do G6, grupo de seis vereadores
pluripartidários que se declaram uma bancada independente, e que pode se
transformar em G8 ou G9. Como isto está se formalizando e quais os vereadores
que ainda podem vir a compor esta bancada?
Paulo
Pedra: O G6 tem objetivos bem definidos, que são atender o governo no que for
necessário e que venha a beneficiar o município e, por consequência sua
população. Atender o Bernal naquilo que for necessário.
Martins: Permitir a
governabilidade?
Paulo
Pedra: Sim. Imagine o Congresso Nacional brigando com a [presidenta] Dilma,
todos os dias. O Brasil para. O G6 vai fazer críticas construtivas ao Bernal,
isso não significa que nós somos situação. Nós estamos de mãos estendidas para
receber os projetos e discutir de maneira republicana. Discutir, fazer emendas,
o que for bom vamos aprovar, o que nós acharmos que deve melhorar, vamos
melhorar. O que não poderia continuar é aquela situação de o Bernal ficar com
nove e ter vinte contra. Nós sentimos que a população não estava aprovando
isso.
Martins: Esse foi o
nascedouro do G6?
Paulo
Pedra: Começamos a conversar eu, o Carlão (PSB) e o Shimabokuru (PTB), que
somos de bancadas individuais. O Alceu Bueno (PSL) se propôs a conversar sobre
a sua entrada. Nós estamos conversando desde fevereiro para montar um bloco
que, até então, seria de quatro vereadores, não é uma atitude imediatista. O
Paulo Siufi (PMDB) nos procurou e ofereceu seu nome para compor, assegurando
que não haveria problemas para ele dentro de seu partido, no que foi
acompanhando pelo Dr. Jamal (PR). Estava composto o grupo dos seis para
discutir Campo Grande. Conversei com o Bernal e lhe relatei os objetivos do
grupo.
Martins: É um grupo que se
fortifica ao atuar como fiel da balança?
Paulo
Pedra: Para ele que tem nove vereadores na base, este grupo de seis significa
“uma maioria” quando soma quinze. Isso não significa que nós vamos votar
constantemente com o Bernal. Significa que estamos abertos para uma discussão
com o prefeito.
Martins: Pesou o fato de que
a saúde, por exemplo, tenha chegado a uma situação ruim ou péssima na
administração Nelsinho Trad, sem que o legislativo tivesse questionado ou
analisado de forma mais criteriosa as ações? É uma forma de mostrar serviço à
população e, de alguma forma, se penitenciar pelos erros passados?
Paulo
Pedra: O Nelsinho tinha uma base muito forte, que aprovava tudo. Nós entendemos
que nestas últimas eleições a população reprovou isso. A eleição do Bernal
significou uma revolução silenciosa da população. Foi claro o recado das urnas:
Nós não estamos satisfeitos com a política que este grupo está fazendo.
E,
por quê? Porque a população viu que, principalmente a saúde não estava bem. Eu
denunciei o software da saúde. Fiz diversas denúncias na Câmara. Agora, o
Bernal assume a administração que tem problemas tão graves na saúde, nós
queremos saber quais foram as irregularidades; eu e o Zeca do PT estamos
solicitando que nos informem. Ele tem que remeter para a Câmara, para nós
tomarmos as devidas providências.
Martins: Não seria a função
da CPI proposta pela vereadora Luiza Ribeiro?
Paulo
Pedra: Se necessário, ainda podemos instalar uma CPI. É cabível. Ou, ainda, que
ele denuncie ao Ministério Público.
Martins: E porque não foi
aprovada a CPI?
Paulo
Pedra: O que houve, é que a CPI era para investigar o Hospital do Câncer e o
Hospital Universitário. Se resolveu o problema do Hospital do Câncer, entre
aspas, mudou-se a diretoria. Entrou uma diretoria nova, uma junta interventora
com pessoas que não estavam contentes com o que estava acontecendo
administrativamente no Hospital. Então a resposta já foi dada. O Ministério
Público está fazendo a sua parte. Então não era uma CPI da Saúde, era do
Hospital do Câncer.
Você
faz uma CPI para quê? Vamos ativar o Ministério Público e vamos discutir a
mudança do secretário, do diretor do hospital... Isso já estava sendo feito.
Martins: E o que será feito?
Paulo
Pedra: A hora que nós tivermos esses dados, contundentes, que o Bernal terá que
mandar para a Câmara, ai é que a Câmara pode ou deve fazer uma CPI.
Martins: O secretário
Ivandro pediu uma investigação do Ministério Público Federal.
Paulo
Pedra: Ele está errado. Ele tem uma auditoria interna, ele tem que levantar
todas as irregularidades e ele passar para o Ministério Público. O MP não tem
auditor. O MP tem que receber as denúncias.
Martins: Retomando o G6,
está prevista a inclusão de Rose Modesto e João Rocha do PSDB e Zeca do PT, que
já se declararam independentes apesar de haverem sido contabilizados como base
de apoio?
Paulo
Pedra: O Zeca do PT seria bem-vindo. Ele é um político extremamente afável,
hábil. A Rose e o João Rocha estão acompanhando as conversas.
Eu
sugeriria ao Bernal que tivesse dois braços de sustentação: uma assessoria
política. Um conselho político aonde o Zeca deveria fazer parte. Zeca,
Delcídio, Reinaldo Azambuja, Vander e até o Schimidt. Poderiam fazer parte de
um conselho político para orientar o Bernal na sua postura política.
Martins: Nos moldes do que o
Nelsinho fez com os ex-prefeitos?
Paulo
Pedra: Nos mesmos moldes. O André tinha dois conselheiros políticos, o Ramez
Tebet e o Dr. Wilson. Aliás, o Ramez, o Dr. Wilson e o Moka. E ai ele teria um
segundo braço de apoio, o G6. Então teria um braço com essas figuras que eu
enumerei e um segundo braço com o Grupo dos Seis. Ele iria cuidar apenas
administrativamente da sua gestão.
Martins: O G6 evitaria o
desgaste de enviar projetos e propostas para a Câmara e não vê-las aprovada?
Paulo
Pedra: Exatamente. Ele é bem intencionado, mas ele tem que ter essa articulação
política.
Martins: Esse grupo
independente não significa exatamente a independência do Legislativo? Porque o
brasileiro passou a enxergar o legislativo como algo composto por grupos
radicalmente contra ou radicalmente a favor do prefeito, governador ou
presidente.
Paulo
Pedra: É exatamente. O grupo independente é para dar a ideia para a população
que nós estamos com as mãos estendidas para o Bernal, sem sermos coniventes ou
contrários extremistas.
Martins: O G6 chega a G11
com essa proposta?
Paulo
Pedra: Devemos chegar a 8 ou 9. Nós temos que mostrar para a população que nós
não vamos atrapalhar o governo Bernal. O único que pode atrapalhar a
administração dele é ele mesmo. Nós queremos ajudá-lo, não atrapalhar. Isso tem
que ficar claro para a população.
Martins: Com o Schmidt
haverá uma retomada de crescimento do PDT?
Paulo
Pedra: Com certeza. O Schimdt representa para o PDT de Mato Grosso do Sul o que
Brizola representou para o PDT Nacional. É um patrimônio político que não pode
ficar fora, ele tem que morrer no campo de batalha.
3 comentários:
Dirceu, o Fiusi não é, segundo o Jornal Nacional da Globo, um dos dois vereadores atolados até até o pescoço com a corrupção na saúde?
E o Pedra, estará no caminho ou no sapato do Bernal?
Dario M. Oliveira
Vamos por etapas. O Paulo Siufi (PMDB), ex-presidente da Câmara de Vereadores, é da família Siufi envolvida nos escândalos, sim. Mas as provas não levam até ele, senão o fato de que durante seu período na presidência nada fez para que a Casa exercesse sua função de fiscalização. Hoje é presidente da Comissão de Saúde e agiu de diversas formas para esvaziar a CPI proposta pela vereadora Luiza Ribeiro (PPS). Hoje (7/5) TODOS os vereadores assinaram em favor da CPI, após denúncias levadas ao ar no programa Fantástico, da Rede Globo.
Retomando o comentário: o vereador Paulo Pedra (PDT) manteve, com a criação do grupo, a postura que sempre teve, de conciliador. Também manteve sua raposice política de valorizar o mandato e suas votações, pois o grupo ganha força e, ele, ainda mais. Deve se lançar candidato a deputado estadual em 2014.
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