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terça-feira, 25 de junho de 2013

Presidente da Câmara Municipal de Campo Grande é cassado por compra de votos


O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Mario Cesar (PMDB) teve seu mandato cassado, está inelegível por oito anos e pagará multa no valor de 50 mil UFIR (R$ 53 mil) por comprovada compra de votos por meio de distribuição de combustível.

Uma denúncia anônima desencadeou ação de investigação da Polícia Federal sobre distribuição de gasolina pelo então candidato e atual vereador Alceu Bueno (PSL), que já havia sido gravado em conversas telefônicas vendendo por R$ 10 mil vagas no partido para candidatos interessados em concorrer nas eleições de 2012 a cargos no interior do estado. Ao chegar ao posto Trokar, os policiais flagraram André Cabanha Paniago Almada abastecendo seu veículo com uma requisição no valor de R$ 55, equivalente a 20 litros de gasolina no valor da época, fornecida pelo comitê eleitoral do candidato Mario Cesar. André foi detido e encaminhado à Delegacia da Polícia Federal.

O delegado da Polícia Federal concluiu que “as declarações do cidadão André Cabanha Paniago Almada dão conta de que no suposto comitê eleitoral, supostamente pertencente ao candidato MÁRIO CÉSAR, estão sendo fornecidos vales-abastecimento a proprietários de veículos de passeio para que estes permitam a colagem de propaganda eleitoral do candidato em questão e do candidato a Prefeito Giroto, conforme consta da foto anexa a este ofício”.

Conclusões

A juíza Elisabeth Rosa Baisch, da 35ª Zona Eleitoral, proferiu a sentença partindo da premissa de que a defesa não conseguiu provar vínculo contratual entre Mario Cesar e André, pois que um único recibo de pagamento no valor de R$ 250, anexado ao processo pode haver sido produzido a posteriori.

O valor da multa e o embasamento da decisão se deu em função de cálculos baseados em documentos juntados pela defesa que apontam gastos de R$ 4.125,00 em um único dia, o que permitiria abastecer 75 veículos de supostos cabos eleitorais. “Resulta daí que a baixo custo, o candidato conseguiria manter 75 veículos circulando livremente por toda a cidade, como se todos os motoristas tivessem aderido graciosamente àquela campanha, em total afronta às regras que garantem isonomia de espaço para propaganda eleitoral e para a captação de votos”.

Mário César pode recorrer da sentença, mas a cassação é imediata e a primeira suplente, Magali Picarelli (PMDB) será convocada para assumir a vaga pelo primeiro vice-presidente, vereador Flávio César (PTdoB) que assume a presidência da Mesa Diretora.

Será?


Chegou a hora de vermos políticos useiros e vezeiros em desdenhar da Justiça Eleitoral, que tinha por hábito  arrastar sentenças finais condenatórias até a prescrição, perderem mandatos? Veremos políticos serem investigados minuciosamente e estas investigações chegarem "sem máculas" aos tribunais, evitando inocentar culpados por erros nas investigações? 

Parece que a coragem e ousadia no julgamento do Mensalão deram um norte aos tribunais. Agora, podemos ter a esperança de, se a polícia foi chamada para investigar um e pegou vários, todos sejam devidamente punidos.  

Vereador Alceu Bueno (PSL)
Resta a esperança? 

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