Não bastou
à Câmara Municipal de Campo Grande haver presenteado a população de Campo
Grande com uma Ópera Bufa que se arrastou até se transformar em um Dramalhão
Mexicano escrito a quatro mãos pelos dois vilões sem caráter e tendo por atores
e corpo técnico, profissionais contratados e bem pagos para que não fujam do
script, agora também querem esquartejar e expor as vísceras do prefeito num
espetáculo escatológico.
Um buraco, se não para fugir,
ao menos para enfiar a cabeça
Duas
derrotas seguidas para a Justiça, este o saldo das ofensivas da Câmara
Municipal de Campo Grande contra o prefeito Alcides Bernal. Se antes
criticávamos Bernal acusando-o (não sem justiça) de teimosia, agora a carapuça
cabe perfeitamente aos vereadores que tentam desesperadamente colocar o vice,
Gilmar Olarte em seu lugar antes que fique impossível conter a exposição das
diversas falhas – para falar o mínimo – do antigo governo da dinastia Trad,
alicerçada e ensandecidamente apoiada por grande parte dos vereadores da atual
legislatura.
Estava
evidente que negociações diplomáticas mesmo que não acabassem com a guerra,
manteria vivos os entrincheirados que não têm mais terreno a conquistar e não
pretendem deixar o campo de forma humilhante, com um possível recuo
obrigatório. Obedecendo cegamente o Estado Maior que não será jamais ferido em
combate, para não perderem os anéis, arriscam os próprios dedos.

Ademais, tirar
Bernal por considerá-lo parte interessada e possível de interferência nos
trabalhos da Comissão e colocar Gilmar Olarte, também ele que passaria a ser
parte interessada, neste caso na cassação do prefeito eleito, e também ele
podendo interferir nos trabalhos da Comissão só cabe na lógica patética do
PTdoB, conhecido como time B do PMDB.
E, para quem
entendeu que houve omissão no texto acima, por iniciar citando a “segunda”
grande derrota, acreditamos que fica claro e patente que a primeira grande
derrota é ter-se formado uma Comissão Processante ancorados na denúncia de Luiz
Pedro Gomes Guimarães e Raimundo Nonato de Carvalho flagrado em gravações muito
suspeitas – para quem ainda lhe dava crédito – e ainda não explicadas.
Trapalhadas
e a pá de cal
Na quarta-feira (20), o desembargador Hildebrando
Coelho Neto, com um parágrafo de fundamentação e baseado na teoria do princípio
do Devido Processo Legal, decidiu a favor de Alcides Bernal, pela suspensão da
comissão. Poucas horas depois, no começo da madrugada da quinta-feira (21), o
desembargador Luiz Tadeu Barbosa Silva – elevado a juiz pelo quinto
constitucional durante a gestão do atual deputado federal Fábio Trad (PMDB) na
presidência da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso do Sul –,
cassou a tutela antecipada que determinava a suspensão dos trabalhos.
“Desembargador Luiz Tadeu Barbosa Silva, que cassou a tutela antecipada que determinava a suspensão dos trabalhos da Comissão Processante na madrugada do dia 21.”
Nomeado pelo governador André Puccinelli na vaga destinada ao quinto constitucional durante a gestão do atual deputado federal Fábio Trad (PMDB) na presidência da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso do Sul.
O recurso impetrado pelo advogado e desembargador
aposentado, Jesus de Oliveira Sobrinho, alegava que os vereadores, Paulo Siufi
(PMDB), Elizeu Dionízio (SDD), Otávio Trad (PTdoB) e Chiquinho Telles (PSD), que
haviam integrado a CPI da Inadimplência, seriam os reais artífices do
procedimento de cassação e não Luiz Pedro Guimarães e Raimundo Nonato, estando
portanto impedidos de ter votado a favor da criação da Comissão Processante.
Na tarde da sexta-feira (22) e após a Câmara de Campo Grande enviar
convite para credenciamento da imprensa, com “prioridade aos veículos que vem cobrindo
constantemente as audiências da Comissão”, em claro detrimento dos semanários,
uma nova decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul suspendeu os
trabalhos da Comissão Processante.
O desembargador João Maria Lós revogou a liminar
concedida pelo desembargador Luiz Tadeu Barbosa Silva, retomando decisão
anterior do desembargador Hildebrando Coelho Neto, que acatara o pedido do
prefeito Alcides Bernal de suspender a investigação até o julgamento do mérito
pela 1ª Câmara Cível. Bernal, que se diz vítima de um golpe, não precisará
depor na segunda-feira.
Retomamos uma briga que movimenta as redes sociais,
toma os espaços dos noticiários e impede que ações plenas e efetivas se tomem
em favor do município e sua população. Agora, novos soldados parecem ter sido
convocados para substituir os alquebrados do pelotão peemedebista, e chegam
disparando para todos os lados, sem lógica, sem noção. O mais recente
suboficial oriundo das academias e sem traquejo de batalha é o deputado federal
Fábio Trad que usa de forma leviana e desclassificada a rede social para atacar
a vereadora Luiza Ribeiro (PPS), como se isso fosse purificar os pecados
cometidos pelo irmão Nelsinho. Nem isso, nem impedir que, mais cedo ou mais
tarde, sua administração ocupe o banco dos réus.
“Campo Grande ataca o que de melhor as lastimáveis eleições passadas produziu. O ataque ofensivo e baixo aponta para a sordidez que a corrupção chegou”.
Vereadora Luiza Ribeiro
E assim caminha nossa política.
Nelsinho desacreditado, André Puccinelli lutando pelo fim da Dinastia Trad,
Alcides Bernal lutando contra suas próprias imperfeições e neuroses, Pedro
Chaves e Santini buscando conseguir indicar secretários competentes para todas
as áreas enquanto busca uma aproximação com vereadores que pensam abandonar o
navio antes que seja tarde. E a Câmara, próxima do fundo do poço e cavando,
porque sabe que outro lugar não tem para ir, mesmo porque os anteriores
presidentes, entre os quais Edil Albuquerque e Paulo Siufi, durante a
administração Nelson Trad Filho, levaram a Casa do Legislativo a forçosamente abandonar
o edifício por ordem de despejo... ou será que a culpa também é da atual
administração?
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