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Glória Angélica Calonga, 32 anos |
Pessoas são lindas, sejam elas esteticamente admiradas, ou
não. Sempre haverá dentro de um companheiro ou companheira, todo o amor que
lhes aprecia. Talvez essa sociedade lhes encarcerem dentro de um padrão, mas
afinal qual é o seu padrão quando alguém lhe gosta e acarinha?
Não é possível conceber a morte para aprimorar um corpo que
se fez perfeito, porque perfeito se faz a alma que comanda o corpo. Entendemos
até que, uma vez que insatisfeita(o) com os dons de seu templo (corpo)
queira-se aprimorá-lo, deixar que seja mais desejável e amado aos olhos do
desejo. Mas, se buscamos tanto o glamour, vamos cuidar dessa coisa tão frágil.
O que é beleza se, os padrões mudam de acordo com as épocas,
com os modismos, com uma coisa sem sentido como as nuances das modas e dos
modismos. Essa ditadura da moda causou uma epidemia de anoréxicas e bulímicas,
mortes que poderiam ser evitadas. A tal ditadura da moda levou à morte, ou a
doenças evitáveis, o uso e abuso de substâncias que prometem e cumprem bíceps
extremos, barrigas de tanquinho, pernas volumosas. Perdemos tantos.
E tudo parece estar dentro de uma mente que apenas quer o
reconhecimento e carinho, bem-querer de um sexo gostoso, de um afago. Por tudo
o que se busca num corpo que se supõe desejável, vale uma vida? Vale um
desfiguramento físico?
Afinal, vale a pena vender a morte? Será que um tanto de
produtos vendidos, lucro acumulado, uma falsa indústria da beleza, quando
sequer sabemos o que é o ideal de beleza a cada momento, a cada relação, ou uma
relação duradoura?
Vamos relatar e relatar, e relatar mortes e desfiguramentos,
por nada. Quanto tempo teremos e quanto perderemos por um glúteo (na verdade,
bunda) mais perfeita, quando queremos apenas estar acompanhados(as) de alguém
que, apenas nos queira, nos acarinhe?
Quero ficar melhor, me sentir melhor, aumentar minha autoestima.
Concordo, buscamos isso. Mas então o que somos? Somos melhores, somos mais.
Quer tudo isso? Que se busque com profissionais sérios, não com aventuras. Dói
em todos nós essas mortes, ou sofrimentos com doenças e degeneração da saúde
nas aventuras do “todo o belo a qualquer custo”.
Mais uma morte, e outra morte, e pessoas tão intensas que
não se entendem tão sozinhas, querendo mais, alterar e valorizar o corpo em
busca do que? Um corpo melhor, como se não lhes bastasse sua própria beleza,
seu glamour, seus dengos e chamegos.
Não se concebe mais uma morte, percussora de outras mortes
que virão, apenas porque, parece, banalizou-se a nossa própria beleza, nosso
charme, nossos cheiros e sabores, próprios, inconfundíveis.
Queiram mudar isso ou aquilo, é nosso direito, ninguém gosta
de sentir-se desconfortável com seu corpo, mas procurem os profissionais
competentes, não os vendedores de ilusões ou espelhos que reflitam uma imagem
distorcida que nos agrade, e nos tornem um belo corpo envolto em flores dentro
de um caixão.
A vida é mais importante, pois enquanto ela existir temos a
oportunidade de conquistar paixões, amores, e a nós mesmos, enfim, nos amarmos,
modificando nosso corpo ou não.
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