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Foto da matéria: O que está acontecendo com o STF? Tábata Viapiana/ ISTO È
As
coisas estão desandando nessa nova parca e recente Democracia. 11 ministros
indicados por políticos tomam a frente, resolvem alterar todo um quadro, e
contra a Justiça suprema, não há como recorrer. Sequer eles se entendem.
Ministros do Supremo brigam entre si, o Conselho Nacional de Justiça briga
contra os outros poderes judiciários, o povo estarrecido vê e acompanha as
decisões mais esdrúxulas a favor de escancarados e conhecidos corruptos. Então
o povo começa a pensar: para que o Judiciário?
Na
nossa vida comum, bandido é bandido. Entendemos assim e assim tentamos tocar
nossas vidas. No nosso menor deslize, ajustiça comum nos prende encarcera, não
temos o poder econômico, não temos os benesses do poder político. Ainda que
eles roubem e matem – pois, afinal, a cada real desviado do erário, são vidas
que se perdem numa sequência maior do que o homicídio, mas que toma proporções
de holocausto. A história mostra e a nossa mais recente realidade comprova: O
mote de Paulo Maluf era rouba, mas faz. É comum e normal no nosso cotidiano,
sempre pensamos assim, mas a nossa gloriosa Justiça, como atuou? Todos sabiam,
era patente e claro, mas a Justiça só o condenou quando sua idade não permitia
mais sua prisão. Então vem a prisão domiciliar com tornozeleira, que lhe
permite gozar a vida naquela humilde mansão, visitar os restaurantes que melhor
lhe apraz. Afinal, ele é amigo de quem? Do Rei? Não, é um rei, soberano ante os
poderosos.
Antes
dele, Ademar de Barros, governador de São Paulo e, como Maluf, indicado para a
presidência. Mais recente, presidentes do senado e da Câmara Federal. Ainda
ex-presidentes e ex-ministros. Os bobos da corte foram e são os que se
aproveitam das majestades, não somos nós. A gente é apenas a reles, o escracho
a trabalhar por eles e para eles. A justiça não nos atinge, apenas nos pune.
Parece
que há uma articulação sórdida. Quando acertamos em nosso voto, erramos. Quando
a justiça condena um corrupto, nós os elegemos e ele passa a ter “foro
privilegiado”. São eleitos senadores, indicados políticos. Esquerda ou Direita,
sempre se protegem e defendem, uns aos outro, outros aos uns.
Aqui
mesmo em Mato Grosso do Sul assistimos, abestalhados – porque crítica não temos
– um ex-governador, eivado de provas de desvios, seu filho e seus capitaneados,
aqueles capitães do mato, jogado aos cães quando as provas incontestes se lhes
afronta a cara, ele, governador e seu filho saem ilesos. Os bonecos de
ventrículo, estes pagam. Ainda que houve alguma justiça nisso, mas não a nível
estadual. Amigo é amigo e ... é ... Foi necessária a intervenção da justiça
federal para que alguma providência houvesse.
Mas,
o povo em sua imensa sabedoria elegeu um dos réus para o senado, elegeu seu
irmão para a Câmara Federal, outro para a prefeitura da Capital. Gostamos de
sofrer ou somos apenas ovelhas mansas, vida de gado, povo marcado, povo feliz?
A
mesma justiça que permitiu, por entender que houve um golpe contra um prefeito
eleito, que ele fosse empossado num revés de segundo mandato dentro de seu
próprio mandato, que analisa os desvios de conduta desses que, “supostamente”,
se locupletaram e se venderam para uma cassação mal explicada , quando essa
mesma população que comete o pecado de levar um réu para o cargo de Senador,
esse sim, empossado e com foro privilegiado – até ai, nada demais – impede que
pouco mais de 47 mil votos empossem um deputado federal, porque tudo mudou, o
que era inocente, passa a ser culpado. Estranha justiça essa.
Então,
quando se questiona e critica essa justiça, dos 11 membros indicados por políticos
que, ou estão presos, ou estão prestes a senta no banco dos réus, somos
ameaçados, todos nós, milhões de cidadãos, a sermos também enquadrados e
julgados e condenados. Se, sequer, eles se entendem, se existem acusações
mútuas, se existem indícios de crimes cometidos, como respeitar essas togas,
não honradas, aviltadas?
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