Desconhecimento ou ver a coisa pegar fogo I
Se, por um lado, existem aqueles que não exercem, de fato,
suas funções, é certo que não a exercerão a contento no gabinete ou nas
diversas formas de contato com a população e “no fazer política” com os
diversos segmentos e pessoas que compõem o universo das administrações
públicas.
Não bastasse o trabalho de bastidores que visa a preparação
pessoal de cada candidatura, como têm feito os novatos Luiza Ribeiro e Eduardo
Romero, conta também o fato de Chocolate e Cazuza estarem acompanhando o
prefeito, pois que isto lhes dará algum conhecimento, lhes trará bagagem.
Positivo para quem não tinha o menor preparo e positivo que queiram aprender.
Desconhecimento ou ver a coisa pegar fogo II
Falar de defenestrações de comissionados como se fora uma
imensa cobra de sete cabeças, tanto por parte do governo do estado quanto por
parte do gabinete do novo prefeito é tentar mostrar uma ingenuidade que não
cabe. Novamente, pior no caso de jornalistas.
É ponto passivo que as administrações públicas contem com
comissionados e deve sempre contar com eles, pois é impensável que apenas
concursados toquem avante uma máquina pública que dependem fundamentalmente de
política – arte de dialogar com diversas esferas e correntes de pensamento.
Evidente, ainda, que o novo prefeito providencie,
paulatinamente, a troca daqueles que representavam o pensamento e forma de agir
do antigo ocupante do cargo. Mais evidente que existam excessos e, pior,
existirão também neste governo para acomodar todos os colaboradores de
campanha. Também é óbvio que existam as acusações de cargos fantasmas, algumas
reais, outras por pura revanche.
Quanto ao caso específico do governo do Estado, após uma
derrota como a que sofreu o grupo de André Puccinelli, é claro que os comissionados
menos empenhados na campanha cederão lugar aos que não mediram esforços para
empurrar o elefante branco da candidatura Edson Giroto. “Mundo Ideal” a parte,
não demonstrem falsa surpresa com as coisas de nossa política tupiniquim.
Desfocado foco
Manter o foco pode representar perder o foco. Estranho, mas
verdade inconteste em administração pública. Atacar apenas um dos pontos de
estrangulamento da administração pode significar relegar menor importância para
a cidade como um todo. É louvável a determinação do prefeito Alcides Bernal em
debelar ou minimizar a ameaça da dengue, bem como em resolver o problema mais
imediato dos excluídos do projeto Lixão. No entanto, é bom lembrar que o
município é um organismo vivo, problemas se renovam a cada instante e
necessitam decisões rápidas e dentro do maior nível de correção.
Em nome da Lei, a fome
O Ministério Público do Trabalho, conforme o procurador do
trabalho Paulo Douglas Almeida de Moraes, entende que a liminar autorizando o
retorno dos catadores ao Lixão de Campo Grande, até que a Usina esteja em
operação, ignora que “as pessoas estão abrindo mão da sua saúde e dignidade”.
Senhor procurador, em nome da Lei as pessoas devem passar fome? A sua visão, a partir do gabinete, é a de que os catadores devem aguardar a celeridade de nossa justiça para que possam comida em suas mesas?
Senhor procurador, em nome da Lei as pessoas devem passar fome? A sua visão, a partir do gabinete, é a de que os catadores devem aguardar a celeridade de nossa justiça para que possam comida em suas mesas?
Ter razão sobre a razão alheia é simples, é vulgar, é
inumano.
Suas razões são as mais corretas e sua luta em defesa dos
catadores deve avançar, mas é imprescindível que eles estejam vivos para
comemorarem sua vitória, procurador.
Um comentário:
"Ter razão sobre a razão alheia é simples, é vulgar, é inumano." Isso é muito bom!! Como todo o texto, aliás. Por isso sou fã desse blog. Suas matérias e textos são excelentes! Já faz parte de minha leitura matutina diária.
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