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domingo, 17 de março de 2013

Em Campo Grande, a Câmara Municipal permanecerá onde está


Entre tapas, tabefes, beijos e afagos trocados entre os poderes executivo e legislativo de Campo Grande, num copiar de casais em momentos pré-divórcio litigioso, a relação Alcides Bernal (PP) e os vereadores da Capital desanda e, nem mesmo os raros momentos dos encontros, quando a relação é discutida, indicam para um acordo amigável. Não no momento.

As relações permanecem enclausuradas e a música tema é a balada romântica de Lulu Santos – Assim Caminha a Humanidade: “Ainda vai levar um tempo, pra fechar o que feriu por dentro. Natural que seja assim [...]”.

Se ao prefeito Bernal falta tato no trato com outras forças políticas, se contra ele pesam forças poderosas que buscam desmerecer sua administração (que já é confusa pela inexperiência de seus secretários e assessores), que não é  brilhante; no tocante à Câmara Municipal as coisas não são melhores. Ou o vereador Mário César (PMDB) assume de fato e de direito a presidência, traz para si a responsabilidade de falar em nome deste poder, ou a Casa de Leis migrará de uma administração anterior que foi fraca, omissa e despersonalizada para um atual Legislativo anárquico e caótico.

Usando uma série de justificativas, sendo que a mais preponderante é o impasse criado pela ordem de despejo do prédio que ocupa, alguns vereadores se alçam à condição de porta-vozes da maioria oposicionista e utilizam os mais agressivos termos para desmerecer um prefeito eleito pela maioria.

Talvez esses vereadores utilizem tal agressividade por haverem se desacostumado do debate democrático, uma vez que por longos anos habituaram-se a repetir “sim e concordo”, ou formularem defesas incabíveis aos prefeitos que os tutelavam. O uso do cachimbo (não da paz, mas da obediência cega) fez as bocas tortas para o lado revés da democracia.

Sabemos que a dívida e a opção pelo enfrentamento no judiciário partiram de antigas administrações municipais e sob outras presidências do legislativo. Qual motivo, então, para o nível desmedido da cobrança?

Deixa como está, e negocia

A Câmara permanecerá onde está. Parece claro. Restam cinco meses para a entrega do prédio e nenhuma obra foi iniciada, nenhuma decisão foi efetivada.

Qualquer decisão esbarra ou se perde no labirinto da burocracia, onde se sabe a data de entrada mas, mesmo com o “fio de Ariadne”, não se pode prever a data de saída.

A questão fica no campo dos negócios que apresentam diversas implicações complicadoras. A construtora não quer perder ainda mais. Quanto tempo seria necessário para conseguir interessados em alugar um imóvel construído para abrigar a Câmara Municipal? A prefeitura quer negociar a divida passada, de forma que não onere e torne inoperante a atual gestão e dar uma solução definitiva para o legislativo. Tudo indica que a dívida será negociada e o imóvel desapropriado.

A antiga rodoviária? Um problema que, na falta de bom senso e com o uso de viseiras que focam como única saída passar o débito criado por administrações particulares desastrosas para o poder público, não haverá solução. O caminho parece ser uma parceria feita por um grupo de condôminos com visão empresarial inovadora, que se unam e sejam capazes de negociar com os poderes municipal e estadual, até federal, e grandes empresas. Imperativo que empresários de toda a região, também eles interessados na revitalização, participem.

Vereador Paulo Pedra e governador Andrè Puccinelli
Foto: Fernando Soares/Midiamax
Conseguir um rumo

Basta de lançar impropérios pela mídia, falsas impressões de ultraje como as proferidas na última semana, em que os que se calaram sempre, são manipulados à chantagem entre poderes.

Não cabem declarações como as feitas pelo  vereador Paulo Pedra (PDT): “Eu defendo que a Câmara não aprove nada enquanto o prefeito não resolva o impasse do prédio. Precisa resolver o mais rápido possível” [...] “Um prefeito de inteligência mediana, que não seja burro, sabe que precisa da Câmara” [...]“As minhas indicações ele vai atender, quer queira ou não.”




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