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sábado, 20 de abril de 2013

Novos Partidos: a quem interessa?


A semana política ficou mais agitada do que o normal graças à movimentação da Câmara Federal – entenda-se partidos políticos majoritários e que compõem a base do governo Dilma – em função do debate sobre a criação de novos partidos e o projeto que muda as regras e passa a restringir o tempo de propaganda gratuito e recursos do fundo partidário, numa tentativa de matar no nascedouro suas pretensões.
Para o brasileiro, perdido entre siglas, partidos que em nada se diferenciam, escândalos que não escolhem cor ideológica, políticos que demonstram pouco ou nenhum interesse nas coisas da Nação, é apenas mais uma briga pelas migalhas do poder. Novos ou velhos partidos, trinta ou quarenta siglas, financiamento público ou privado, o que vale mesmo para a maioria da população é a barganha do voto, a opção por empatia do candidato e o poder de convencimento de que suas promessas serão cumpridas. A fé de que isso, um dia, se concretize.
Em verdade, é muito mais profunda e profícua a discussão. São as últimas batalhas de uma revolução que começou quando foi derrotada a ditadura. É o assentar da poeira.


A Câmara Federal aprovou nesta quarta-feira o Projeto de Lei que impede a transferência do tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão e dos recursos do Fundo Partidário relativos aos deputados que mudam de partido durante a legislatura. A votação do projeto foi obstruída por partidos que são contra a mudança das regras para a atual legislatura. Participaram da obstrução o PSDB, o PPS, o PV, o PSB, o Psol e o PMN.
Esta votação atinge diretamente dois partidos constituídos e dois em formação. O PPS que se coligaria com o PMN – o PPS e o PMN oficializaram a fusão passando a formar a Mobilização Democrática (MD) numa correria para evitar os efeitos da lei – a Rede Sustentabilidade da ex-senadora Marina Silva e o Partido Solidariedade, do deputado Paulinho da Força.
Esta lei representa, enfim, uma tentativa em manter a hegemonia nacional das forças petistas e peemedebistas, coligadas desde a candidatura Lula (PT), visando impedir articulações que viabilizem fortes candidaturas de oposição em 2014.
Entre os políticos, a grita foi geral. “Os defensores da proposta estão usando do poder para eliminar de forma casuística quem ameaça a reeleição do governo. É um golpe contra a democracia para inibir o fortalecimento e a estruturação legítima de novas forças políticas, como a Rede Sustentabilidade", diz nota divulgada pela organização que conseguiu na Justiça o direito de possuir um CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas) que lhe permite iniciar arrecadação de verba e espaços para sedes regionais. A decisão, em caráter liminar, foi concedida pela juíza Dra. Cristiane Pederzolli Rentzsch.
Campo Grande
A vereadora Luiza Ribeiro (PPS) criticou a manobra casuística e oportunista que beneficia o PMDB e PT. “A medida demonstra a insegurança que o governo tem com o novo processo eleitoral. Estão sentindo que novos partidos podem fazer uma articulação capaz de romper a disputa entre PT e PSDB e possibilitar a derrota de Lula (ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) e Dilma”, analisou.
O que está em debate
Quando da fusão ou criação de partidos, existe uma “janela” de trinta dias, período em que os parlamentares eleitos podem trocar de legenda sem que percam seus mandatos. Com isso, arrastam para o seu novo ninho o tempo de propaganda eleitoral gratuita e parte do fundo partidário que cabe ao seu mandato. Com isso, partidos considerados grandes e que pouca ou nenhuma importância prestam a deputados e vereadores menos midiáticos, baixo clero dos legislativos federais, estaduais e municipais, acabam perdendo bancada, tempo de TV e dinheiro público para as campanhas.
Outra questão de maior importância política é o fortalecimento de candidaturas majoritárias (presidência e governadores) vindas das coligações desses partidos, ou um aumento considerável na força das oposições.
No que toca ao povo
Para a população, de maneira geral, são apenas partidos que não lhes representa. Pouco afeita a programas partidários ou ideologias, continuarão como coadjuvantes que são obrigadas por lei a comparecer às urnas a cada dois anos, numa estranha Democracia onde o voto é obrigação e não direito.
Para a população basta um atendimento digno, uma gestão que lhe devolva em serviços o tanto que lhe toma em impostos e taxas, um governo que proponha, permita e trabalhe pelo desenvolvimento e bem estar social. Para o eleitor são apenas novas barracas no imenso mercado da corrupção.

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