A Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher
(DEAM) de Campo Grande, registrou na segunda-feira (27) 59 atendimentos, sendo
32 boletins de ocorrência. Estes números reforçam a necessidade de atendimento aos
finais de semana e feriados, conforme reivindica o "Comitê: Delegacia 24
horas", que solicita ainda extensão do horário de atendimento da Delegacia
de Proteção à Criança e Adolescentes (DEPAC) e Delegacia de Atendimento a
Infância e Juventude (DEAJI).
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Vereadora Luiza Ribeiro (MD) durante manifestação em Campo Grande |
“Lançamos o ato no último sábado e agora estamos na
internet e nas ruas da cidade, coletando assinaturas que serão entregues ao
governador e ao secretário de justiça e segurança pública para que seja
ampliado o atendimento das delegacias especializadas, porque violência não tem
hora tem lugar para acontecer”, afirmou a vereadora Luiza Ribeiro (MD), uma das
idealizadoras do movimento.
Além da coleta de assinatura, o “Comitê: Delegacia
24h” visitará os Conselhos de Segurança de Campo Grande para discutir a violência
e solicitar apoio na busca de assinaturas. Segundo o Código Penal Brasileiro os
crimes contra a mulher são lesões corporais, ameaça, estupro, sedução, rapto
violento ou mediante fraude e rapto consensual e ainda: posse sexual mediante
fraude; atentado ao pudor mediante fraude; atentado violento ao pudor; perigo
de contágio venéreo; perigo de contágio de moléstia grave; constrangimento
ilegal; sequestro e cárcere privado; redução à condição análoga a de escrava;
corrupção de menores; favorecimento à prostituição e mediação para servir a
lascívia de outrem.
Sobre as diversas formas de violência contra a
mulher, reproduzimos matéria deste blog:
Formas e consequências da violência contra a Mulher
Violência é qualquer conduta – ação ou
omissão – de discriminação, agressão ou coerção, ocasionada pelo simples fato
de a vítima ser mulher e que causa dano, morte, constrangimento, limitação,
sofrimento físico, sexual, moral psicológico, social, político ou econômico ou
perda patrimonial. Essa violência pode acontecer tanto em espaços públicos como
privados.
Trocando em miúdos:
Violência contra a
mulher é qualquer violência que a mulher sofra só porque é mulher.
Quando uma mulher é
agredida em público por um homem, isso é ação; quando alguém com poder de
impedir que ela seja agredida não toma atitude em sua defesa, isso é omissão.
Quando é violentada,
isso é ação; quando ela deixa de ser socorrida sob o pretexto de ter provocado
o ato violento por ter “dado bola” ou porque estava vestida de forma
provocativa, isso é omissão.
Violência doméstica
Quando se fala em
violência doméstica, pensamos erroneamente naquelas ações que provocam algum
tipo de lesão física. Pode começar de forma leve, mas quando não é contida
neste estágio, sempre atinge extremos. 30% das agressões são graves e podem
acarretar morte.
Violência Física e Psicológica
Quando lhe trancam em casa e você não pode ir ao
trabalho, à escola ou outros lugares;
Você, seus filhos e outras pessoas da família
(pais, tios etc.) são ameaçados;
Batem ou espancam com tapas, murros, mordidas,
arranhões, mesmo que não deixem marcas aparentes no corpo;
Fica sem assistência na doença ou gravidez;
Quando é amedrontada ou ameaçada com armas de
fogo ou branca (facas, estiletes), barras de madeira ou ferro, cordas e
chicotes etc.;
Dizem de forma indireta que você “não presta”,
tem amantes etc.
Quebram utensílios, rasgam roupas, chutam
móveis, batem portas;
Destroem ou escondem documentos pessoais,
profissionais ou mesmo fotos.
Violência Sexual
É forçada a fazer sexo contra sua vontade (mesmo
com seu marido/companheiro);
Usa de violência para forçá-la a praticar atos
sexuais que não lhe agradam ou praticar sexo com sadismo, ou seja, o parceiro
tem prazer com o seu sofrimento;
Violência e Saúde
Mulheres adoecem a partir de situações de
violência, principalmente da violência doméstica. Recorrer aos serviços de
saúde com reclamações de enxaquecas, gastrites, dores difusas e outros
problemas podem indicar que vivem situações de violência dentro e fora de
casa.Essas pequenas doenças geralmente são tratadas com medicamentos comuns, e
a causa não é identificada pelo médico porque não é física. Elas tendem a
piorar, podendo “criar” doenças piores, que podem levar à morte.
Trocando em miúdos:
Sofrendo agressão física
ou psicológica, seja em casa ou fora dela (maior parte das vezes é no
meio familiar) a mulher adoece. Dores de cabeça que nunca curam, de estômago,
em diversas partes do corpo, diarreias, vômitos acontecem por causa dessa agressão.
Quando a Mulher não é
apenas a vítima – Saúde Mental
A mulher não deve ser
vista apenas como uma “vitima” da violência provocada contra ela, mas como
parte integrante de uma relação com o agressor, o que traz uma face bastante
complexa e, por vezes, se transforma em uma forma de jogo em que a “vítima”
passa a ser “cúmplice”.
Antes da Lei Maria da
Penha, a mulher, por vezes, denuncia formalmente o agressor em uma delegacia
especializada para, logo após, retirar a queixa. Outras vezes foge para uma
casa-abrigo levando consigo as crianças, por temer por suas vidas e algum tempo
depois retorna ao lar, ao convívio com o agressor. Não se sente bem com isso
(tem pena do agressor, medo de enfrentar outro tipo de vida, não consegue se
sentir bem sem conviver com a violência praticada contra ela) e retira a
queixa. São situações que envolvem sentimentos, forças inconscientes,
fantasias, traumas, desejos de construção e destruição de vida e morte.
As dores que surgem sem
motivos aparentes pode significar uma reação, um sinal de que a mulher está se
acostumando a sofrer por não conseguir deixar a vida que leva.
Doença
O agressor sempre é um
doente e, como todo doente precisa de tratamento. Por causa dessa violência a
mulher acaba ficando, também doente, mas ao contrário de quem agride, ela
adoece por não saber viver sem ser agredida.
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