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sábado, 18 de maio de 2013

Saúde em Campo Grande está retornando do estado de ‘quase morte’


Durante a 5ª Conferência Municipal da Cidade de Campo Grande, realizada nos dias 17 e 18 de maio na Universidade Anhanguera-Uniderp, tivemos a oportunidade conversar com o Secretário Ivandro Correa que nos teceu um quadro da Saúde Pública em Campo Grande. O cenário se equipara ao de uma região devastada por acidentes naturais.

Isso explica a insidiosa campanha contra o atual governo municipal, em especial ao setor de saúde. Até mesmo argumentos menos nobres como a divulgação em rede social, de texto apócrifo que informava como líquida e certa a renúncia de Ivandro Correa ao cargo de Secretário, foram utilizados. É banditismo, não é criativo, mas é compreensível.

A degradação do sistema de saúde não se deu por uma falha de administração, má gestão, erros de continuidade administrativa ou incapacidade dos profissionais de saúde que a compõe. Tudo leva a crer que foi um bem engendrado plano de desvios de recursos. Medicamentos superfaturados, licitações viciadas, compras mal dirigidas e o sucateamento jamais visto tanto na parte física das unidades que apresentam todos os tipos de problemas estruturais – mesmo com tantas reformas – , quanto nos equipamentos em péssimas ou nenhuma condição de uso.

O levantamento das reais condições dos postos de atendimento da Capital está em fase de finalização, os equipamentos sem condições de uso, em volume que lotariam um campo de futebol, foram recolhidos e deverão ser restaurados; as Unidades de Pronto Atendimento se adéquam aos padrões exigidos pelo Ministério da Saúde para que venham a ser beneficiadas com verbas de programas federais; equipes de profissionais da saúde atenderão no Centro de Especialidades Médicas para zerar as filas de espera em diversas especialidades como psiquiatria e ortopedia.

Assim caminha o trabalho desenvolvido para sanar o déficit representado pela saúde em nosso município, longe da perfeição, mas objetivamente direcionado.

Escândalos sufocados

Traçando-se um paralelo necessário, pode-se imaginar, mas neste momento não comprovar, o montante dos desvios que afeta a saúde pública. Se nos hospitais do Câncer e Universitário foi desarticulada pelas investigações da Polícia Federal em parceria com o Ministério Público, a máfia que desviou para entidades particulares milhões de reais, e se dessa máfia foram indiciados apenas alguns dos servidores envolvidos, pode-se intuir o tamanho deste arremedo de “Cosa Nostra” que se beneficia do estrangulamento do sistema de saúde municipal.

Pode-se também conjecturara a força com que estes “beneficiários da saúde” se lançam contra a atual gestão de saúde e o quanto de escândalos estão, ainda, encobertos. O que foi apurado corresponde à ponta do iceberg. No caso da saúde, a melhor imagem para descrever as forças maléficas envolvidas e o volume de dinheiro envolvido é o câncer de pele, que se percebe mas não se consegue avaliar, a princípio, sua extensão e profundidade.

A saúde em Campo Grande foi levada ao estágio de quase morte e ficaria mantida assim, sobrevivendo por aparelhos, até que este últimos aparelhos também fosse sucateado em benefício da Máfia da Saúde.

Quando foram acesas as luzes desta UTI nefasta e proposta uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Câmara Municipal pela vereadora Luiza Ribeiro (PPS), sentido-se ameaçados de serem expostos à execração pública, trataram de anestesiar o ímpeto moralizador. Mas a imagem e o odor putrefatos da paciente Saúde Pública ganharam manchetes, então a moralizadora bancada de apoio ao antigo governo municipal e atual e persistente governo federal, frutos de um mesmo grupo, sacou da cartola a solução: criar uma CPI que não tem intenção de curar a enferma, mas providenciar um biombo que impeça sua exposição pública.





O governador André Puccinelli divulgou em rede social, que está mediando empréstimo a juros menores que os oferecidos pelas instituições financeiras e garantiu que o Estado se dispõe a assumir o pagamento destes juros, no valor aproximado de R$ 500 mil reais, além de manter os repasses mensais. A administração da saúde na Capital opera no molde de “gestão plena” e a Santa Casa não é gerida pelo Estado. A Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG) retoma a administração após oito anos de intervenção.




Uma questão fica no ar: Resolve?

Nem a ABCG, nem as juntas interventoras conseguiram sanear as contas da Santa Casa; todas as administrações estiveram e estão sob suspeita de desvios; as acusações que pesaram sobre a ABCG também pesaram sobre as juntas interventoras e, durante todo esse imenso período, as clínicas particulares associadas àquele hospital (e outros), recebendo os mesmos valores do Sistema Único de Saúde (SUS), vão muito bem, obrigado. Explicações podem – e são – ser pinçadas nas mais variadas e díspares teorias contábeis. A Santa Casa continua seu caminho à beira do abismo financeiro e o parco conhecimento da população que sustenta com seus impostos uma saúde pública moribunda, não alcança entender os desvãos destas verbas. 

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