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sábado, 18 de maio de 2013

O Campo é Grande e os passos, lentos

Existe um retardar de passos na administração municipal de Campo Grande, sentido, sabido, notado. Sofrido na pele pela população. Mas problemas sempre existiram e nunca irão se extinguir, sobretudo quando se trata de administração pública. O ambiente social e a sociedade são um organismo pulsante e em constante mudança, para melhor ou para pior.

Mas o aspecto mais intrigante na equação que norteia a gestão pública é o fato de, diferente da economia entendida como capitalista e privada não visar o lucro, ou melhor, ter como forma de lucro a satisfação social e a elevação da qualidade de vida com consequente encurtamento entre os patamares sociais, aqui colocada assim, de maneira extremamente simples.

No entanto, a construção política brasileira não entende “entrega à causa pública”, “espírito social” ou como queira se designar o desprendimento em prol de um trabalho que faça crescer a Nação. Visa apenas e tão somente o benefício próprio, nada mais do que isso. Evidente que nada se constrói sozinho, então acabam solapando mais e mais o erário, beneficiando também o seu “grupo”.

O atual prefeito, talvez por não haver encontrado os caminhos a percorrer, talvez por representar o término das fontes de receitas de um “grupo” constituído e sedimentado, talvez, e menos provável, por pretender construir uma administração correta e incorruptível, tem sido alvo de toda sorte de óbices e empecilhos que lhe travam o caminhar. Nesta toada, Campo Grande segue a passos lentos. Em alguns momentos, estanca.

Tudo o que poderia ser feito para impedir qualquer administração, foi feito a partir do momento que o “grupo” visualizou sua inexorável derrota. Compras e licitações foram cancelas, boatos foram lançados entre os servidores, sindicalistas cooptados e uma intensa e bem articulada rede contrainformação articulada. 

O que nos chega de informação são as merendas negadas às nossas crianças, as medicações inexistentes para nossos doentes, os buracos abertos na malha viária, o nosso direito de ir e vir determinado pelos ônibus em frangalhos. É a ponta do problema, aquela que nos perfura a carne.

O que não podemos quantificar é o volume de implicações que estes problemas guardam escondidos: o volume de recursos que implica o sobrepreço dos medicamentos e equipamentos para a saúde, o lucro que gerou para o “grupo” o encaminhamento de doentes para clínicas particulares; os contratos de fornecimento de merendas não consumidas; tantos buracos inexistentes que consumiram concreto asfáltico para seu cobrimento e o fazer errado para ter que fazer sempre.

Os passos podem ser lentos, mas devem ser dados em linha reta que indiquem um objetivo preciso. Erros, vamos chamar assim, existiram, e julgar e aplicar as leis cabe a justiça, punir cabe também ao cidadão eleitor. À atual equipe gestora cabe sanar os problemas e fazê-la caminhar. Vamos torcer acaloradamente... e vigiar.

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