Mas o aspecto mais intrigante na equação que norteia a
gestão pública é o fato de, diferente da economia entendida como capitalista e
privada não visar o lucro, ou melhor, ter como forma de lucro a satisfação
social e a elevação da qualidade de vida com consequente encurtamento entre os
patamares sociais, aqui colocada assim, de maneira extremamente simples.
No entanto, a construção política brasileira não entende
“entrega à causa pública”, “espírito social” ou como queira se designar o
desprendimento em prol de um trabalho que faça crescer a Nação. Visa apenas e
tão somente o benefício próprio, nada mais do que isso. Evidente que nada se
constrói sozinho, então acabam solapando mais e mais o erário, beneficiando
também o seu “grupo”.
O atual prefeito, talvez por não haver encontrado os
caminhos a percorrer, talvez por representar o término das fontes de receitas
de um “grupo” constituído e sedimentado, talvez, e menos provável, por
pretender construir uma administração correta e incorruptível, tem sido alvo de
toda sorte de óbices e empecilhos que lhe travam o caminhar. Nesta toada, Campo
Grande segue a passos lentos. Em alguns momentos, estanca.
Tudo o que poderia ser feito para impedir qualquer
administração, foi feito a partir do momento que o “grupo” visualizou sua
inexorável derrota. Compras e licitações foram cancelas, boatos foram lançados
entre os servidores, sindicalistas cooptados e uma intensa e bem articulada
rede contrainformação articulada.
O que nos chega de informação são as merendas negadas às
nossas crianças, as medicações inexistentes para nossos doentes, os buracos
abertos na malha viária, o nosso direito de ir e vir determinado pelos ônibus
em frangalhos. É a ponta do problema, aquela que nos perfura a carne.
O que não podemos quantificar é o volume de implicações que
estes problemas guardam escondidos: o volume de recursos que implica o
sobrepreço dos medicamentos e equipamentos para a saúde, o lucro que gerou para
o “grupo” o encaminhamento de doentes para clínicas particulares; os contratos
de fornecimento de merendas não consumidas; tantos buracos inexistentes que
consumiram concreto asfáltico para seu cobrimento e o fazer errado para ter que
fazer sempre.
Os passos podem ser lentos, mas devem ser dados em linha
reta que indiquem um objetivo preciso. Erros, vamos chamar assim, existiram, e
julgar e aplicar as leis cabe a justiça, punir cabe também ao cidadão eleitor.
À atual equipe gestora cabe sanar os problemas e fazê-la caminhar. Vamos torcer
acaloradamente... e vigiar.
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