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segunda-feira, 10 de junho de 2013

Alcides Bernal e a imagem da deusa Kuan Yin

Kuan Yin diz que a realidade está na mente de cada um, e a deusa descrita com mil braços e números variados de olhos, mãos e cabeças, às vezes com um olho na palma de cada mão, representa a mãe onipresente, olhando simultaneamente em toda direção.

Mas no caso do governo municipal de Campo Grande, a semelhança para na visão da imagem e saímos do sagrado para o profano para podermos dizer que a imagem do prefeito seria representada por mil mãos direitas ou mil mãos esquerdas que se esbarram, se embaralham e coloca quaisquer boas intenções a perder.

A administração está parada porque todas as ações têm que passar necessariamente pelos seus olhos ou mãos, cada pequeno detalhe espera pela sua aprovação pessoal. Bernal chefia sem ter liderança. Escolheu maior parte de seu secretariado entre os que lhe obedecem cegamente, não entre os mais capacitados. Vê vultos e perseguições onde sequer existem sombras.

Sem mover uma escavadeira sequer, sua primeira obra foi construir o fosso que separou a Prefeitura, primeiro dos aliados da campanha, depois dos aliados na Câmara, indicando clara intenção de isolar-se dos adversários, que em sua interpretação são apenas inimigos. A Capital suportará quatro anos de beligerância?

Qual é o tipo de fobia de Alcides Bernal? O que o leva a buscar fazer tudo e não conseguir nada? Por que resgatou a cerimônia de beija-mão? Até quando vai manter seus melhores secretários? Não responde. Suas tímidas tentativas de aproximação com o mundo exterior costumam desandar em atritos.

Enquanto isso, Campo Grande está parada, sem investimentos. Perdemos mais que divisas, também os necessários empregos. Empresários já estabelecidos e que necessitam desse crescimento que fará girar a economia, que dará pujança à economia, pensam ir-se embora. Isso significa uma leva de desempregados desesperançados.

Nada funciona. Suas mãos vão se transformando em tentáculos que sufocam e matam, ao contrário das mãos de Kuan Yin que consolam. As crianças estão sem alimentos nas creches, o material escolar chegou com inexplicável atraso, a saúde começa a responder negativamente e mesmo os questionamentos feitos cara a cara, na presença de tantos, são imputados aos inimigos-opositores.

Seus apoios – porque amigos não os têm – se foram. Alguns poucos abnegados que esperam pelos milagres de Kuan Yin ou outros santos e deuses que farão o prefeito enxergar e, quiçá, entender a seara político-administrativo, ainda lhe sustentam na Câmara. Até quando?

Com isso abre-se extenso campo fragilidade que vem sendo aproveitado pelos opositores. Se já eram mal intencionados, agora chutam cachorro morto. As CPIs das galinhas se proliferam e ficam nas mãos das raposas.

Ao prefeito ainda restam os últimos suspiros da esperança que foi depositada em urna. O povo não quer acreditar que errou tanto. Ainda guardam a esperança de terem atendidos seus desejos de outubro de 2012. Aguardam um prefeito que saiba administrar o dia a dia da prefeitura, permitindo que a cidade avance econômica e socialmente, e administrar os conflitos políticos que fazem parte da Democracia. Para um, é necessário sair da zona tenebrosa das sombras da desconfiança e delegar poderes – depois de definir um secretariado que se iguale em nível elevado –, para o outro é necessário baixar a ponte sobre o fosso, de tal forma que lhe permita atender aos que solicitam e sair para manter diálogo com aliados e adversários.



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