A
Câmara Federal é composta por 513 deputados, dos quais aproximadamente 480 são
considerados do “baixo clero”, não aparecem nas mídias, vivem como sombras pelos desvãos do
poder, mas seus votos são tão válidos quanto qualquer outro e casualmente são
usados para apresentarem projetos de importância, mas que devem passar
despercebidos pela mídia, como o que tentou implantar o retorno da Censura
durante o governo Lula.
Você,
dono efetivo do voto e que deveria atuar como fiscal das ações dos deputados,
acredita que seus rendimentos são justos? Seu eleito é um bom parlamentar?
Votos
desperdiçados em políticos ruins, mas caros
São
513 deputados federais e, em sua maioria obscuros parlamentares que, quando se
arvoram em conhecedores das questões brasileiras, apresentam projetos no mínimo
risíveis e despropositados, como o Projeto de Emenda à Constituição nº 37
(PEC-37), proposta por Nazareno Fonteles, do PT do Piauí, que ganhou
repercussão nacional e certo deboche por parte dos políticos. Outras propostas
tão caras aos Poderosos de Plantão, como o projeto de Controle da Mídia, inicialmente
rechaçado por justas e óbvias razões, retornou à pauta de votação tempos
depois, apresentado por um inexpressivo representante de algum rincão do
pequeno mundo brasilis.
Pelos
menos 480 parlamentares têm sua ação legislativa restrita ao”sim” e ao “não” em
votações, desde as mais banais até aquelas de maior envergadura pelo quanto
alteram os rumos econômicos, sociais, políticos e jurídicos do país. Nas
votações mais simples, a barganha pelos votos é menos acirrada, favores menores
são concedidos.
São
o temido “Baixo Clero”, expressão criada pelo deputado Ulysses Guimarães, que
define aqueles de pouca expressão movidos por interesses paroquiais e, mormente
mesquinhos. Formam uma expressiva massa de força eleitoral e inexpressão
política e gravitam ao redor das figuras renomadas que os noticiários buscam
ouvir. São recebidos pelos assessores menos graduados e lembrados em épocas
eleitorais pelos seus presidentes de partidos (quando não, eles são os
presidentes de suas agremiações de pouca densidade eleitoral e programas
partidários mal conhecidos). Nem todos pertencem a partidos de aluguel, mas
pode-se dizer que são deputados de aluguel.
"Você diz que esse é o pior Congresso,
porque ainda não viu o próximo...".
Ulysses Guimarães
Prontos para o golpe
Para
aqueles que não os temem, sugerimos que tenham uma boa conversa com Luiz
Eduardo Greenhalgh (PT), candidato à presidência da Câmara Federal em 2005,
derrotado por Severino Cavalcanti do PP, que por não haver tido nenhuma atuação
que lhe desse embasamento para o cargo, foi flagrado em atos de corrupção.
Migalhas perto do que supõe a imaginação popular.
Entre
tantos motivos elencados para a derrota de Geenhalgh, lembre-se que ele sempre
menosprezou o baixo Clero, sequer os cumprimentava. Severino Cavalcante era
influente entre os menores e sua plataforma baseou-se em maiores ganhos para os
pequenos, e uma visibilidade que lhes fizesse serem cumprimentados e
reconhecidos mesmo no intervalo entre votações importantes.
Esta
divisão de poderes, custa caro e aumenta o rombo nas finanças do Estado.
Estima-se que o ganho de um “destaque” gire em torno de R$ 400 mil, enquanto
que o “sombra” receba algo em torno de R$ 200 mil. Não em salários, mas em
pagamentos feitos em esquema de “caixa dois”, contabilidade ilegal mas
moralmente aceita segundo Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT no esquema do
mensalão. Quem paga a conta mais uma vez é o povo.
Assembleia de MS
Mantidas
as devidas proporções, o quadro se repete e se reflete nas Assembleias
Legislativas dos Estados, e o Mato Grosso do Sul não é exceção. Mas não vamos
fazer juízo de valores, pedimos que o leitor faça uma reflexão sobre os
deputados estaduais que representam a totalidade do povo sul-mato-grossense em
seus embates por melhores condições de vida, crescimento econômico e social de
todo o estado e sua consequente e equânime divisão.
Quantos
são os deputados? Quais partidos políticos estão representados? Quem ocupa a
presidência e demais cargos da Mesa Diretora? Quais são os deputados? Por fim,
em quem você votou nas últimas eleições?
Não
basta mais que isso para que se conheça o grau de importância de cada um, para
que se conheçam os que, efetivamente ocupam a mídia por mérito de trabalho e
projeto, não por fazerem parte do corpo de apresentadores de programas tipo
“lembrem-se de mim, porque quem é visto é lembrado”.
Faça
o mesmo com relação aos senadores e deputados federais de Mato Grosso do Sul.
Este exercício indicará de forma precisa o valor de cada um, e orientará o seu
voto, se consciente, ou margeará o valor se ele for vendido.
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