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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Chegou a hora de deputados mostrarem suas caras

Ao colocar um ‘asterisco ético’ em seu currículo ao convocar o suplente do presidiário e deputado Natan Donadon (RO), além de reprovar publicamente a manutenção do deputado por voto secreto, abstenções, faltas à sessão e outras artimanhas, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) colocará em votação nessa terça-feira (3), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 349/2001 que propõe o voto secreto em todas as deliberações do Congresso.

A proposta de 2001 enfrenta resistências e já foi aprovada em primeiro turno no ano de 2006, permanecendo parada até agora por falta de acordo entre os partidos. No entanto, até mesmo Henrique Alves, que em acordo informal com o presidente do senado, Renan Calheiros (PMDB) e a presidente Dilma Rousseff (PT) tentam de todas as formas vender alterações de rota que indiquem que estes poderes entenderam e buscam atender as reivindicações das ruas. Entenda-se – e eles entenderam – que essas reivindicações iniciadas em junho de 2013 não são representadas apenas por aqueles que participaram de marchas e protestos, mas contam com o apoio irrestrito de grande parte da sociedade. Querem vender como reais as mudanças que são apenas aparentes numa tentativa de manter o status quo.

Henrique Alves chegou a dizer: “Peço desculpas ao povo brasileiro por aquela decisão”. Mas não consegue fazer crer em sua sinceridade ou no empenho demonstrado por seus pares diante dos microfones. E a verdade escancarada é o fato de que outra PEC, a 196/2012, já aprovada pelo Senado e que impede o voto secreto “apenas nos casos de cassação de mandato” poderá ser uma alternativa para o consenso. Se realmente houvesse o desejo de acabar com essa imoralidade do voto oculto, a comissão especial criada a mais de 30 dias para analisar o mérito da proposta, teria conseguido quórum para debater a matéria, o que não aconteceu.

'Criei essa comissão especial há mais de um mês, mas não consegui preencher com os deputados. Tanto que tive de fazer o preenchimento à revelia de alguns partidos Só que ela [a comissão] não está conseguindo ter quórum para deliberar e passar as dez sessões obrigatórias para ir a plenário', frisou o presidente da Câmara.


Chegou a hora dos nobres deputados mostrarem suas caras para que possamos ver quem paga para a gente ficar assim.

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