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domingo, 3 de novembro de 2013

A quem pertenço?

Imagem: Gutemberg Ostemberg
Pudesse falar de forma a ser entendida por todos, Campo Grande certamente faria algumas perguntas:

A quem pertenço? Qual a validade de tantas congratulações no meu recente aniversário em 26 de agosto? Por que me partem e repartem? Talvez dissesse, apenas:  pertenço à terra e recebo o povo, numa troca generosa entre o doar-me e ser fecundada de progresso.

Mas não é da terra que se fala, é do poder sobre ela. Campo Grande estará aqui, acolhendo sob seu solo o corpo daqueles se arrogam sua posse.

Vivemos um momento de guerra entre poderes? Não. Vivemos um momento de guerra entre grupos que sequer chegam a ser rivais. O castelo caiu e o rei ficou exposto, nu. Toda a nobreza que o acompanhava perdeu sua fonte de ganhos e as falcatruas podem ficar a descoberto. Apenas isso. Uma guerra para retomada do poder e dos “negócios do governo” para um grupo. Uma história que se repete desde os tempos de colônia.

Com a queda do grupo que comandava o governo há muito, porque antes mesmo da hegemonia do PMDB o que havia era uma troca amigável de comando, esfacelou-se o controle do livro caixa.

Alcides Bernal se tornou o alvo. Intransigente e irascível, suas atitudes são inesperadas, para mais ou para menos. Não quis ou não pôde compactuar? Seria um governo correto ou elevaria ao poder de mando e controle do caixa outro grupo? São dúvidas. Cometeu erros, beneficiou alguns, de forma incorreta?

Na dúvida, tentaram, tentam e tentarão desqualificá-lo. A lógica perversa e simples é apontar seus erros e impedir que levem a sério prováveis e possíveis denúncias de desvios no governo passado.

Bernal não é o pior governante, nem o melhor. Seu maior defeito é ser imaturo e despreparado. Sofre de um não se sabe o quê de desconfiança, como que projetando sua própria imagem ao outro. Apoio lhe foi oferecido, mas parece que o temor de dividir, compartilhar, lhe fala mais alto.



Mas, Campo Grande não fala, sequer reclama. Seu povo sim. Fez seu próprio impeachment de quem acreditou ser o representante de um grupo; varrerá os outros e, se não funcionar com Bernal, vai jogá-lo no ostracismo. 

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