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Imagem: Gutemberg Ostemberg |
A quem pertenço? Qual a validade de tantas congratulações no
meu recente aniversário em 26 de agosto? Por que me partem e repartem? Talvez dissesse,
apenas: pertenço à terra e recebo o
povo, numa troca generosa entre o doar-me e ser fecundada de progresso.
Mas não é da terra que se fala, é do poder sobre ela. Campo
Grande estará aqui, acolhendo sob seu solo o corpo daqueles se arrogam sua posse.
Vivemos um momento de guerra entre poderes? Não. Vivemos um
momento de guerra entre grupos que sequer chegam a ser rivais. O castelo caiu e
o rei ficou exposto, nu. Toda a nobreza que o acompanhava perdeu sua fonte de
ganhos e as falcatruas podem ficar a descoberto. Apenas isso. Uma guerra para
retomada do poder e dos “negócios do governo” para um grupo. Uma história que
se repete desde os tempos de colônia.
Com a queda do grupo que comandava o governo há muito, porque
antes mesmo da hegemonia do PMDB o que havia era uma troca amigável de comando,
esfacelou-se o controle do livro caixa.
Alcides Bernal se tornou o alvo. Intransigente e irascível,
suas atitudes são inesperadas, para mais ou para menos. Não quis ou não pôde
compactuar? Seria um governo correto ou elevaria ao poder de mando e controle
do caixa outro grupo? São dúvidas. Cometeu erros, beneficiou alguns, de forma
incorreta?
Na dúvida, tentaram, tentam e tentarão desqualificá-lo. A
lógica perversa e simples é apontar seus erros e impedir que levem a sério
prováveis e possíveis denúncias de desvios no governo passado.
Bernal não é o pior governante, nem o melhor. Seu maior
defeito é ser imaturo e despreparado. Sofre de um não se sabe o quê de
desconfiança, como que projetando sua própria imagem ao outro. Apoio lhe foi
oferecido, mas parece que o temor de dividir, compartilhar, lhe fala mais alto.
Mas, Campo Grande não fala, sequer reclama. Seu povo sim. Fez
seu próprio impeachment de quem acreditou ser o representante de um grupo;
varrerá os outros e, se não funcionar com Bernal, vai jogá-lo no ostracismo.
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