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domingo, 17 de novembro de 2013

Para nos redimir

Nossa historiografia escrita pela visão inconteste e verdadeira dos vencedores, num revés, ganha o capítulo dos vencidos. O Supremo Tribunal Federal determinou a execução das penas de condenados por envolvimento no Mensalão, que veio a público graças à imprensa e teve sua existência ‘virtual’ lançada ao terreno do real pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), rompendo as defesas do até então onisciente e oniponte ministro do primeiro governo Lula (PT), José Dirceu.

Mais que cumprir a Justiça desejada pela população ainda que tardios oito anos após o desmantelamento do esquema de propinas, coloca em xeque um modorrento e inconfiável legislativo que calorosa e docemente abraça sua escória como filhos pródigos e os ampara e protege, como no caso Natan Donadon. E agora, José Genoino (PT-SP), João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT) serão entregues à ressocialização (função do sistema prisional), ou agraciados com guarda e mimos para que não lhes reste trauma devido à execração pública?

A Justiça condenou o cidadão a ter esperança. Ao quebrar a impunidade espúria com a qual convivíamos, o julgamento do mensalão permitiu que os inalcançáveis experimentassem o medo. As duas principais capitais do país, Brasília e São Paulo, neste momento são alvo e campo de investigações. Ressurge a esperança de que, por fim, o mensalão mineiro protagonizado por políticos do PSDB, que tanto cobraram por (justas) punições, saia do marasmo da falta de ‘vontade política’.

O último grande personagem descrito como “esperto e vencedor” pela história oficial, deverá ser Paulo Salim Maluf. E não deixará saudade quando partir.


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