Nossa historiografia escrita pela visão inconteste e
verdadeira dos vencedores, num revés, ganha o capítulo dos vencidos. O Supremo
Tribunal Federal determinou a execução das penas de condenados por envolvimento
no Mensalão, que veio a público graças à imprensa e teve sua existência
‘virtual’ lançada ao terreno do real pelo então deputado federal Roberto
Jefferson (PTB-RJ), rompendo as defesas do até então onisciente e oniponte
ministro do primeiro governo Lula (PT), José Dirceu.
Mais que cumprir a Justiça desejada pela população ainda que
tardios oito anos após o desmantelamento do esquema de propinas, coloca em
xeque um modorrento e inconfiável legislativo que calorosa e docemente abraça
sua escória como filhos pródigos e os ampara e protege, como no caso Natan Donadon.
E agora, José Genoino (PT-SP), João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto
(PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT) serão entregues à ressocialização (função do
sistema prisional), ou agraciados com guarda e mimos para que não lhes reste
trauma devido à execração pública?
A Justiça condenou o cidadão a ter esperança. Ao quebrar a
impunidade espúria com a qual convivíamos, o julgamento do mensalão permitiu
que os inalcançáveis experimentassem o medo. As duas principais capitais do
país, Brasília e São Paulo, neste momento são alvo e campo de investigações.
Ressurge a esperança de que, por fim, o mensalão mineiro protagonizado por
políticos do PSDB, que tanto cobraram por (justas) punições, saia do marasmo da
falta de ‘vontade política’.
O último grande personagem descrito como “esperto e vencedor”
pela história oficial, deverá ser Paulo Salim Maluf. E não deixará saudade
quando partir.
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