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A prostatectomia é indicada apenas para o câncer de próstata?
Sim,
a prostatectomia é, por excelência, a cirurgia para retirada da próstata.
"O procedimento cirúrgico é indicado para pacientes que podem se
beneficiar do tratamento", explica o urologista Alfredo Canalini,
presidente da Sociedade Brasileira de Urologia regional Rio de janeiro. A
cirurgia é realizada nos casos de câncer de próstata pois seu objetivo é
retirar todo o tumor maligno - e essa é a única maneira de obter êxito.
Entretanto, em alguns casos, ela pode ser indicada para a hiperplasia
prostática, doença definida pelo crescimento anormal da próstata. A
hiperplasia, embora possa se transformar em um câncer, é uma condição ainda
benigna.
A próstata é sempre retirada
completamente?
Nem sempre.
"No tratamento do câncer de próstata, sim, é necessário retirar todo o
órgão para extirpação total da doença, visando cura e diminuindo a
possibilidade de recidiva ou necessidade de tratamento complementar",
afirma o urologista e cirurgião geral Rodrigo Frota, diretor da Sociedade de
Urologia do Rio de Janeiro. Nesse caso a cirurgia é chamada de prostatectomia
radical, e são retiradas a próstata e as vesículas seminais. "Mas também
pode ser feita a prostatectomia retropúbica, para tratamento da hiperplasia de
próstata, onde se retira parcialmente o órgão."
Voltarei a urinar normalmente?
É muito comum
a hiperplasia prostática causar urgência para urinar ou gotejamento de urina, e
a expectativa do paciente é que esse problema seja extinguido com a cirurgia.
Entretanto, a prostatectomia envolve a retirada de uma parte da musculatura que
controla a abertura e o fechamento da uretra - e o resultado disso é a
incontinência urinária. "Parte da uretra passa pela próstata, e com a sua
retirada, é necessário ligar a bexiga com parte da uretra, o que ocasiona
incontinência pós-operatória", afirma o urologista Rodrigo. Essa
complicação no geral é transitória, e, de acordo com Alfredo Canalini, o
tratamento fisioterápico específico é uma opção para aumentar as chances de
recuperação no pós-operatório.
Além disso, a técnica robótica usada hoje em dia para a realização desse tipo de cirurgia possibilita uma maior liberdade de movimentos dos instrumentos e melhor visualização do local. "Dessa forma, evoluímos com uma melhora importante na recuperação da continência urinária, além de garantir que ela permaneça por um tempo mais curto", diz Rodrigo.
Além disso, a técnica robótica usada hoje em dia para a realização desse tipo de cirurgia possibilita uma maior liberdade de movimentos dos instrumentos e melhor visualização do local. "Dessa forma, evoluímos com uma melhora importante na recuperação da continência urinária, além de garantir que ela permaneça por um tempo mais curto", diz Rodrigo.
A cirurgia pode causar impotência?
Sim, o
problema pode acontecer em menor ou maior grau. Mas atualmente há mais cuidado
e técnicas avançadas para que a cirurgia afete o mínimo possível a função
sexual masculina. "A dificuldade de ereção após esta cirurgia ocorre
porque os nervos que inervam o pênis, comandando a ereção, passam ao lado da
próstata, e por vezes podem ser lesados em casos que, devido ao tamanho e
extensão do câncer, uma dissecção mais ampla em torno da próstata seja
necessária", conta o urologista Alfredo. Segundo Rodrigo Ueta, a técnica
robótica também pode ajudar nesse sentido, uma vez que proporciona melhor
visualização dos nervos, portanto, menos danos e menor possibilidade de
impotência no pós-operatório." Nos casos em que a neoplasia permite a
preservação dos feixes nervosos, há possibilidade de manutenção e recuperação
precoce da função erétil", afirma Ravendra Ryan Moniz, coordenador do
Departamento de Urologia do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer. Ele
afirma que, atualmente, tanto a disfunção erétil quanto a incontinência
urinária podem ser revertidas com o tempo médio de seis meses a um ano
Não vou mais ejacular?

A libido pode ser prejudicada?
Não, a
cirurgia não é responsável por possíveis alterações na libido. "A
alteração da libido está relacionada com fatores hormonais, que não são
afetados com esta cirurgia", explica o urologista Alfredo. Dessa forma, a
prostatectomia não irá interferir organicamente do desejo sexual do homem.
Entretanto, o homem poderá se sentir psicologicamente afetado pela cirurgia e,
com isso, ter sua libido prejudicada. Caso isso aconteça, é importante o
acompanhamento com um profissional.
A prostatectomia interfere no
tamanho do pênis?
De forma
alguma. A prostatectomia é a retirada da próstata e glândulas seminais, não
tendo qualquer relação com o pênis. A cirurgia não interfere no tamanho do
pênis ou qualquer outro tipo de deformação, uma vez que não envolve qualquer
procedimento com esse órgão.
Quais sintomas indicam que houve
uma complicação importante na cirurgia?
Segundo o
urologista Rodrigo, é importante ficar atento a sintomas como incontinência
urinária (com o uso de mais de três fraldas por dia), trombose vascular, lesões
no intestino e hemorragias. No geral, os pacientes devem ser acompanhados e
qualquer mudança perceptível após a cirurgia deve ser informada ao médico.
"Pacientes mais jovens e que tem por hábito, já no pré-operatório, a
prática de atividade física e mantém o peso ideal costumam ter uma recuperação
mais breve", afirma o urologista Ravendra.
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