Secretaria solicita ao Mercado
Livre informações sobre anúncio de venda de negros
Mariana
Branco // Agência Brasil

Por
meio da assessoria de imprensa, o Mercado Livre disse que ainda não recebeu o
pedido de informações, mas está à disposição da ouvidoria. O site informou que
entregou os dados cadastrais e de acesso do usuário à Polícia Civil do Rio de
Janeiro, após notificação oficial, para que o autor seja investigado.
Em
nota divulgada à imprensa, a empresa de vendas diz que o conteúdo foi retirado
do ar na segunda-feira (6), após denúncia dos usuários do site. O anúncio
repercutiu nas redes sociais no domingo (5). A nota do Mercado Livre diz que o
site de vendas repudia o conteúdo da postagem e que todos os anúncios
publicados têm um botão de denúncia. 'Os usuários que infringem as regras do
Mercado Livre têm seu cadastro cancelado. Reiteramos que o Mercado Livre está
sempre à disposição para colaborar com as autoridades', declara o texto.
O
ouvidor nacional, Carlos Alberto Silva Júnior, explica que quem fez a postagem
pode ser enquadrado no Artigo 20 da Lei n° 7.716/1989, que prevê pena de
reclusão de dois a cinco anos e multa para quem praticar, induzir ou incitar a
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
nacional. Carlos Alberto destaca que quem compartilhar o material ofensivo em
blogs ou redes sociais com intenção de denegrir ou discriminar pode responder
pelos mesmos crimes.
Além
da penalização de quem cria ou compartilha o conteúdo, Silva Júnior defende a
responsabilização dos sites que, na avaliação dele, deveriam ter dispositivos
de segurança para barrar material preconceituoso. 'Não é possível que uma
plataforma dessa não consiga oferecer nenhum tipo de filtro. É precisa que seja
oferecida denuncia para responsabilização da plataforma, o que, por enquanto,
não aconteceu', diz. Segundo ele, a prerrogativa de responsabilizar plataformas
que deixam passar conteúdo discriminatório é do Ministério Público. 'É uma
ofensa à sociedade como um todo. [A legitimidade para denunciar] cabe ao
Ministério Público', destaca.
No
ano passado, um anúncio semelhante ao atual, vendendo pessoas negras, foi
postado no Mercado Livre. Na ocasião, a Ouvidoria da Igualdade Racial também
solicitou os dados do usuário, que foram fornecidos. De acordo com Silva
Júnior, o Ministério Público ofereceu denúncia contra o autor da postagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário