Esse povo é estranho em suas posições,
nunca definem o que é censura deles e dos outros. Depende, parece de quem tem a
caneta na mão. Um dos grandes estadistas do Brasil tem sua história manchada
pela Censura que impôs; Getúlio Vargas e o Departamento de Imprensa e
Propaganda (DIP). Foi presidente eleito, Ditador, prendeu e expurgou os grandes
da história do país, ainda que ele tenha sido um dos grandes.
Alguns generais, almirantes,
brigadeiros, civis e que tais de plantão
em nossa Democracia que não houve na velha ou nova república, exerceram o poder
de censura desmesuradamente.
Mais recentemente, pretenderam
censurar Monteiro Lobato na base ideológica do “politicamente correto”, buscaram
“corrigir” a letra do “Atirei o Pau no Gato” sem entender que política, no
Brasil, não pode e não poderia ser considerada “correta” com nosso passado, e
com a atual situação na qual vivíamos. “Política ‘Moralmente’ correta”; nem
pensaram em estabelecer quando prometeram tanto e roubaram mais. É patético,
seria risível, se não fosse sério.
Mas, deixando de lado essa malcheirosa
política, vamos nos ater à odionda Censura.
Exibir um documentário como o “1964 –
O Brasil entre armas e livros”, é queimar livros e proibir o Livre Pensar como
fizeram os mais conhecidos regimes autoritários. Se permitiram um filme sobre Marighella, por que
não permitir, ou me permitir, ou permitir a quem quer que seja de buscar ouvir,
ver, intuir o outro lado de uma mesma história. Não gosta de brincar, não desce
pro play.
No Site adorocinema.com, um bom texto diz: “Devido à ditadura militar, muito
sobre os bastidores da época foi mantido em sigilo ou, no máximo, pouco
divulgado. Natural, afinal de contas o país vivia um período onde a censura atuava com rigor, impedindo a
publicação livre de notícias e opiniões. Nos últimos anos, o cinema brasileiro
tem recuperado um pouco desta história, seja devido à vivência dos diretores
mais antigos ou pelo próprio interesse da nova geração. Não há, por enquanto,
um único filme que aborde a ditadura militar como um todo...”
O
tiro saiu pela culatra
A Censura é inconcebível. Se não
gosto, não assisto. Impedido pela rede Cinemark, o filme viralizou nas redes
sociais, alcançando mais de 1 milhão e 300 mil acessos. Ruim foi um dos disseminadores
estar e usar o Palácio do Planalto para isso. Inconcebível. Quem divulgou, empresário
paulista, assumiu, sem culpa, sem medo.
Todo o resto de discutir se a obra é “politicamente
correta, ou incorreta” é apenas hipocrisia. Tudo é válido quando EU detenho o
poder, Tudo é válido quando concebo uma autoridade suprema a mim não atribuída.
Nada é válido quando, por meio da Censura, impeço a discussão de ideias e
ideais.
Também não dá pra reclamar quando se
coloca o Velez como ministro da Educação, isso não. Ou se acaba com a Censura e
a disseminação da idiotice, ou fechamos tudo isso e transformamos numa grande
indústria de mão de obra sem nexo, sem senso de ridículo. Institucionalizar a
censura é remeter a Copérnico, acaso os seres humanos não progredissem, ainda
teríamos como verdade que a Terra é o centro do Universo. Galileu Galilei foi
quase condenado à fogueira por defender o heliocentrismo, a mesma sorte não teve o cientista italiano Giordano
Bruno que foi julgado e condenado a morte. Mas, afinal, para quem tem a
ministra da Mulher, Família e Direitos
Humanos, Damares Alves, sabe-se lá.
A
ministra se apresenta como uma “advogada mestre e em educação”, e completa dizendo ser especializada em “direito
constitucional e direito em família”, no entanto admite não ter formação acadêmica, mas
utilizou uma comparação bíblica em sua defesa: “Diferentemente do mestre
secular, que precisa ir a uma universidade para fazer mestrado, nas igrejas
cristãs é chamado mestre todo aquele que é dedicado ao ensino bíblico”.
Ou a coisa mudou nossa visão e posição
de mundo a partir do rancor perpetrado pelo passado, mais distante ou mais
recente. Esquerda – Direita, Volver! Duas polarizações que se confrontam em
forças proporcionais e contrárias impedindo o avanço, até para as laterais.
Livrem-nos das Censuras.
A Constituição
brasileira define a liberdade de expressão como um direito fundamental, uma
cláusula pétrea. Além disso, proíbe qualquer forma de censura prévia. Nenhum
direito, no entanto, é absoluto. Ofensas à honra, à dignidade e à privacidade
podem ser coibidas na forma da lei. Esse é o arcabouço básico que rege a comunicação
no Brasil e nas sociedades minimamente civilizadas.
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