Advogados ganham dinheiro com
criminosos, não com inocentes.
Todo mundo vê e intui a criminalização
de envolvidos nos mais diversos crimes. Qualquer crime, por mais bárbaro que
seja, ainda que todos os crimes sejam graves, mas sempre há um advogado para
buscar a prova dos seus clientes. Pego em flagrante, com a arma do crime,
motivação e tudo mais, cabe um último recurso de sob forme comoção, etc, etc.
Houve época em que homicidas
(não havia o termo feminicidas) matavam em nome da honra, por uma traição, por
uma suspeita, por tudo. Mas sempre havia um advogado para buscar e convencer
juízes e desembargadores de que havia motivo plausível para a crueldade.
E assim segue.
Corre
nas mídias sociais a piada:
-
Sua mulher está lhe traindo, veja as
filmagens dela com outros homens.
- Essa filmagem foi obtida com
autorização judicial?
-
Não, evidente.
- Então não há provas. E perde a
amizade com o amigo informante.
Coloquei
como está, mas pode ser mulher ou homem. Não me culpem por machismo.
No caso da Operação Lama
Asfáltica, é bom lembrar que todos foram absolvidos nos julgamentos aqui no
Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, apesar da investigação e
apresentação de prova do Ministério Público Estadual. Não causou estranheza por
parte da população que, a cada dia mais desacredita da Justiça, em especial nas
coisas do nosso Velho-Centro-Oeste.
Então, por envolver também
verbas federais, o caso foi passado, como forma de apoio, ao Ministério Público
Federal, que tem um aporte maior. Deu no que deu, vários políticos e
empresários de Mato Grosso do Sul presos. Agora o “buraco é mais embaixo”.
Pelas auras dos anjos, caídos
ou não, Nelsinho Trad conquistou o cargo de senador da República, eleito pela
população deste estado. Agora, tem foro privilegiado e a ascendência sobre
outro poder que, aparentemente anda a reboque do poder Executivo e Legislativo,
pois indicado pelo primeiro e confirmado pelo segundo. A independência dos
poderes esbarra nessas indicações.
Quando nada mais parecia nos
surpreender, “O TJ/MS (Tribunal de Justiça de
Mato Grosso do Sul) aceitou recurso de Nelson Trad Filho (PSD), ex-prefeito de
Campo Grande e atual senador, e rejeitou ação de improbidade administrativa por
irregularidades em contratos do tapa-buraco na Capital. O ex-gestor responde a
mais de dez ações sobre o serviço da época em que foi prefeito.”
Então,
dá o que pensar o fato de tantos estarem encarcerados enquanto o gestor da
época, e hoje senador da República (com todo o poder a ele conferido), ser
inocentado. O MP vai recorrer, mas talvez haja uma demora de oito anos (período
de mandato do Senado) para que o caso seja analisado. Daí vem a prescrição e
tudo mais.
Vou
reler a obra Ali Babá e os Quarenta Ladrões, que faz parte do Livro das Mil e Uma Noites ou Noites na Arábia para descobrir se havia algum inocente entre o grupo.
Talvez me convença que eram apenas 39.
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