Loading

terça-feira, 2 de abril de 2013

Traição e golpe da oposição enterra CPI da Saúde


Dentro de quatro anos estará esquecida a traição perpetrada pelos vereadores Eduardo Romero (PTdoB) e Paulo Pedra (PDT), bem como a estranha volta na assinatura empenhada por Coringa (PSD) e Paulo Siufi (PMDB) no episódio que envolve a criação da CPI da Saúde, que daria transparência e agilidade à corrupção que grassou por tantos na Saúde da Capital.
A vereadora Luiza Ribeiro (PPS) reapresentou a proposta na sessão da terça-feira (2) com três novas assinaturas, dos vereadores Alex do PT, líder do prefeito, João Rocha (PSDB), Coringa (PSD) e Paulo Siufi. Foi então que entrou em cena a tropa de choque.

O presidente da Mesa Diretora da Câmara, Mario Cesar (PMDB) suspendeu a sessão e convocou reunião com todos os vereadores. Pouco tempo depois, os vereadores da base aliada de Bernal foram dispensados e a reunião prosseguiu com a bancada da oposição. Bastaram 20 minutos para Mario Cesar comunicar que os vereadores Eduardo Romero, Paulo Pedra, Coringa e Paulo Siufi haviam retirado seus nomes da proposta.

"É triste dizer, mas acho que esse debate chegou a exaustão na Casa. A sociedade, o prefeito, nove vereadores, o Ministério Público e o Conselho Estadual de Saúde defendem a CPI, mas vinte vereadores não querem.” Luiza Ribeiro

Não é difícil imaginar os argumentos usados para o “convencimento”. O PDT de Paulo Pedra acaba de ser adoçado e agraciado com cargos no governo do Estado, parte do grupo do PMDB desmantelado nas últimas eleições municipais; o PTdoB do vereador Eduardo Romero, é reconhecidamente um partido que obedece cegamente ao governador André Puccinell; O PSD do ex-suplente e ex-senador temporário Antônio João está representado na Câmara por vereadores de primeiro mandato, cujo rumo é traçado pela direção do partido e Paulo Siufi (PMDB), com laços de parentesco que o ligam ao Hospital do Câncer e outros esquemas da Saúde vem jogando duro desde que foi preterido por Edson Giroto para concorrer à prefeitura.

Terminados os argumentos, começou a festa. Airton Saraiva (DEM) comemorava: “Mais uma derrota”. Não explicou de quem era a comemorada derrota, se de Bernal ou da população que não tem outra opção para tratar a saúde, senão a pública. Mario Cesar confirmava ser uma decisão política: “É política, porque esta Casa é política.” Acreditamos que política seja uma forma de governar para e pelo Povo, mas enfim, se ele acredita que isso o que foi feito entra paredes é política, que seja.

Não assinaram a CPI os vereadores: Eduardo Romero, Paulo Pedra, Paulo Siufi (PMDB), Carla Stephanini (PMDB), Wanderlei Cabeludo (PMDB), Mário César (PMDB), Edil Albuquerque, Elizeu Dionízio (PSL), Alceu Bueno (PSL), Chiquinho Telles (PSD), Coringa (PSD), Delei Pinheiro (PSD), Carlão (PSB), Edson Shimabukuro (PTB), Flávio César (PTdoB), Otávio Trad (PTdoB), Grazielle Machado (PR), Jamal (PR), Herculano Borges (PSC), e Airton Saraiva (DEM). Assinaram tardiamente e foram também responsáveis pela morte da CPI os vereadores Alex do PT e João Rocha.

Dentro de quatro anos, tudo estará esquecido e os digníssimos edis apresentarão suas listas de realizações plenas de homenagens, requerimento para instalação de quebra-molas, tapa-puracos, cascalhamento, troca de nomes de ruas. E parte da população estará morta por falta de atendimento à Saúde.

5 comentários:

Anônimo disse...

Mas é justamente nesses momentos que a população tem que se manifestar! Caramba! Afinal, o vereador foi eleito pra representar o cidadão, o munícipe; e se é vontade desse cidadão que se instaure a CPI, isso tem que ser feito e pronto! Agora é a hora do povo sair às ruas, se plantar na porta da Câmara Municipal, invadir
o plenário, sei lá, fazer qualquer coisa, mas FAZER! O que aconteceu com o "o povo unido jamais será vencido"????

Zanza

Anônimo disse...

É utópico esse comentário,discurso de revolucionaria não resolve nada. A cultura da população não é essa e se fosse assim não teríamos tantos erros e governantes que não se preocupam com a população,estamos em 2013 e não mais em 76 época de revoltas.

Anônimo disse...

A situação existe e a população sabe o que acontece, apenas os vereadores que não fazem jus ao seus votos não apoiam a ideia.

jornalista Martins disse...

Agradeço a leitura e o comentário. Acredito que o discurso aliado à ação não é utopia, mas a necessária luta pela Democracia. Esta não é a cultura de uma população que por diversas vezes foi à luta pelos seus direitos, coisa que as diversas histórias oficiais relegam ao esquecimento. Aceitar a situação por não acreditar em mudanças, não creio ser o caminho para a Nação. Mas o fato de haver um comentário significa que a esperança por mudanças é latente. Agradeço.

Jornalista Martins disse...

Agradeço o comentário.Sim, concordo que a situação exige uma cobrança da população e a exigência que seus representantes se posicionem claramente a favor ou contra, mas que tenham argumentos válidos para tanto. Também expliquem claramente quais motivos os levaram a nunca exercer a função de fiscalizar.