De repente acendeu, no legislativo, a função de fiscalizar
que se manteve inativa para grande parte dos parlamentares, durante longos anos
de governo amigo. E a sanha de achincalhar, de responder do palanque à mudança
impingida pela população rompe os limites e invade, sem que percebam, o terreno
dos aliados. A grita da turba retumbante cobra atos e ações sem perceber que os
recentes antigos governos municipais agiram de tal forma e monta.
O legislativo está estagnado, salvo por ações de poucos
parlamentares que conseguem ir além dos requerimentos quase banais solicitando
toda sorte de melhorias localizadas. Quem vem pensando e exercendo seu mandato
está além dessa picuinha de comadres. Mesmo aqueles que se supunha melhores
preparados, têm agido sob a tutela e chicote dos mandatários senis, calando ou
trilhando seara que mire mais as poucas ações administrativas que não resvalem
em comprometimento político.
E o prefeito exerce seu jogo favorito, “paciência”, que não
precisa de parceiros, adversários, ou técnico. Onde apenas o sabor ou dissabor
da sorte do baralho dita o “até quando o jogo prosseguirá”, se irá sagrar-se
vencedor ou não.
Bernal quer manter uma marra ou não tem, realmente, preparo
para se relacionar com seus pares políticos, para delegar funções aos seus
auxiliares e para atender a imprensa?
No campo político, se não consegue manter um relacionamento,
podemos pensar que se pretende uma “avis rara”, salvador da pátria por suas
próprias forças e talentos. Também, que políticos não possuem confiabilidade
alguma, sejam eles aliados ou adversários.
Na seara administrativa, além destes talentos sobre-humanos,
parece que optou por contar em sua secretaria com pessoas que, mesmo não
primando pela competência, podem obedecer sem questionar e suportar sua
personalidade histriônica.
Em seu relacionamento com a imprensa, não existe
relacionamento com a imprensa. Talvez escudado pelas críticas que teceu
enquanto radialista e que lhe deram visibilidade popular e o guindaram ao poder
sem, na verdade, intuir o real sentido da liberdade de informação.
Não. Não possui inequívocos talentos. Não. Não sabe
compor-se no meio político onde o aliar-se, o recuar ou avançar em tempo certo,
o formar alianças é parte dessa ciência, e existem bons quadros na Capital.
Não. Entre os seus secretários alguns possuem elevada capacidade, outros menos,
mas nada que comprometa seriamente.
Que, por outro lado há excesso de alguns, sim. Mas outro
político histriônico e centralizador, nascido neste mesmo Centro-Oeste, teve
trajetória meteórica semelhante e, em meio à sua peça bufa, saiu teatralmente,
abandonado, para jogar o país num turbilhão político e numa Ditadura.
Por essa peraltice de outro marrento, perdeu o país,
perdemos todos.
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