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sábado, 25 de maio de 2013

O peralta marrento

A população da Capital de Mato Grosso do Sul, talvez, ou com certeza, não mereça assistir, ouvir ou ler todos os dias a guerra declarada entre a Câmara de Vereadores e a gestão do atual prefeito Alcides Bernal. Não são batalhas pontuais, mas constantes, ininterruptas, enfadonhas até.

De repente acendeu, no legislativo, a função de fiscalizar que se manteve inativa para grande parte dos parlamentares, durante longos anos de governo amigo. E a sanha de achincalhar, de responder do palanque à mudança impingida pela população rompe os limites e invade, sem que percebam, o terreno dos aliados. A grita da turba retumbante cobra atos e ações sem perceber que os recentes antigos governos municipais agiram de tal forma e monta.

O legislativo está estagnado, salvo por ações de poucos parlamentares que conseguem ir além dos requerimentos quase banais solicitando toda sorte de melhorias localizadas. Quem vem pensando e exercendo seu mandato está além dessa picuinha de comadres. Mesmo aqueles que se supunha melhores preparados, têm agido sob a tutela e chicote dos mandatários senis, calando ou trilhando seara que mire mais as poucas ações administrativas que não resvalem em comprometimento político.

E o prefeito exerce seu jogo favorito, “paciência”, que não precisa de parceiros, adversários, ou técnico. Onde apenas o sabor ou dissabor da sorte do baralho dita o “até quando o jogo prosseguirá”, se irá sagrar-se vencedor ou não.

Bernal quer manter uma marra ou não tem, realmente, preparo para se relacionar com seus pares políticos, para delegar funções aos seus auxiliares e para atender a imprensa?

No campo político, se não consegue manter um relacionamento, podemos pensar que se pretende uma “avis rara”, salvador da pátria por suas próprias forças e talentos. Também, que políticos não possuem confiabilidade alguma, sejam eles aliados ou adversários.

Na seara administrativa, além destes talentos sobre-humanos, parece que optou por contar em sua secretaria com pessoas que, mesmo não primando pela competência, podem obedecer sem questionar e suportar sua personalidade histriônica.

Em seu relacionamento com a imprensa, não existe relacionamento com a imprensa. Talvez escudado pelas críticas que teceu enquanto radialista e que lhe deram visibilidade popular e o guindaram ao poder sem, na verdade, intuir o real sentido da liberdade de informação.

Não. Não possui inequívocos talentos. Não. Não sabe compor-se no meio político onde o aliar-se, o recuar ou avançar em tempo certo, o formar alianças é parte dessa ciência, e existem bons quadros na Capital. Não. Entre os seus secretários alguns possuem elevada capacidade, outros menos, mas nada que comprometa seriamente.

Que, por outro lado há excesso de alguns, sim. Mas outro político histriônico e centralizador, nascido neste mesmo Centro-Oeste, teve trajetória meteórica semelhante e, em meio à sua peça bufa, saiu teatralmente, abandonado, para jogar o país num turbilhão político e numa Ditadura.

Por essa peraltice de outro marrento, perdeu o país, perdemos todos.

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