Havia muito que o cenário político não se agitava. Tirante
discussões que não passam de “conversa de bêbados entre o executivo e o
legislativo” como bem comparou vereador de Campo Grande e que pode ser
estendida a todo o território nacional, nada.
Mas as manifestações de rua arrefeceram. A passeata
organizada pelos “representantes dos trabalhadores” que arregimentaram com
transporte, alimentação, uniformes e a diária (dia de folga) aproximadamente 10
mil sectários em todo o estado, não representou os anseios de cidadania plena
que marcaram os movimentos espontâneos.
Mas isso não significa a extinção da fogueira, a brasa
permanece acesa, os corações se mantêm latentes, pulsantes, sugerindo ação.
Apenas mostraram o poder do cidadão, a força de marcar seu pertencimento a uma
Nação. E aguardam. Políticos mais sagazes sabem disso, neófitos não
sobreviverão.
Prova cabal é o artigo assinado pelo governador André
Puccinelli, onde tenta capitanear um tanto de simpatia cívica, ares para os
últimos suspiros, talvez. E diz em um de seus parágrafos: “De minha parte, como
cidadão, desde o ano de 1997 coloco à disposição da Justiça e do Ministério
Público, por iniciativa própria, minhas declarações de bens e imposto de renda,
meus sigilos fiscal, telefônico e bancário. Contudo, esse comportamento não é
seguido nem mesmo pelas vozes mais exaltadas que acusam malfeitos.”
Será? E o que dizer desta votação da Assembleia?
“A Assembleia Legislativa, em 29 de maio de 2012, negou o pedido de
autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para processar o governador
André Puccinelli (PMDB). Dos 24 deputados estaduais, 15 votaram contra o
pedido, quatro a favor e cinco não estavam presentes. Com a decisão a
investigação contra Puccinelli só poderá seguir após a conclusão do seu
mandato, em 2015. “
Senhores, a brasa
reacenderá em outubro de 2014 e pés descalços se queimarão por andarem por
sobre as cinzas.
Um comentário:
É, meu amigo, mas há aqueles que caminham incólumes e pomposos até mesmo sobre as brasas ardentes... Isso é Brasil: aqui, em termos de mágica, vale tudo! Temos que achar algum Mister M disposto a desvendar os mistérios por trás dos bastidores da política sul-mato-grossense. Será o Bottura?
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