O governador André
Puccinelli, falando nesta quinta-feira (11) sobre a exoneração de Beatriz
Dobashi da Secretaria Estadual de Saúde, após diálogos telefônicos entre a
ex-secretária e o ex-diretor do Hospital Regional, Ronaldo Queiroz, gravados
com autorização judicial terem sido divulgados em reportagem da TV Morena, reputou
que as “as edições foram maldosas e fizeram com que fosse interpretado de
maneira diferente”.
O governador ainda
informou que demitiu Ronaldo Queiroz, envolvido na operação Sangue Frio e
colocou uma força-tarefa no HR para proceder a análise de todos os contratos e
prometeu que “seja quem for, se tiver culpa no cartório, será penalizado”.
Uma Comissão Especial
de Trabalho foi nomeada para realizar levantamento administrativo e análise de
processos, contas, contratos e convênios efetuados referentes aos anos de 2012
e 2013. A Comissão tem prazo de 30 dias, prorrogáveis, para compor o relatório.
Será mesmo?
Até quando o governador
André Puccinelli terá considerado injusta a demissão de Beatriz Dobashi? Até
quando lhe pese a consciência em saber que é sua a responsabilidade primeira e
última pela gestão das coisas do Estado? Se não houve dolo nas atitudes de sua,
desde sempre, secretária de saúde, o que justifica haver dolo do ex-diretor do
Hospital Regional? Não eram dois os interlocutores?
Não é a primeira vez
que a administração André Puccinelli se vê envolvida em “suspeitas” e, em todas
as ocasiões o governador promete que tudo será apurado e os reais culpados,
punidos. Gostaria de viver num mar de inocência e honestidade que cerca o
governador, pois neste céu nunca houve um anjo que houvesse, de fato, caído.
Mudam de paraíso, mas não caem.
Então, quando o
governador diz que serão publicados decretos e projeto de lei será encaminhado
à sua Assembleia Legislativa para que haja maior transparência no uso do
dinheiro público, podemos confiar?
Recente reportagem diz
que o Mato Grosso do Sul é um dos estados com menor transparência, tanto do
executivo quanto do legislativo – e o judiciário é uma caixa preta que, aberta,
pode se mostrar uma caixa de Pandora.
Consideramos
injustiças as reportagens que derrubaram Beatriz Dobashi, consideramos injusto
que apenas ela tenha sido jogada aos leões.
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