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Michel Temer busca enxergar novas coligações que desfoquem aliança com PT |
Subiu no
telhado e colocou a proposta de redução do número de ministérios, supostamente
abrindo mão até mesmo daqueles que controla; depois colocou entraves em
diversas votações no Congresso e ajudou na derrubada de projetos que eram
considerados de importância pelo Executivo.
Michel
Temer, presidente do partido e vice-presidente da República, que parece e atua
como mordomo, sem o menor perfil para comandante em chefe da criadagem, vê e
sente a desarticulação de seus filiados. Mais que raposas, os peemedebistas agem
como ratos de um navio que naufraga, pressentem o sacudir do barco. Fizeram
isso antes, tantas vezes... O gato que
não subiu ao telhado está dentro do saco, com outros tantos.
O PMDB é um
partido que obedece a um programa partidário em que está implícito o Poder
acima de tudo. Poder de mando, de articulação, aquele poder entranhado e sólido
que abarca todos os cantos, um citoplasma que ocupa o espaço intracelular. O PT
não perdeu seus laços com a população, está perdido na incompreensão do vai pelas
ruas, não compreende uma linguagem que pede o óbvio; caráter e ética na coisa
pública.
Dilma
reuniu alguns dos poucos ministros e assessores dos quais sabe o nome – porque
sequer a presidente é capaz de recitar os nomes dos ministérios e secretarias
que compõem o seu governo – e, trancados em gabinete, tentaram traduzir aquela
língua estranha falada nas ruas. Depois de 11 anos no poder, pensam em “medidas
emergenciais” como se recriassem a piada do gato que dá título à matéria. O PT
tem em seu DNA a inconsequência esquerdista, onde a prática morre nas teorias.
Ai, que saudade!
E o PMDB
retornará aos braços do PSDB, desdizendo as críticas e se aliando a Aécio
Neves, num “ai, que saudade de vocês”? O PMDB se redescobre num viés de
esquerda mansa e enxerga o perfil do cavaleiro solitário numa reedição
Collorista em Eduardo Campos (PSB), que lhe daria, pela incipiência do partido
socialista, margem de negociação a varejo com outras agremiações nos diversos
estados? Para quem ainda procura Lula, parece que anda mariscando pelos lados
de Pernambuco, bicando uma caninha e conversando.
Nesse caso,
como ficaria composto o atual bloco de oposição? Qual o destino do Democratas e
PPS? O PMDB é o gato gordo que se mexe no saco e faz com que todos se
rearranjem para não saírem feridos.
Como fica nosso quintal?
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André Puccinelli e Delcídio, quem ganha, quem perde? |
Em Mato
Grosso do Sul esse arranjo pode ser uma tábua de salvação para o governador
André Puccinelli, que precisa manter seu grupo no poder para impedir que as
denúncias e investigações que cercam seu governo tenham prosseguimento
imparcial.
A debandada
peemedebista em nível federal daria liberdade de palanque ao PMDB,
enfraqueceria a candidatura petista do senador Delcídio do Amaral – já abalada
com o desempenho pífio de seu afilhado Alcides Bernal, no comando de Campo
Grande –, sacramentaria uma candidatura tucana com Reinaldo Azambuja – que
colheria os frutos de sua ousada campanha a prefeitura da Capital – e
proporcionaria uma sobrevida a uma candidatura de Nelson Trad Filho, Simone
Tebet ou daquela carta que Puccinelli guarda na manga.
O gato
subiu no telhado, mas desta vez são muitos os que armam redes para aparar sua
queda.
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