Não posso intuir o que seja uma vida tão longeva, os bons e
ruins que isso nos dá. Os amigos rareiam ou já nem existem, mesmo que com a memória
falha, os sonhos recônditos a imaginação chamada doente os deixe tão próximos
ao ponto de com ele rirmos a experiência de vida. Um sorriso esmo, esparso, na
solidão de uma cadeira e de um silêncio.
Os filhos insistem em não serem estes velhos, da mesma idade
em que nos lembramos de nós mesmos quando paramos, recusamos ou não lembramos
mais de envelhecer. Esses rostos não são nossos conhecidos, queremos nossas
crianças e perguntamos aos mesmos filhos, velhos também, sobre a criatura
criança que nos deu o tônus da vida... até aqui, permitindo a longevidade.
Agora o momento desses velhos filhos embalarem àqueles que
chegaram no ponto em que se forma a circunferência, retomando a infância...
Minha mãe completa,
hoje, 13 de dezembro de 2013, 90 anos. Eu aqui, boquiaberto, sem saber o que
isso significa afinal. Parabéns Dona Olga Pestana Martins de Oliveira, minha
criança.
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