![]() |
Marquinhos Trad preocupado com as acusações contra a Família |
Visivelmente revoltado, acuado numa defesa do impossível e
improvável, o deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB), clã desafeto e
abandonado pela cúpula peemedebista que parece haver “jogado a toalha” a tentar
uma defesa da desastrosa administração Nelson Trad Fiho na prefeitura de Campo
Grande, utilizou do ataque aos rivais como forma de defesa da “Família”, no
melhor estilo Máfia. E sua metralhadora giratória atingiu tudo e todos, a
começar pelo presidente da CPI da Saúde, Amarildo Cruz (PT) que escancarou
publicamente as dúvidas sobre a idoneidade do ex-prefeito e do seu
ex-secretário, atual deputado federal e primo, Luiz Henrique Mandeta (DEM), na
administração da Saúde Pública da Capital.
Durante a apresentação do relatório, Amarildo apresentou voto
pelo indiciamento do ex-prefeito e de Mandeta, baseado no fato de que o sistema
Gisa – programa de agendamento de consultas que custou R$ 10 milhões aos cofres
públicos – não apresentou resultados e o
relator, o deputado Junior Mochi (PMDB), líder do governo na Assembleia, não
pediu indiciamento dos envolvidos nas irregularidades.
Lá e cá
Por outro lado, a CPI gastou mais de R$ 350 mil sem que até o
momento as contas fossem apresentadas. Baseado nisso, Marquinhos Trad frisou
que os funcionários da CPI deveriam ser do quadro permanente da Casa e pediu
explicações sobre a contratação de um técnico da cidade de São Paulo (SP) ao
custo de R$ 70 mil, além de questionar valores do material gráfico.
Para fundamentar suas suspeitas, lembrou que o petista
respondeu a processo por improbidade administrativa e dano ao erário público
quando, em 2004, comandava a Agência Estadual de Habitação (Agehab) durante o
governo de Zeca do PT.
E como que não
conseguindo desvestir o mando do poder absoluto e cego, atacou a imprensa “por
informar o escândalo com dinheiro público envolvendo seus parentes”. “Vou levar
a representação ao MPE (Ministério Público Estadual). Se a responsabilidade é
da presidência, da mesa diretora, não sei de quem, quero que diga quanto foi
gasto por essa CPI”, ressaltou.
E as contas?
Amarildo tem
prometido a prestação de contas desde a entrega do relatório, agora afirma que
está dentro do prazo e as entregará ainda hoje para a Mesa Diretora. As
despesas são de aproximadamente R$ 350 mil. “O atraso foi justamente por conta
de alguns documentos que faltavam, mas tem prazo de 20 dias para a entrega e
como a CPI encerrou dia 23, está dentro do prazo”, justificou.
![]() |
Amarildo Cruz quer justificar os altos gastos |
Trabalho para
a Justiça
A CPI não apresentou resultados concretos. Responsáveis foram
blindados e fumaças e ações diversionistas são lançadas em todas as frentes
para evitar uma análise mais acurada sobre a administração da Capital durante a
gestão Nelson Trad Filho. Agora, em mais um ataque, será encaminhada, ainda
esta semana, denúncia contra o presidente da CPI da Saúde, por improbidade
administrativa por contratação irregular de técnicos.
Como a fogueira é pouca, Amarildo Cruz coloca
mais um tanto de lenha e diz que interpelará judicialmente o deputado Marquinhos
Trad para que este comprove as de que o presidente da CPI desviou recursos e
contratou consultor “inexistente”.
“Realizamos uma das maiores investigações já feitas na saúde de MS.
Contratamos pessoas qualificadas, entre elas Carlos Roberto Soares Freire,
consultor com um vasto currículo, que nos ajudou a descobrir uma série de
irregularidades. O problema é que talvez tenhamos chegado muito a fundo, o que
acabou desagradando algumas pessoas em nosso Estado”, destacou.
A imagem que fica e se solidifica é de um legislativo eivado
de corruptos acusadores, uma guerra no melhor estilo da Máfia, onde cada gangue
é conhecida como “família” onde nem todos os integrantes têm, necessariamente,
parentesco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário