Se o secretário é inoperante, o recado deve ser enviado diretamente ao prefeito na esperança de que ele seja ativo.
Quando o então prefeito Nelsinho Trad esteve prefeito da
Capital, houve uma das maiores epidemias de Dengue. Epidemias geram recursos
estaduais e federais para os municípios, mas longe de se supor isso, afinal o
administrador mor de Campo Grande é formado em medicina, deve, enfim, haver juramentado
por Hipócrates. Mas aconteceu.
A proliferação do mosquito Aedes Aegypti é cíclica, até a
população sabe. Choveu, eles estão por ai, afinal a larva ou ovo fica inativa
por muito tempo, até a primeira chuva ou, apenas estar molhada.
É tão obvio evitar a epidemia, como foi feita em outras
épocas, com administradores de saúde e prefeitos sérios: durante a estiagem,
executa-se um trabalho de limpeza. Treinam-se as equipes de saúde e lhes dão
dignidade e incentivo profissional e financeiro (porque enfrentam adversidades
e agressividade da população) para que, além de verificar com precisão os
prováveis focos, sejam domésticos ou outros, orientem e eduquem a população nos
cuidados necessários e nos riscos causados pelo mosquito. Dengue, Chikungunya
e Zika.
Mas a administração pífia, como a anterior do senhor
prefeito eleito pelo esquecimento ou pelo enaltecimento de um nome daqueles que
pouco ou nada fizeram pelo povo, senão por si mesmos, hoje senador Nelsinho
Trad, suspeito, investigado e réu em diversas instâncias – e que graças aos
vossos votos passa a ter foro privilegiado – foi corresponsável pela anterior
epidemia.
Seu irmão, com menor capacidade administrativa, causou o
mesmo caos e é, sim, o maior responsável, pois bancou um secretário de saúde
inconsequente, pra dizer o mínimo.
A Dengue, ou o mosquito vetor, não é o pior caos. A
inoperância irá matar. Não fez o dever de casa ao determinar o controle dos
focos durante a estiagem – água em vasinho de planta se coloca durante todo o
ano. Agora corre atrás. Corre atrás de autorização para entrar em imóveis
fechados, corre atrás de ações “curativas” para o controle, quando deveria ter
determinado ações “preventivas”.
Mas tudo pode piorar, pois as Unidades de Pronto Atendimento
(UPAs) não têm estrutura para suportar os atendimentos emergenciais e de
tratamento. A quem caberá cada morte? Ao descuido da população? Pode ser.
A população não orientada tende a isso: deseducar-se quanto
à sua própria segurança e eleger pessoas impróprias ou despreparadas, para dizer
o mínimo.
Essa tragédia não é apenas isso, é mais, é pior, é mortal,
mas era previsível e evitável. Chega a estarrecer o prefeito fazendo chamadas
de fichas para atendimento, utilizando tudo o que é de sua competência,
palanque, mídia e propaganda. O culpado será sempre o mosquito transmissor, os
servidores, ou a população. Será que entre tudo o que fez em termos de campanha
e o nada que fez enquanto gestor restará a dignidade (senhor prefeito e
secretário de saúde, busquem a definição nos dicionários, uma vez que parecem
não possuir em sua formação)?
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