por Juarez Cruz
(Matéria revisada parcialmente)
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Imagens: Veja - Editora Abril |
No dia 06 de janeiro aconteceu um
crime bárbaro, selvagem, na Vila Sarney, em São José de Ribamar no Maranhão e o
povo brasileiro parece insensível diante do ocorrido.
Bandidos comandados por outros
bandidos de dentro da penitenciária de Pedrinhas incendiaram ônibus com
passageiros dentro deles. Em um deles a menina Ana Clara de Sousa, de seis
anos, foi queimada enquanto sua mãe, Juliane Carvalho, implorava para que eles
não ateassem fogo nela. Tudo em vão.
Esta notícia parece não chocar
nossa sociedade (os políticos nem se fala, pois eles não são gente, não são
humanos) que não se manifesta e nem se mobiliza como o fazem quando se trata de
alguém de classe social mais abastado, de parente de algum artista global, ou
de algum cantorzinho de meia tigela que enche nosso saco nas programações de TV
das tardes domingo.
Ana Clara era negra, pobre e
morava numa cidade mais pobre ainda. O Maranhão por sua vez, é comandado pelo
clã dos Sarneys que governam aquele estado há mais de 40 anos com uma
incompetência tão grande ( para não dizer outra coisa) que o Maranhão esta em
um dos últimos lugares na fila do IDH-Indice de Desenvolvimento Humano do
ensino de matemática, do ensino de português, da falta de saneamento básico,
doenças contagiosas, morte de crianças por diarreia, fome e outras cozitas
mais.
Em 2013 foram incontáveis
estupros, 14 decapitações e 60 mortes dentro das penitenciárias no Maranhão. A
barbárie impera dentro das penitenciárias enquanto a governadora Rosana Sarney
dorme em berço esplêndidos. Não tá nem ai.
A família Sarney faz parte de um
grupo de velhos coronéis deste país que ainda teimam em se manterem no poder e
vivem as custa do benesses do
governo federal.
Paradoxalmente ao que propagava
quando na oposição, a turma do PT que está no governo ha 11 anos, ajuda a
manter estes clãs em alguns estados brasileiro que se locupletam e fortalecem
seus grupos políticos, usurpam a riqueza de seus estados e deixa o povo a
margem das riquezas produzidas no país.
Este é o PT à moda antiga, dos
conchavos políticos com as famílias dos Sarneys, Magalhães, Maluf, Collor,
Vieira Lima, Tato, Neves e tantos outros clãs que ele tanto condenava quando
não era governo e agora os apoia incondicionalmente.
A morte de Ana Clara é culpa do
governo federal, do governo da Maranhão e dos ilustres senhores responsáveis
pela condução da justiça em nosso país (procuradores, desembargadores, juízes,
procuradores do Ministério Público Federal, etc.) que fecharam os olhos para o
que acontece dentro das penitenciárias públicas onde monstros são formados e se
proliferam como ratos de esgotos.
A sociedade, o governo e os
políticos não dão mínima bola para este setor da sociedade. Veja a pérola dita
por Sarney, amigo de Lula e sua turma e relatada na coluna do Josias de Souza
(27/12/2013): “Aqui no
Maranhão, nós conseguimos que a violência não saísse dos presídios para a rua,
como aconteceu no Espírito Santos que nem teve carnaval (mentira dele, teve
sim) e nós temos conseguido que aqui que essa coisa não extrapole para a
própria sociedade”. Disse o pai da governadora durante uma entrevista na
Rádio Mirante AM, uma das emissoras que compõe o império estadual de
comunicação da família Sarney.
Como disse Josias em sua coluna,
o que o Senador disse, com outras palavras, foi o seguinte: a carnificina nas
cadeias é um mal menor, desde que não perturbe “a própria sociedade”.
Alias este pensamento não é só de
Sarney, é igual ao do Governo Federal, dos Governos Estaduais, dos Ministérios
e das Secretarias de Justiça, do judiciário, das instituições públicas
encarregadas de conter este bolsão de miséria e monstruosidade que cresce nas
periferias das grandes cidades, se fortalece dentro dos presídios e ameaça a
sociedade que não faz parte da elite política brasileira, porque os Sarneys da
vida e parte de nossa sociedade mais abastado e hipócrita, pensam que estão
imunes aos atos criminosos que ameaçam cada vez mais a todos nós, ricos ou
pobres. Sem piedade, como aconteceu com a pequena Ana Clara.
Juarez Cruz // Salvador-BA
// jaurez.cruz@uol.com.br