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quinta-feira, 21 de junho de 2012

O ‘mundo’ é incompetente para cuidar do Mundo

O que se percebe do documento elaborado pela Rio+20 é a total incompetência em equacionar os problemas econômicos com um mínimo de sustentabilidade para o planeta. Brasil permanece desmatando, China duplica as emissões de gases e, junto com Estados Unidos e Índia, não assinaram o Protocolo de Kioto.
Não se pode atribuir esse desleixo com a casa global à ganância da efetiva força mundial que é representada muito mais por corporações econômicas do que pelos governos, pois que estes são meros gestores da força popular que colocam a serviço da economia. E isto não é um devaneio de esquerda.
O documento contempla o que os países não querem assumir, brandindo a bandeira da situação econômica mundial como ameaça de investimentos que insistem em contabilizar como custos. E os ‘pulmões do mundo’ se contentam com os trocados recebidos pela compensação ambiental, dormindo o sono dos justos acreditando-se guardiões do planeta.
O sentimento de enfado tardio foi bem traduzido na frase da ministra do meio ambiente, Izabella Teixeira, “foi possível assegurar o não retrocesso”, traduzido por andamos vinte anos para não sair do lugar.
Enquanto houverem Áfricas alimentando suas terras com peles e ossos de mortos famintos e tantas outras terras regeneradas pelos insumos agrícolas desenvolvidos em países consumidores, em detrimento da saúde de terras e águas dos países produtores, não se pode esperar nada que além de um circo.
Não há sequer água que permita suprir a sede, mas que se responsabilize estas populações excluídas pela sua guarda. Não se colhe nestes países, o suficiente para alimentar sua fome consumista pantagruélica, mas que se abram pastos e área de plantio por sobre as florestas com a força das máquinas produzidas no primeiro mundo, em detrimento da mão de obra dos países produtores.
E não encontraram pauta, em nenhum assunto aprofundaram temas que permita ao planeta alimentar a sanha predadora de uma das espécies que abriga. Não se pode acreditar que isso seja apenas uma ação pensada. É mais plausível acreditar que a não-ação tomada seja fruto apenas da ignorância.
Talvez a melhor forma de retratar a “importância” do Rio+20 é compor uma matéria curta. Será a melhor forma de abordar o que foi discutido e, quem sabe, conseguir a única contribuição efetiva que o encontro proporcionou: utilizar menos papel e colaborar com o planeta.