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terça-feira, 30 de abril de 2013

Vander Loubet tenta contrapor denúncia com homenagem


A #equipe de Vander Loubet divulgou, pelo facebook, notícia de 21 de novembro de 2012, data em que o deputado federal pelo PT de Mato Grosso do sul foi agraciado com a Medalha Deferência Polícia Federal, “criada para homenagear anualmente as pessoas que contribuem com o trabalho da Polícia Federal e são ícones dos princípios e valores cultuados pela Instituição”.

Buscando emprestar algum peso e importância a esta homenagem, cita o “entre outros” e os ministros Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Felix Fischer, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em realidade, a medalha foi outorgada não pela instituição Polícia Militar, mas por Centrais Únicas, Sindicados, Associações e Federações, que todos sabem estão eivadas de petistas militantes dos movimentos sindicais, dominadas há anos por pequenos déspotas que regem a desafinada massa de crentes do socialismo possível.

 Tenta, dessa forma, convencer a população, e em especial a massa de eleitores, que as notícias vinculadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, de que se nome aparece com grande destaque em investigação da Polícia Federal que desbaratou esquema da Máfia do Asfalto, que abrange 78 municípios de São Paulo.

Em nota de esclarecimento publicada na imprensa na forma de anúncio, após a divulgação do escândalo, Vander havia buscado justificativa no fato de apresentar emendas parlamentares que beneficiam apenas Mato Grosso do Sul, na tentativa de fazer acreditar que não pertence a um partido de forte presença nacional, com ligações das mais diversas com empresários; ou ainda querendo fazer crer que dinheiro obedeça a limites geográficos.

Assista ao premiado curta-metragem de MS sobre violência contra mulher indígena


"Uma Lei para Todas" foi um dos premiados na categoria melhor documentário do Brasil no Concurso de Curtas sobre a Lei Maria da Penha, promovido pela Procuradoria Especial da Mulher em parceria com a TV Câmara e financiado pelo Banco Mundial.

Esse prêmio foi de suma importância para as comunidades indígenas de MS vez que proporcionou maior visibilidade nas lutas em defesa de seus direitos e a oportunidade de demostrar sua realidade para o mundo. 

Argumentação e autoria de Ana Patrícia Nassar e captação e edição de imagem de Sidney de Albuquerque Terena, jornalista indígena, com o apoio do Ponto de Cultura Yokone Kopenoti (Vem cá parente) e de lideranças locais.

Participam também do Documentário Daiane Amaral dos Santos (Servidora da FUNAI regional de CG/MS), Drª Ana Lara de Castro (Promotora da 48º Promotoria de Mato Grosso do Sul) e a vereadora Luiza Ribeiro (Ex-Presidente da FUNSAT CG/MS).

Mas as grandes protagonistas foram as mulheres indígenas da etnia terena: que são a Silvana Terena, Lucila Lemes e Aliscinda Tibério que colocaram suas faces em público para levantar uma discussão em torno da dificuldade na aplicação da Lei Maria da Penha para as mulheres indígenas, frente à recusa do atendimento dessas mulheres nas delegacias do Estado.

Diante dessa realidade numa sociedade patriarcal em que vivemos, deixo aqui consignado o meu apelo para que empreendam um combate sem tréguas aos crimes contra os direitos humanos dos povos indígenas e em especial aos cometidos contra as mulheres indígenas que carregam uma pesada herança histórica de abuso, violência sexual e violações de seu direitos humanos

Assista ao vídeo: clique aqui.

Contatos:

Ana Patrícia Nassar - Pesquisadora 
e-mail: annapatricianassar@hotmail.com

Silvana Terena – Aldeia Marçal de Souza
e-mail: silvana.terena@gmail.com

Aliscinda Tibério – Aldeia Tarsila do Amaral
e-mail: alisindaterena@hotmail.com

“A Voz Indígena” Sidney de Albuquerque – Jornalista Terena
e-mail: albuquerquesm78@gmail.com

segunda-feira, 29 de abril de 2013

De qual conta sairá a contrapartida dos 300 ônibus escolares para MS?

Imagem: Midiamax
Durante visita à Capital nesta segunda-feira, 29, a presidente Dilma Rousseff, acompanhada do governador André Puccinelli, fez a entrega da frota de 300 ônibus de transporte escolar para 78 municípios do estado.

Após a acusação de desviar, em benefício próprio, o bônus que representa politicamente esta entrega, o governador André Puccinelli conseguiu negociar algum valor como contrapartida do seu governo para que pudesse evitar vexame maior e manter alguns dos adesivos com a logomarca de sua administração.

No entanto, isso não foi suficiente para evitar um puxão de orelha em grande estilo, ou um pito monumental perante seus adversários, como queira ser interpretado. Dilma foi clara quando disse que André esteve em Brasília para “fazer questão de colaborar financeiramente, como contrapartida do estado”. Dessa forma, conseguiu evitar o pior e manteve a logomarca que já havia sido adesivada “por erro técnico, conforme informou sua assessoria quando o caso foi denunciado pela imprensa.

A questão é saber de onde saiu essa verba, ou ainda, em qual conta será contabilizada, educação ou publicidade?

O que vale a preferência de Antonio João por Dilma?


Em nota de assessoria, o presidente regional do PSD e ex-senador Antonio João, reafirmou a orientação do presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, para que a sigla tenha candidaturas próprias para deputados federais e estaduais e, se possível, no arco de alianças, dê apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff independente mente do candidato a governador.
“Nos estados em que as condições políticas locais o permitirem estaremos no projeto da reeleição da presidente Dilma”, declarou o líder pessedista. 
Antonio João, confirmou à imprensa, que em recente reunião na residência de Kassab,  discutiu o fortalecimento do partido em Mato Grosso do Sul e o  lançamento de candidatos ao legislativo federal e estadual para  divulgar  as ideias e propostas do PSD, e  ampliar a bancada na Câmara Federal e nas Assembleias Legislativas.
Segundo Antonio João “nas ultimas eleições  cumprimos o compromisso, nos tornando uma das maiores bancadas de vereadores de MS, elegendo  58 vereadores, incluindo os principais colégios eleitorais, sendo só em Campo Grande,  uma bancada com três representantes, superando o número  de vereadores eleitos pelos partidos mais tradicionais, tendo hoje a segunda maior bancada da Câmara de Campo Grande. Agora vamos  buscar uma aliança para  que o PSD possa eleger deputados federais e estaduais”, garantiu.
O presidente, no entanto, lembrou que os diretórios municipais terão liberdade para optar pela melhor maneira de atingir os mesmos objetivos, e que deu início por Camapuã do processo de consultas para definir o rumo que o PSD tomará em 2014. Segundo Antonio João, o próprio presidente nacional Gilberto Kassab, é quem tem orientado o partido desta forma democrática,  quando diz que “isso se deve à própria história da formação do PSD, que aglutinou lideranças de diferentes origens. Na Bahia, por exemplo, o PSD tem uma grande afinidade com o PT. Já em Goiás, no Paraná e no Pará, a proximidade é com o PSDB e  assim por diante.” finalizou o presidente regional do PSD.
Como será em MS?

Como se dará o apoio do PSD à reeleição Dilma em Mato Grosso do Sul com o partido na indefinição de continuar sob a tutela de Antônio João ou passar para as mãos de Pedro Chaves, suplente do senador Delcídio do Amaral? Com certeza, Dilma poderá contar o apoio do PSD sob a batuta de Pedro Chaves, compondo uma aliança com PT, coisa que não se pode garantir caso o comando permaneça sob a batuta de Antônio João.

É bom lembrar que o atual presidente do PSD não mantém boas relações com o senador Delcídio do Amaral, mesmo tendo sido suplente deste no mandato anterior e, inclusive galgado um posto para seu currículo, ex-senador, que lhe locupleta a vaidade. Também não mantém boas relações com o governador André Puccinelli, nem mesmo com Alcides Bernal, a quem abandonou dias antes de definidas as coligações para as eleições 2012. Antônio João leva, ainda, no currículo rusgas com o ex-governador e atual vereador Zeca do PT e com outros políticos em diversos níveis. É bom nunca esquecer sua gestão à frente do PTB no estado, esvaziando de tal forma aquele partido que, ainda hoje não conseguiu se refazer do estrago.

Então, que não se fiem muito no proclamado apoio de Antônio João, afinal, falta-lhe apoio para se manter à frente do partido, faltam ligações políticas que lhe sustentem o apoio e, pelo abandono em cima da hora que ofereceu ao atual prefeito, falta-lhe confiabilidade.




domingo, 28 de abril de 2013

Ocupar e salvar a antiga Rodoviária de Campo Grande



Por iniciativa do “Movimento pela Revitalização da Antiga Rodoviária e do Bairro Amambai” o 1º de Maio deverá marcar uma grande agitação cidadã em prol do movimento e da própria Capital que não pode pensar na área central revitalizada sem que aquela região esteja recuperada na sua importância histórica e arquitetônica.

O feriado será marcado por Shows musicais, dança, cineclube, circo; esportes com roda de capoeira, boxe e tênis de mesa e, também serão oferecidos os serviços de corte de cabelos, exames clínicos e emissão de documentos, das 8 às 17 horas, pela Secretaria de Assistência Social da Prefeitura de Campo Grande.

"A ideia é que todos venham para a antiga Rodoviária aproveitar o dia e valorizar aquele histórico espaço", diz a vereadora Luiza Ribeiro (PPS) uma das apoiadoras do Movimento e que tem lutado pela transferência da Câmara Municipal de Campo Grande para aquele local, convidando trabalhadores e seus familiares.

Polícia investiga Saúde em MS com 6 anos de atraso


Seis anos após as denúncias feitas pelo médico e sindicalista Ronaldo Costa ao Ministério Público Estadual sobre o desmonte dos setores de oncologia no hospitais públicos de Mato Grosso do Sul, a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes de Defraudações e Falsificações (Dedfaz).
A delegada Ariene Nazareth Murad de Souza Cury instaurou inquérito atendendo comunicado da 29ª Procuradoria da Justiça, e dará seguimento às apurações da Polícia Federal na Operação Sangue Frio que apurou esvaziamento do tratamento oncológico em hospitais público benefício de equipe ligada ao ex-diretor Adalberto Siufi que terceirizava os serviços a empresas do grupo, pagando valores até 70% acima da tabela do SUS.

O desmonte do tratamento oncológico público e a desativação do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Mato Grosso do Sul (Cerest) foi denunciada pelo médico Ronaldo Costa já em 2007 que suspeitava, já à época, que grupos privados estariam se apropriando de todos os serviços, criando um monopólio por meio do tráfico de influência e proximidade com os gestores estaduais, objetivando meramente o lucro.
Ronaldo reafirmou para a delegada que os serviços prestados eram de baixa qualidade e, em muitos casos, não atendiam às determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “A questão é que não só a oncologia está no inquérito, mas agora há possibilidade para que a gente possa ampliar essas investigações com novas suspeitas de irregularidades e desmonte do SUS no estado em favor do privado”.
Haverá conclusão?

Esta faxina na Saúde Pública de Mato Grosso do Sul, pesa novamente contra os vereadores da Capital que engendraram uma farsa na questão da instauração da CPI da Saúde, proposta pela vereadora Luiza Ribeiro (PPS) e apoiada pelo vereador Zeca do PT, e esvaziada pela tropa de choque dos generais Trad e Puccinelli. Na Assembleia Legislativa, exceto discursos mais ou menos contundentes, nenhuma atitude objetiva foi aventada.
Isso permitiu que toda a investigação e todos os desmandos perpetrados em nível municipal e estadual corram em sigilo, o que nos leva a pensar que a população, mais uma vez, ficará alheia aos resultados da apuração judicial e ao improvável reordenamento do setor de saúde em nossa Capital e em todo o Mato Grosso do Sul.

sábado, 27 de abril de 2013

Maíra, modelo, morta aos 10 anos

Meningite ou negligência médica?

Maíra Ferreira de Oliveira - 08/11/200 - 31/10/2010

Qual seria seu sentimento ao perder uma filha de dez anos de idade? Dor? Angústia? Desejo da própria morte?

Qual seria seu sentimento ao perder uma filha de dez anos de idade por negligência dos profissionais de saúde que a atenderam? Dor e angústia, também, mas o desejo da própria morte certamente se transformaria em força para lutar por justiça.

Se Deus define a hora do nascimento e morte, e os bons profissionais da medicina lutam incansavelmente para prolongar e dar qualidade às vidas até que chegue o momento de Deus, quem são estes que desprezam vidas? O que querem? A serviço de quê?

Ficamos impotentes diante destes julgadores da vida e da morte. Perdemos as nossas e a vida daqueles que amamos. Insubstituíveis. Até quando?


Quando a dor da morte clama por justiça

Nos choca profundamente casos de latrocínio (roubo seguido de morte) divulgados pelas mídias, e nos choca mesmo quando assistimos em filmes. Aquele momento de impotência da vítima, geralmente amarrada enquanto marginais a executam ou executam alguém diante de suas vistas.
Coloquem-se, por um minuto apenas, nessa situação.
E agora respondam: o que esta cena diferencia de muitos atendimentos médicos, em especial na Saúde Pública? Os marginais têm diplomas, autorização e poder que lhes garante a impunidade.
Esse é caso de Maria Esmeralda, mãe da jovem Maíra Ferreira de Oliveira, estudante, modelo, que morreu em 2010, aos 10 anos de idade, vitimada mais pelo descaso do que pela meningite.

Algemada por forças invisíveis, sob ordens severas do corpo de profissionais de saúde pública, primeiro do Centro Regional de Saúde do Bairro Coophavila II, que deveria prestar atendimento de urgência e emergência para adultos e crianças; depois no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul – Rosa Pedrossian, Maria Esmeralda acompanhou o sofrimento e morte de sua filha caçula, Maíra.

Assim, impedida de buscar outro socorro por limitações financeiras e, depois, pela proibição expressa de retirar a menina sem a devida alta médica e sem acompanhamento da ambulância, que não vinha, que não havia, a mãe acompanhou o apagar da chama de vida naqueles olhos tão cheios de esperanças, de sonhos.

Acompanhe o relato de próprio punho que Maria Esmeralda, numa tentativa desesperada de resgatar o tempo e poder modificar os acontecimentos, escreveu. No momento de extremo abalo emocional, Dona Esmeralda não anotou os nomes dos médicos, enfermeiros ou estagiários, e de alguns relembra apenas o primeiro nome.


18 de novembro de 2010

Madrugada, 2 horas – ela [Maíra] começou a vomitar e sentir dor de cabeça. Eu dei soro fisiológico e Dipirona, mas não adiantou. Esperei até às 5 horas da manhã, porque o primeiro ônibus começa a circular às 5h20, e a levei ela até o ‘24 horas da Coophavilla II’ [Centro Regional de Saúde do Bairro Coophavila II], pois no meu bairro [Lageado] não tem [posto de atendimento médico] 24 horas.

Por volta das 6h20 ela foi atendida. Informei ao médico que ela havia tido meningite viral em 2004 para 2005, e ele me respondeu “brusco” que não tinha nada a ver uma coisa com a outra, que ela tinha uma virose muito forte. Eu disse que ela estava com medo porque os sintomas eram os mesmos, a diferença é que ela não abria os olhos.

Ele não fez o teste da meningite, examinou a garganta, ouvidos, auscultou o peito e as costas e receitou Dipirona e Plasil para cortar o vômito e a transferiu para o repouso infantil. Às 7h a medicação ainda não havia sido feita. Fui ao balcão das enfermeiras e perguntei: – O médico não deixou nenhum papel com a medicação para a minha filha?

Elas estavam sentadas e uma me respondeu: – Se a senhora esperar um pouco, a medicação já vai.

Eu disse: – Sabe a que horas eu sai do consultório? Seis e vinte e cinco. Sabe que horas são agora? Sete horas e ela está com muita dor.

Em seguida a enfermeira entrou no repouso com a medicação.

Sete horas houve troca de plantão, chegou outro pediatra, mas foi atender a uma emergência, pois não havia clínico-geral. Nesse momento chegou a doutora Fátima, olhou a Maíra e disse que iria esperar um pouco, aguardar sua melhora, para liberá-la  para casa. Só que a febre não baixava e o vômito e a dor não cortava. Eu tenho o termômetro digital e a toda hora eu media a febre para ver se tinha cortado, mas permanecia com febre entre 38ºC a 38,5ºC. Foi, então, que ela pediu pra dar um banho na Maíra, mas eu não dei, pois ela não abria os olhos, eu não conseguiria segurar ela e o soro ao mesmo tempo. Foi então que eu pedi encaminhamento para o hospital. Isso já era 10h30, mais ou menos, e ela disse que iria encaminhar para o hospital.

Só que não tinha ambulância. O enfermeiro disse: – Mãe, nós não temos previsão de que horas vai chegar a ambulância.

Eu fiquei lá, esperando. Por volta de 11h, a médica passa no corredor e diz: – Mãe, essa criança ainda está ai? Eu falei: – O enfermeiro falou que não tem ambulância.

A médica respondeu: – Espera um pouquinho que eu vou atrás. Em aproximadamente 10 minutos a ambulância chegou com uma pessoa desfalecida dentro, e a enfermeira disse para eu ir sentada em um banco e a Maíra em outro. Eu coloquei o cinto nela e fui amparando o vômito no cesto de lixo. Demos entrada às 12h  no Hospital Rosa Pedrossian, entregamos o encaminhamento e fomos para a pediatria.

Nesse momento, fomos isoladas no último quarto do corredor e a médica [de origem oriental, provavelmente japonesa, que atendeu] disse que não era para sair com ela no corredor sem usar máscaras.

A todo o momento eu pedia socorro. Pedi para a enfermeira e até mesmo para a estagiária [residente] para medicar minha filha. Mas elas falaram que não podiam fazer nada enquanto não fizesse a coleta para o exame, pois esse era o procedimento do hospital.

Eu fui no consultório da pediatria, que era ao lado do quarto, e pedi para ela fazer alguma coisa pela minha filha, para medicar a Maíra. Ela disse: – Essa criança está desidratada e tem que tomar soro. Eu disse a ela: – Sabe quantos litros de soro ela já tomou, contando com esse? Cinco bolsas.

Ela retornou ao quarto, olhou a  Maíra e me disse: – Eu não posso medicar enquanto não colher a amostra de sangue para fazer o exame. Depois que falou isso, deu um copo de coleta de urina, por volta das 15h30 e o enfermeira veio colher o sangue para o exame.

Eu ligava desesperada para um e para outro amigo ou parente, e quando deu 16h, a Zilda, minha irmã, chegou ao Hospital, e entrou no quarto e viu a Maíra com a boca cheia de sangue, e me avisou. Eu corri e levantei a cabeça dela para ver o sangue, e ela já tava desfalecida. Eu pedi a Zilda para chamar a médica, que veio correndo, sem máscara ou luvas.

Falou: – Eu quero ver do que que é esse sangue. O enfermeiro e a estagiária estavam com ela. Eu ajudei a abrir a boca da Maíra e vimos que ela havia engolido um dente. Nisso ela falou para os enfermeiros e para a estagiária: – Corre e chama a infectologista.

Então veio a doutora Tatiana [infectologista]. Eu ajudei a colocar a Maíra na maca e já colocaram o aparelho no dedinho dela e mediram a pressão.

A infectologista falou: – Vamos fazer uma tomografia. Mãe, vamos fazer o exame da coluna, vamos tirar o líquido, segura na mão dela. Mas a outra médica disse que era melhor eu sair, pois o exame era muito doloroso. Eu fiquei ao lado de fora, na porta de emergência enquanto eles tiravam o líquido, e ela nem gemia, nem se mexia. Depois que tiraram o líquido, a doutora Tatiana falou que estava confirmada a meningite, mas que ela queria saber que tipo era. E falou: – Correndo para a UTI, rápido.

Entraram com ela na UTI e eu fiquei na porta, o médico conversando comigo, dizendo quais eram os procedimentos. Nesse momento a enfermeira passou correndo por nós, com uma mangueira na mão e olhou para ele. Eu pedi para ver a Maíra antes de ir embora. Ele disse: – Amanhã, mãe, às 10 horas. Entrou correndo para a UTI.

No outro dia eu cheguei ao hospital muito ansiosa, queria ver minha filha, mas ela já estava entubada. Eu assustei com aquilo.

O médico da UTI disse: – Mãe, eu sinto muito mas o quadro dela é irreversível. O diagnóstico é morte encefálica.

Ela tinha entrado em coma profundo às 17h do dia anterior, ele me disse.

Eu entrei em desespero. Perguntei se ele tinha filho para ele falar para mim que sentia muito. Eu disse: – O senhor sabe como se chama esse estágio que a minha filha está? Negligência médica. Não a socorreram a tempo, eu sou leiga em medicina, mas sei que não socorreram ela a tempo. Tarde demais.

Maíra foi oficialmente a óbito no dia 31 daquele mês de outubro de 2010 e deixou como epitáfio a questão:

O que afinal me matou, meningite ou negligência médica?





sexta-feira, 26 de abril de 2013

PECs – Querem criar o Golpe Institucional


Não nos bastasse conviver com uma Ditadura que ordenava uma improvável democracia através de Atos Institucionais baixados pelos generais de plantão e referendados pelas forças políticas arcaicas em modos, atitudes e pensamentos, agora os que se autointitulam esquerdistas de vanguarda querem nos impingir, usando a Democracia duramente conquistada, uma ditadura mequetrefe e maltrapilha sem liberdade de criação de partidos que expressem livremente suas ideologias, censura à imprensa e, mais recente, através da PEC 33, a submissão da Justiça a um poder cujos membros são temporais.

Os ministros do Supremo Tribunal Federal reagiram, ora imputando uma retaliação vinculada à Ação Penal 470 (Mensalão), ora à posição assumida pela Corte que deu liminar freando a tramitação no Senado do Projeto que pretende dificultar a criação de novos partidos o que viria a beneficiar as candidaturas de Eduardo Campos e Marina Silva, opositores de Dilma.
Gilmar Mendes assegura que rasgaram a Constituição e afirmou que é melhor fechar a Corte se for aprovada a proposta; Marco Aurélio Mello, diz que a aprovação da proposta é uma retaliação, pois existem dois deputados condenados no mensalão, os petistas João Paulo Cunha e José Genoíno que compõem a Comissão de Constituição de Justiça daquela Casa. “Ninguém levantou o dedo para suscitar uma dúvida quanto ao objeto da proposta. E é sintomático que na comissão tenhamos dois réus da ação penal 470”, disse Marco Aurélio.
Em outro extremo, existe uma estratégia fundamentalista de parlamentares da bancada religiosa que buscam atingir decisões recentes do STF que foram contrários à fé desses legisladores. Num atitude de revanchismo e enfrentamento querem a PEC no intuito de anular decisões que, interpretam, teriam invadido a prerrogativa do legislativo, como a autorização do aborto de fetos anencéfalos e o reconhecimento jurídico de união estável para casais do mesmo sexo.

O Partido dos Trabalhadores, através do seu líder, José Guimarães (CE), tenta esquivar o partido da polêmica, mesmo a proposta sendo de um petista e haver sido pautada pelo presidente da CCJ, Décio Lima, ele também petista e contar com o apoio de dois petistas da Comissão, João Paulo Cunha e José Genoíno, condenados no mensalão.

A reação fez com que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) anunciasse que não vai instalar a comissão especial prevista para analisar a Proposta, e que só levará adiante a tramitação após uma análise jurídica.

Os pontos principais da PEC
Passam a ser necessários os votos de quatro quintos dos membros dos tribunais para que uma lei seja considerada inconstitucional. No caso do Supremo, seriam necessários os votos de nove dos 11 ministros (em vez de seis, como atualmente).
Em ações que questionam a legalidade de emendas à Constituição Federal, a decisão do Supremo não será mais definitiva. Depois do julgamento pelo STF, o Congresso terá de dizer se concorda ou não com a decisão. Se discordar, o assunto será submetido a plebiscito.
Fica transferido do Supremo para o Congresso a aprovação de súmulas vinculantes. Esse mecanismo obriga juízes de todos os tribunais a seguirem um único entendimento acerca de normas cuja interpretação seja objeto de controvérsia no Judiciário.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Para evitar desgaste, vereadores montarão bloco independente


Um grupo de seis vereadores trabalha pela criação de um bloco independente que evite maiores desgastes às suas imagens e mandatos. Pressionados pela polarização entre o atual prefeito Alcides Bernal (PP) e o grupo de apoio ao ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB) ou ao grupo ligado ao governador André Puccinelli (PMDB), e sentindo o desgaste político a que estão expostos, pretendem se colocar fora da linha de tiro das declarações e acusações, muitas das vezes, estapafúrdias, de lado a lado.
Os vereadores que conversam sobre a composição do bloco independente vêm de diversos partidos: Carlão (PSB), Alceu Bueno (PSL), Dr. Jamal (PR), Paulo Siufi (PMDB), Paulo Pedra (PDT) e Edson Shimaburo (PTB). A se confirma a presença de todos, passariam a ser o fiel da balança nesta briga de bastidores e poderes. Seus votos seriam fundamentais e disputados renhidamente pelos três grupos. O motivo divulgado pelos vereadores é o de garantir a aprovação de projetos que favoreçam a Capital.
Mesmo que ainda não confirmado oficialmente por todos, o vereador Dr. Jamal fala abertamente que o grupo não quer ser base de ninguém e as conversas estão bem adiantadas e pode ser ampliado e passar a contar com os vereadores Rose Modesto e João Rocha do PSDB e do ex-governador Zeca do PT que se declararam independentes. Bom lembrar que isso não é garantia de voto para Bernal.
Repensando suas atitudes, o prefeito tem sinalizado que pretende manter aberto um canal de conversação, desde que não implique em cargos, mas que se baseie em projetos. No entanto, seguindo os passos de André Puccinelli, acena com a criação de duas novas secretarias, da Mulher e da Juventude.
Bernal conta com o apoio efetivo de seis aliados: seu líder Alex do PT, Ayrton do PT, Gilmar da Cruz (PRB), Luiza Ribeiro (PPS) e os vereadores de seu próprio partido, PP, Cazuza e Waldecy Chocolate. Outros três, mesmo se declarando independentes, têm votado com o prefeito: Zeca do PT e Rose Modesto e João Rocha do PSDB.

Desdobramentos

Essa independência municipal vai refletir de forma contundente nas composições estaduais para as eleições de 2014. Cada integrante do grupo vai ganhar força, enquanto se mantém essa indefinição entre o grupo do governador André Puccinelli, enfraquecido desde as últimas eleições municipais, a eleição do presidente da Assomasul e da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso do Sul. Fatalmente haverá um embate entre deputados que, ainda, permanecem sob o manto da governadoria.

Paulo Pedra agora tem mais autonomia num PDT que se reestrutura; Carlão pode reencontrar seu caminho no PSB que se fortaleceu com Murilo Zauith e David que têm pretensões e descobriram o atraso que significa estar atrelado a uma liderança alheia a legenda; Alceu Bueno ganha uma linha definida de atuação; Edson Shimabukuro passa a ser visto como uma liderança num partido de um único nome e sem cor partidária definida; Jamal parece ter cansado da tutela e sabe que tem peso eleitoral e influência política conquistada durante os anos de atuação parlamentar para traçar seus rumos rumo a uma provável candidatura a deputado estadual; e Paulo Siufi fará o enfrentamento com os algozes que implodiram sua pré-candidatura à prefeitura da Capital.

Vander Loubet é flagrado pedindo ajuda a pivô da 'Máfia do Asfalto'


"Eu tô no desespero", foram as palavras usadas pelo deputado federal Vander Loubet (PT-MS) em conversa telefônica – grampeado com autorização judicial – que manteve com o empreiteiro Olívio Scamatti, preso pela Operação Fratelli, da Polícia Federal e do Ministério Público, acusado de chefiar organização criminosa.

A organização fraudou licitações em 78 municípios de São Paulo por meio de emendas parlamentares e, conforme informado pela Polícia Federal, a frequência e o conteúdo das conversas fazem com que a própria PF e a Procuradoria que o caso de Vander Loubet é o mais grave dentre os detentores de poder que foram citados na investigação.

Evitando citar nomes, Vander diz, em uma das ligações – 12 de março – ao controlador do Grupo Demop, beneficiário do esquema de corrupção, que vai se encontrar com o governador “daquele” Estado, sem mencionar qual governador.

 “[falando do governador] chega hoje à noite e tá querendo conversar amanhã de manhã com nós, se você puder vir e, mais do que isso, o nosso amigo lá do Rio vai vir aqui também, vai almoçar comigo e se você estiver aqui pra tentar matar aquele negócio, que eu tô precisando resolver com ele aquilo, sabe, o diretor lá. Eu queria dar uma prensa naquele negócio lá, sabe?"

E Vander completa: “Eu sei a situação, eu não sou de ligar, mas eu tô desesperado, rapaz, sabe o negócio lá... já venho empurrando, empurrando".

Em outro trecho de ligação de 19 de fevereiro, falando sobre a liberação do transporte de asfalto, Vander informa que irá se encontrar no outro dia (20) com “o cara” e se oferece para intermediar pedidos de Scamatti.

Ao jornal “O Estado de S. Paulo”, através de sua assessoria, Vander diz que "é complicado se manifestar sem ter acesso à integra dos autos da investigação". Ele admitiu que conhece o empreiteiro, mas afirmou que "não tem nenhum tipo de relação política ou comercial com ele". Vander Loubet lembrou que Scamatti é de São Paulo e ele, de Mato Grosso do Sul. "Não recebi doação do grupo empresarial Scamatti."

Na tarde desta quinta-feira (25), a Polícia Federal confirmou a prisão de Dorival, Edson, Mauro e Pedro Scamatti, considerados foragidos desde o dia 17 de abril, quando a Justiça Federal acatou denúncia do Ministério Público Federal e expediu mandado de busca e prisão. Os irmão se entregaram à polícia e foram removidos para o Centro de Detenção Provisória de Rio Preto-SP.


O deputado federal Vander Loubet divulgou nota por meio de sua assessoria de imprensa na tarde desta quinta-feira (25).

Diz conhecer o acusado sem que, no entanto, tenha relações políticas ou comerciais com ele, e que não estava sob monitoramento. Sim, deputado Vander, monitorado estava o empresário com o qual o senhor mantinha estranhas ligações. É dessa forma que quadrilhas são desbaratadas. Para a derrubada de um esquema de corrupção, não se monitoram os telefones de todos aqueles que mantêm contato com o investigado.



"NOTA DE ESCLARECIMENTO

A respeito da matéria veiculada pelo jornal O Estado de S.Paulo em sua edição de hoje, na qual meu nome é mencionado, gostaria de esclarecer que:

1) Conheço o Sr. Olívio assim como conheço outros empresários, entretanto não possuo nenhum tipo de relação política ou comercial com o referido;

2) Como foi citado pelo próprio O Estado de S. Paulo, na edição de 19 de abril do corrente ano, não estou e nunca estive sob monitoramento nem sob investigação na operação citada pelo jornal;

3) Até o momento não recebi nenhum tipo de notificação oficial a respeito do caso, que, segundo apurei, corre em segredo de justiça, razão pela qual não tenho acesso aos autos;

4) Assim que tomar conhecimento do inteiro teor da investigação poderei saber do que se trata e terei condições de prestar os devidos esclarecimentos.

Vander Loubet"

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Os talibãs da moral alheia - Carlos Brickmann

Perfeito o texto do Carlos Brickmann, que reproduzo aqui, inchado de inveja boa pela qualidade do texto e precisão do argumento.

"Maurício de Sousa, o grande desenhista dos quadrinhos brasileiros, recebeu prêmio da ONU por sua campanha contra o racismo, foi símbolo revolucionário no Timor Leste (que, como colônia revoltosa da Indonésia, estava submetida à proibição de falar sua língua, o Português), transformou-se num ícone no Japão com o pacífico dinossauro Horácio. E é o demônio em forma de gente para um grupo de fiscais da moralidade dos outros, um instituto mantido por herdeiras de um grande banco e que já o denunciou, entre outros crimes, por aceitar propaganda em suas revistas e ser um dos responsáveis pela obesidade infantil no país. Responsável pela obesidade infantil por aceitar publicidade de produtos que, considera o instituto, têm baixo valor nutritivo (este colunista, a propósito, não gosta desse tipo de produto, e é gordo do mesmo jeito); e, caso não aceitasse propaganda em suas revistas, como é que sobreviveriam? 

Este tipo de questão não incomoda o instituto denunciante: o objetivo não é buscar soluções para problemas que identifica, mas denunciar quem acredita em outras ideias.

Denunciar, aliás, é a palavra exata: não se trata de um debate, de uma polêmica, de uma divergência de ideias. Trata-se efetivamente de denúncias ao Ministério Público, visando compelir o desenhista a fazer o que o instituto manda e a desistir de fazer o que o instituto condena.

O problema do instituto, diga-se a bem da justiça, não é Mauricio de Sousa: é todo esse pessoal que faz coisas sem pedir licença. Já brigaram com o McDonald’s, por oferecer brinquedos gratuitos a quem compra determinados sanduíches (e, no caso, o colunista é absolutamente isento: só come sanduíches dessas redes internacionais de fast food se não houver mais nada para substituí-los); e com a Ferrero Rocher, por colocar um brinquedinho dentro do Kinder Ovo. Agora estão brigando com um cliente de Maurício de Sousa: a Vedacit, por ter lançado uma linha de impermeabilizantes com - veja só que coisa nefanda, terrível!- nomes de personagens da Turma da Mônica. 

Qual a alegação? Que a Turma da Mônica não combina com produtos químicos, como os impermeabilizantes (quem faz publicidade para a Vedacit certamente não concorda com essa análise - e, além do mais, escolher personagens que nada têm a ver com o produto pode prejudicar o produto, não a sociedade). Que mais? "Entre os muitos abusos cometidos pela empresa, um dos mais graves é promover um produto químico para o público infantil. É inadequado, já que as crianças sequer devem manusear os produtos".

E quem diz que são as crianças que compram impermeabilizantes, ou que os manuseiam? Normalmente, quem escolhe o impermeabilizante é o empreiteiro da obra; e, quando o próprio contratante escolhe o produto, não é ele que o aplica, nem seus filhos ou netos. 

O curioso é que, quando o banco do qual as mantenedoras do instituto são herdeiras usa bebês na publicidade, aí não surge qualquer protesto: no caso, vale o trabalho infantil, vale o bebê ficar sob luzes fortes, vale uma pessoa que ainda não tem idade para saber o que está fazendo emprestar sua imagem para uma empresa vender seus produtos. 

Como não diz o provérbio, cisco no olho dos outros é colírio."

10 motivos para dizer não à PEC 37


terça-feira, 23 de abril de 2013

Comissão de Saúde acorda do coma e Luiza Ribeiro cobra ações


Vereadora Luiza Ribeiro (PPS)
A vereadora Luiza Ribeiro (PPS) cobrou, na sessão dessa terça-feira (23), providências em relação aos trabalhos da Comissão Permanente de Saúde, que até o momento se reuniu apenas uma vez por 10 minutos, para discutir irregularidades no Hospital do Câncer (HC) e Hospital Universitário (HU).

“Quero alertar aos colegas vereadores que a sociedade Campo Grande foi envolvida neste debate e que a diante da urgência do tema, a Câmara não pode ser calar e, caso não sejam tomadas as providencias necessárias, vou apresentar novamente o requerimento para abertura de uma CPI”, afirmou Luiza Ribeiro.

A vereadora alertou o presidente da Casa, Mário Cesar, e o presidente da Comissão Permanente de Saúde, Paulo Siufi que até o momento não foi publicada no diário oficial a ampliação da Comissão e que não foram feitas convocações oficiais para reuniões da Comissão. “Não foi lavrada ata da única reunião realizada pela Comissão Ampliada e, até o momento, não temos prazos, nem informações sobre o requerimento apresentado que solicitava, entre outras providências oitivas com autoridades para prestarem esclarecimento sobre as investigações no tratamento do câncer”, enfatizou.

Com a ampliação a Comissão de Saúde da Câmara que era formada pelos vereadores Paulo Siufi (PMDB), Dr. Jamal (PR), Elizeu Dionizio (PSL) Coringa (PSD) Gazielle Machado (PR), passou a contar com a participação da vereadora Luiza Ribeiro (PPS) e dos vereadores Zeca (PT), Gilmar Neri (PRB) e João Rocha (PSDB).

Faz de conta

O vereador Paulo Siufi (PMDB), ex-presidente da Casa na gestão Nelsinho Trad, agora diz que a Comissão – e reitera que ela é composta apenas por ele, Dr. Jamal, Elizeu, Coringa e Grazielle – fará uma série de visitas a hospitais para apurar denúncias encaminhadas pela população

E a população pergunta: para quê?

Onde estavam os senhores vereadores, parte deles legisladores na anterior composição da casa, que não exerceram uma ação efetiva de investigação impedindo que a deterioração da saúde pública chegasse ao atual patamar?

De acordo com o vereador Paulo Siufi, a Comissão de Saúde fará visitas a hospitais durante a semana, para apurar denúncias. A primeira será na Santa Casa de Campo Grande, quarta-feira (24), depois no Hospital do Câncer na quinta-feira (25) e na Maternidade Cândido Mariano na sexta-feira (26), todas às 8 horas. “Nestas visitas vamos verificar o que está acontecendo nesses hospitais e por meio de uma inspeção minuciosa vamos apurar se as denúncias que recebemos são verdadeiras”, revelou Siufi.
Mas afinal, que denúncias poderiam trazer novidades que não as denunciadas amplamente pela imprensa nestes últimos anos? Que denúncias seriam que já não tenham sido apuradas por investigações policiais que desmantelaram esquema de fraudes no Hospital do Câncer e Hospital Regional?
Denúncias da população? Quer dizer, senhores vereadores, que a população se manteve calada durante todos estes anos, considerando a morte por mal atendimento, negligência, despreparo do quadro administrativo, escassez de recursos, e falta de profissionais de saúde, como se tudo se devesse ao desejo Divino?
Acreditar que neste exato momento em que um governo do qual os senhores não fazem parte, porque os mentores do grupo foram expulsos pelo voto, assume e tem um bom desempenho nesta área é que as a população resolve, por um flash de luz Divina, encaminhar denúncias?
Senhores, o Ministério Público Federal vem desenvolvendo investigações sobre os motivos e as motivações que levaram a Saúde Pública de Campo Grande a tal estágio, e a pedido do governo Bernal, a quem os senhores querem imputar a culpa. Agora, de que adianta fazer este jogo de cena para o eleitor?
Elizeu Dionízio, relator da Comissão Permanente de Saúde, diz que essas visitas são uma forma de diagnosticar as falhas e que: “já estou apresentando os relatórios das visitas que fizemos na Unidade de Saúde do bairro Tiradentes e na UBSF do bairro Vida Nova II, os quais serão encaminhados para o Poder Executivo e também para o Ministério Público e o Tribunal de Contas, que são partes interessadas também”.
Ótimo, senhor vereador, que os atuais problemas enfrentados sejam dimensionados e que se busquem soluções, pois o atendimento da saúde será por um longo período de tempo, deficiente, muito em razão do (no mínimo) abandono a que foi relegada. Que a Câmara Municipal de Campo Grande exerça suas funções, mesmo que a partir de agora.
Cai a máscara
Caso não tenha caído definitivamente a máscara de um grupo que privilegiou e fez vistas grossas a quem, por ser da família ou parte integrante do grupo de mandatários com cacoete de donatários do poder, ela está bem rota.
Ninguém consegue compreender o porquê de uma Comissão que nunca foi atuante, tornar-se tão ativa após o escândalo da rejeição da CPI da Saúde proposta pela vereadora Luiza Ribeiro, haver sido assassinada pela traição.
Senhores, lembrem-se, para o povo que fez cair um candidato majoritário, derrubar estes que sequer tiveram votos suficientes para garantir a eleição por número de votos (nenhum dos senhores conseguiu sozinho, votos suficientes para ocuparem a cadeira), será menos trabalhoso. A política não mudou, quem passou por processos de mudança foi o povo, e não foi necessário, desta vez, pintar os rostos, bastou tirar o nariz de palhaço.

domingo, 21 de abril de 2013

Governo Bernal mostra boas ações no varejo e fraqueza administrativa


O governo Alcides Bernal tem atacado com intensidade os problemas de saúde de nossa capital e, nesta questão, demonstrado rara competência, apesar de todos os problemas herdados da gestão anterior como sucateamento de ambulâncias, infraestrutura dos prédios que apresentam rachaduras, infiltrações e problemas elétricos entre outros. Ponto para o início de administração que controlou a pior epidemia de dengue, evitando inúmeras mortes. No entanto, se apresenta boas ações no varejo, falta estrutura consistente que ganhe confiabilidade do público quando se trata de estrutura administrativa, com secretários que, mais que ter competência, a demonstrem de forma convincente para a população.


Em recente entrevista, o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), discorreu sobre as recentes ações de seu governo, mas não respondeu de forma convincente sobre os projetos de gestão a médio e longo prazo, e sequer ofereceu prazos de resolução para os problemas que se apresentam.  Usou do artifício de comentar o que deixou de ser feito, ou foi feito de maneira incorreta pelas administrações anteriores finalizando com a assertiva que “a equipe de governo está fazendo uma análise criteriosa e providências serão tomadas”. Sem dizer quais e quando.

Com relação aos contratos não cumpridos, também ai sua equipe está fazendo um levantamento detalhado das cláusulas. Apresentar o desenvolvimento de trabalho da forma vaga como foi feito pelo atual prefeito apenas causa, na população, um sentimento de incerteza e uma desesperança que vem sendo notada nas diversas enquetes de avaliação de sua administração, com avaliações tendendo para o negativo.

Repetir o jargão de que a população não será prejudicada, vai na contramão do que se vê nas ruas: operação tapa buracos que não consegue atender as principais vias, causando transtornos no trânsito e prejuízo aos motoristas; falta de pontos de venda e restrição de horário de compra de cartões PegFácil para os usuários do transporte coletivo; ambulantes que lotam os terminais, protegidos pelos fiscais da Agetran, dificultando a mobilização e prejudicando os comerciantes legalmente registrados que operam nos terminais; entre outros transtornos diários.

Graves problemas

Existem, no entanto, problemas mais graves a serem equacionados. Transporte público é o que mais diretamente afeta a vida dos campo-grandenses por ser de uso diário. Mesmo com a nova concessão tida e havida como redentora de todos os males, os ônibus são velhos, inseguros e não suprem a demanda de usuários. A destinação dos resíduos sólidos está sem solução e Bernal parece não ter uma resposta definitiva sobre os passos intermediários até que se regularize a usina e o problema dos catadores.

Insegurança

O que gera insegurança na população, e esta insegurança nunca é boa, não é o fato do aparente marasmo. Isso é entendido e perdoado por se tratar de uma administração nova, que assume rompendo com vinte anos de um mesmo grupo no poder. Também por haver sido atendida em termos de saúde, que é o aspecto que mais lhe afeta, após o transporte público. No entanto, esta aparente apatia, somado às rusgas constantes com a Câmara Municipal, mais o isolamento da mídia por parte do próprio prefeito e de seu secretariado, traz desconfiança, que Bernal parece não entender. A população percebe que esta postura trará, inevitavelmente, prejuízos para o município. Não precisamos de um cavaleiro solitário salvador, precisamos de um político competente.

Outro tema que causa pesadelos por suas implicações são os indicativos de greve e ameaças de paralisação de diversos setores da administração pública, em especial dos agentes de saúde.

As marcas de Bernal

Ficam registrados neste início de governo as boas iniciativa em recapear a Avenida das Bandeiras como indicativo de que outras vias passarão pelo mesmo tratamento; o combate à epidemia de dengue e a reestruturação da saúde, além do “congelamento” das tarifas de transporte urbano com a redução da tarifa do distrito de Anhanduí.

Resta-nos ver o que de produtivo trará o balanço dos 111 dias de governo com seu consequente plano de ações futuras. A expectativa é que os planos saiam da seara dos estudos para tomar a via da execução.

Não há tempo para isso. Temas polêmicos como mudança da Câmara, relação entre prefeito, secretários e vereadores, relação entre secretários e imprensa, Bernal e imprensa, são fundamentais para dar entendimento de administração, dar noção de trabalho. Fugir destas questões em entrevistas maculadas por perguntas previamente aprovadas pela assessoria, não dará a noção de bom governo, bem e muito pelo contrário. Ainda resta a Bernal perder sua arrogância e domar seus traumas, precisamos de administradores competentes, não de políticos divinizados.