Seis anos após as denúncias
feitas pelo médico e sindicalista Ronaldo Costa ao Ministério Público Estadual
sobre o desmonte dos setores de oncologia no hospitais públicos de Mato Grosso
do Sul, a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes de Defraudações e
Falsificações (Dedfaz).
A
delegada Ariene Nazareth Murad de Souza Cury instaurou inquérito atendendo
comunicado da 29ª Procuradoria da Justiça, e dará seguimento às apurações da
Polícia Federal na Operação Sangue Frio que apurou esvaziamento do tratamento
oncológico em hospitais público benefício de equipe ligada ao ex-diretor
Adalberto Siufi que terceirizava os serviços a empresas do grupo, pagando
valores até 70% acima da tabela do SUS.
O
desmonte do tratamento oncológico público e a desativação do Centro de
Referência em Saúde do Trabalhador de Mato Grosso do Sul (Cerest) foi
denunciada pelo médico Ronaldo Costa já em 2007 que suspeitava, já à época, que
grupos privados estariam se apropriando de todos os serviços, criando um
monopólio por meio do tráfico de influência e proximidade com os gestores
estaduais, objetivando meramente o lucro.
Ronaldo
reafirmou para a delegada que os serviços prestados eram de baixa qualidade e,
em muitos casos, não atendiam às determinação da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa). “A questão é que não só a oncologia está no inquérito, mas
agora há possibilidade para que a gente possa ampliar essas investigações com
novas suspeitas de irregularidades e desmonte do SUS no estado em favor do
privado”.
Haverá conclusão?
Esta
faxina na Saúde Pública de Mato Grosso do Sul, pesa novamente contra os
vereadores da Capital que engendraram uma farsa na questão da instauração da
CPI da Saúde, proposta pela vereadora Luiza Ribeiro (PPS) e apoiada pelo
vereador Zeca do PT, e esvaziada pela tropa de choque dos generais Trad e
Puccinelli. Na Assembleia Legislativa, exceto discursos mais ou menos
contundentes, nenhuma atitude objetiva foi aventada.
Isso
permitiu que toda a investigação e todos os desmandos perpetrados em nível
municipal e estadual corram em sigilo, o que nos leva a pensar que a população,
mais uma vez, ficará alheia aos resultados da apuração judicial e ao improvável
reordenamento do setor de saúde em nossa Capital e em todo o Mato Grosso do
Sul.
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