Todas as informações aqui prestadas ganham mais importância
do que o assassinato do jornalista Eduardo Carvalho do site UH News? Não. E
aqui não adjetivamos como “covarde assassinato”, pois é redundância dizer
“covarde”, “frouxo” ou “medíocre” a um assassino. É lixo. É animal fraco de
ideias e ações que, desprovido de uma arma que o torne macho, é um “maricas”
pronto a ser usado por quem o pague melhor.
E o que dizer dos mandantes? Tão ou mais frouxos que o
próprio assassino, pois que, sequer coragem para executar a tarefa, consumar o
ato, lhes resta. Supõem-se com o poder ilusório que o dinheiro empresta e o
encantamento que os homens lhes prestam.
Gostaríamos de saber contar com o esclarecimento deste crime
que derrubou mais que um jornalista, atingiu a própria liberdade. Não o direito
do jornalista em denunciar as diversas e constantes falcatruas perpetradas, mas
o próprio fato, a verdade. O direito de informar sangrou até a morte. A
verdade, os motivos, o nome dos executores e dos mandantes será sepultado junto
com o corpo. O limite da investigação estanca naquela tênue linha de defesa
pessoal traçada por quem detém o pífio poder numa sociedade doente.
Então, a questão que nos parece mais importante neste
momento é saber o que traz de conteúdo a informação jornalística se a verdade
não é, pois que esta está sob ameaça.
Muito pouco, talvez nada. O que nos põe medo não é o já instituído Primeiro
Comando da Capital (PCC) como força social, mas a escória que se esconde sob
outras instituições, seus membros titulados.
É bom lembrar que o atentado contra a vida de um jornalista
já levou à derrocada de um projeto político e o consequente suicídio de um
presidente que, por fina ironia foi o que promoveu o desenvolvimento do
Centro-Oeste. Hoje, o contumaz assassinato de jornalistas nessa região cai na
mesmice da vala comum dos homicídios mal investigados e nunca esclarecidos.
E o que cabe a nós, jornalistas? E aqui empresto as palavras
do jornalista Éser Caceres: “que também abram a
boca contra o mau jornalismo que prolifera em MS, contra a infiltração do crime
organizado em redações que arrotam a liberdade de imprensa no rosto dos
consumidores, enquanto a mesma deveria exalar como bom hálito.
O maior ou menor grau de incômodo que os donos de jornais causam está
intimamente ligado à quantidade de falcatruas que permeiam o poder público em
todas as suas instâncias. [...] A um jornal, ficar calado, sempre, é um ato de
corrupção. A corrupção é justamente a deterioração de um estado ou jeito que as
coisas devem manter. Nosso jornalismo sul-mato-grossense está corrupto.
A um jornalista, ficar calado, às vezes, parece a única opção. Mas os homens de
imprensa têm o dever moral de reagir. Reagir contra a corrupção que parece ter
se tornado regra, e não exceção.”
Eduardo Carvalho era irascível, exaltado, tinha um lado e o
defendia, mas nunca foi hipócrita ou covarde. Dizer que sempre será maior que
seus algozes, não cabe, pois estes são lixo.