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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Bem mais fácil é desistir




Todas as informações aqui prestadas ganham mais importância do que o assassinato do jornalista Eduardo Carvalho do site UH News? Não. E aqui não adjetivamos como “covarde assassinato”, pois é redundância dizer “covarde”, “frouxo” ou “medíocre” a um assassino. É lixo. É animal fraco de ideias e ações que, desprovido de uma arma que o torne macho, é um “maricas” pronto a ser usado por quem o pague melhor.

E o que dizer dos mandantes? Tão ou mais frouxos que o próprio assassino, pois que, sequer coragem para executar a tarefa, consumar o ato, lhes resta. Supõem-se com o poder ilusório que o dinheiro empresta e o encantamento que os homens lhes prestam. 

Gostaríamos de saber contar com o esclarecimento deste crime que derrubou mais que um jornalista, atingiu a própria liberdade. Não o direito do jornalista em denunciar as diversas e constantes falcatruas perpetradas, mas o próprio fato, a verdade. O direito de informar sangrou até a morte. A verdade, os motivos, o nome dos executores e dos mandantes será sepultado junto com o corpo. O limite da investigação estanca naquela tênue linha de defesa pessoal traçada por quem detém o pífio poder numa sociedade doente.

Então, a questão que nos parece mais importante neste momento é saber o que traz de conteúdo a informação jornalística se a verdade não é,  pois que esta está sob ameaça. Muito pouco, talvez nada. O que nos põe medo não é o já instituído Primeiro Comando da Capital (PCC) como força social, mas a escória que se esconde sob outras instituições, seus membros titulados.

É bom lembrar que o atentado contra a vida de um jornalista já levou à derrocada de um projeto político e o consequente suicídio de um presidente que, por fina ironia foi o que promoveu o desenvolvimento do Centro-Oeste. Hoje, o contumaz assassinato de jornalistas nessa região cai na mesmice da vala comum dos homicídios mal investigados e nunca esclarecidos. 

E o que cabe a nós, jornalistas? E aqui empresto as palavras do jornalista Éser Caceres: “que também abram a boca contra o mau jornalismo que prolifera em MS, contra a infiltração do crime organizado em redações que arrotam a liberdade de imprensa no rosto dos consumidores, enquanto a mesma deveria exalar como bom hálito.

O maior ou menor grau de incômodo que os donos de jornais causam está intimamente ligado à quantidade de falcatruas que permeiam o poder público em todas as suas instâncias. [...] A um jornal, ficar calado, sempre, é um ato de corrupção. A corrupção é justamente a deterioração de um estado ou jeito que as coisas devem manter. Nosso jornalismo sul-mato-grossense está corrupto.

A um jornalista, ficar calado, às vezes, parece a única opção. Mas os homens de imprensa têm o dever moral de reagir. Reagir contra a corrupção que parece ter se tornado regra, e não exceção.”
Eduardo Carvalho era irascível, exaltado, tinha um lado e o defendia, mas nunca foi hipócrita ou covarde. Dizer que sempre será maior que seus algozes, não cabe, pois estes são lixo.

 

sábado, 17 de novembro de 2012

O prato político está suculento, e posto à mesa

Para quem participou direta ou indiretamente das eleições municipais e acreditou que após todo o circo de críticas, promessas, acusações e, na maioria das vezes, baixarias, tudo tivesse findado, dorme enganado. Foi apenas a entrada para o fausto banquete. Servida a mesa com diversos pratos para sua degustação que nem sempre alimentam e, por vezes, causam náuseas, ou em casos mais graves, intoxicações.

Mesmo com a total alienação da população, por hábito e tradição ausente dos destinos do município pós-eleições, “o couro come na casa do Noca”, ali, vizinha da “casa da mãe Joana”.

Alguma coisa permanece igual, como o repetitivo choro do prefeito eleito de Campo Grande, Alcides Bernal – que nunca conseguiu conviver harmonicamente com seus pares na Câmara Municipal ou na Assembleia, usando as “forças ocultas” da perseguição como justificativa para seu pífio trabalho parlamentar –, que novamente se diz engendrado em tramas obscuras nas questões do Imposto Territorial e Predial Urbano (IPTU), transição e base de apoio na Câmara. Assim ele abre os discursos que temperam a refeição a ser servida.

Imagem: centoequatro.org
Neste banquete, os melhores pratos parecem estar reservados aos novos e nobres representantes da população da Capital, conforme proposta de reajuste em seus proventos. Seriam, por proposta, elevados dos atuais R$ 9 mil, para algo em torno de R$ 15 mil mensais. Atingiria, assim, o teto máximo constitucional de 75% dos salários dos deputados estaduais, hoje em R$ 20 mil. Merecido para quem representa “um instrumento institucional da democracia, imprescindível ao bom desenvolvimento da sociedade”, como diz a recém-eleita Luiza Ribeiro, mas injusto pelo que, mais que nossa percepção, a própria realidade demonstra na análise da atuação de todos e de cada um dos vereadores.

Fazem parte da mesa, também, os partícipes da transição, membros do atual e futuro governo municipal, ação teoricamente técnica, mas que representa um avanço inovador por contar com membros da Câmara Municipal, iniciativa do vereador Paulo Pedra e bem aceita por Bernal, que indica empenho democrático em sua forma de administrar a Capital.

E para fechar o encontro gastronômico destes tempos, a eleições para a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso do Sul (OAB-MS) faz sentar à mesa os três representantes dos grupos que pretendem representar a advocacia. Sempre grupos buscando o comando da entidade, com propostas que diferem mais em método de execução do que em inovação. Respeitar o advogado, fazer uma Ordem forte e presente, ou restabelecer a Ordem são as opções da classe que busca ser representado como um todo, não como uma facção.

Consumado a ágape, enquanto alguns repousam para a digestão, a cozinha da eleição para a mesa diretora da futura Câmara se agita na lavagem dos pratos sujos e entre as esgrimas de conchas e espumadeiras, os atores buscam sair de pias e fogões e serem participes do lauto banquete.

Fazemos a nossa parte, ouvindo, observando e cobrando bons modos à mesa. Bon appetit.


Publicado como Editorial em Jornal Liberdade MS - ed. 65 - de 18/11/2012.

sábado, 10 de novembro de 2012

O desencontro dos falares e a Torre de Babel


Imagem: http://levibronze.blogspot.com.br
Ainda sob o impacto das eleições que conseguem, por sua proximidade com o eleitor, maior participação popular, podemos nos atrever decifrar os diversos falares dos diferentes universos que orbitam entre os políticos e o povo.

Diz o Gênesis que uma torre, chamada Babel, foi erguida pelo povo com o objetivo de atingir o céu, celebrar o homem e igualá-lo a Deus, numa clara afronta à Divindade. Como castigo, Deus fez com que estes falassem várias línguas, obstruindo a construção pela impossibilidade de comunicação. O que poderia explicar as várias etnias, explica a política.

O universo da política não corresponde à vida cotidiana, como a vivenciamos. Os métodos, formas e objetivos são outros. Onde deveriam existir cidadãos profissionais na função de políticos, temos políticos profissionais que abdicaram de sua condição de cidadãos, em todo e qualquer recanto do país. E vamos nos ater ao Brasil.

Este descompasso entre os que habitam os jardins do rei e os que dormem fora dos muros do reino fica evidenciado em cada projeto que beneficia clãs e grupos, conchavos rasteiros, feudos criados e mantidos, denúncias não respondidas. Existem, então, três principais troncos linguísticos em nossa Babel: idolatrados políticos, idólatras que gravitam ao seu redor, e a imensa massa de vítimas.

João Ubaldo Ribeiro, com propriedade nos defronta com nosso descaráter quando menciona o fato de que o brasileiro não se apercebe de suas “pequenas” delinquências diárias, como fazer do material do escritório em que trabalha, propriedade sua. Esta é a grande massa, que empresta o mesmo direito de fazer pessoal o que é público, aos políticos. Mas a vergonhosa classe é dos idólatras, que auxiliam a rapina dos idolatrados e alimentam a eterna inveja por se tornarem ídolos.

Assim, e por não prestarem contas à sociedade das denúncias propagadas pela imprensa, chegamos a um estado de caos em serviços que beneficiam e são fundamentais exclusivamente à grande massa: saúde, transporte, lazer e segurança.

Mas a população parece ter começado a aprender outras línguas e, se não compreende plenamente sua gramática, já domina alguns verbos. Basta fazer um comparativo dos resultados de urnas que enxotou grupos arraigados e entronizados no poder.

Então, que não passe despercebido. Essa linguagem e esse poder está confrontado pelo crescimento das oposições nas eleições por todo o país, e nas grandes São Paulo e Rio de Janeiro por um outro poder tão nocivo quanto: a marginalidade armada.

Que aprendam, assim, a ouvir as críticas populares que a imprensa reporta e, mais do que isso, dar satisfações de ações e atos para a população. E que a imprensa seja ética e, fazendo “mea culpa”, repense a frase de Luís F. Veríssimo, “às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data”.

Publicado como Editorial em Jornal Liberdade MS - ed. 64 - de 11/11/2012.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Violência, a Empresa Criminalidade e o engessamento da Lei

Operação Saturação, promovida pela PM na favela
 de Paraisópolis. (Foto Apu Gomes/Folhapress)


Falar de acontecimentos atuais e traumáticos como os de São Paulo, é expor-se a erros por falta de informações mais precisas ou falta de amplitude de tempo e espaço. Vou arriscar embasado no conhecimento adquirido da minha querida São Paulo e de alguns meandros da criminalidade.

É cansativo, por vezes, ver criarem-se heróis e profetas nas redes sociais, pessoas pouco responsáveis ou de visões estreitadas por viseiras e que difundem conceitos, ideias, e mágicas soluções que apenas turbam mais o entendimento do caos, jogando trevas onde já habita a escuridão

Não se pense o crime em São Paulo num comparativo com o modus operandi dos criminosos cariocas, gaúchos, mineiros, baianos, sul-mato-grossenses etc. Há um conceito na alta cúpula do PCC e uma organização empresarial tão bem pensada que as ações desenvolvidas pela polícia paulista pedem mais ações de inteligência do que, propriamente, a força policial.

Na ação anterior orquestrada pelo grupo criminoso, que desencadeou ataques contra delegacias e postos policiais, havia a condição de mapeamento dos ataques, portanto a reação pode ser mais rápida e contundente. Mas, se por um lado a ação forte e decisiva conteve a sanha sanguinária dos comandados do Primeiro Comando da Capital, por outro deu mídia para os boquirrotos pseudo defensores dos Direitos Humanos, que utilizam o termo sem que tenham sua mínima necessária compreensão. Usam-no por modismo. E aqui não se confunda estes “pseudos” com os reais e verdadeiros pensadores dos Direitos Humanos que, nesta época de exposição de pasmaceiras verbais e para não serem confundidos com estes, recolhem-se ao silêncio.

Na versão atual dos acontecimentos, a estratégia (diabolicamente bem pensada) do PCC consiste em ataques aleatórios, preferencialmente a policiais ou servidores da lei, nas ruas, por bandidos em motos (de fácil locomoção e manobra, e difícil identificação de cores, modelos e placas). E, na falta destas vítimas preferenciais, qualquer cidadão desavisado ou mesmo rivais de crime.

Como mapear ataques aleatórios? Não se pode antecipar a mente de banal psicopatia destes assassinos. E todas as noites os cadáveres são recolhidos em tantos e tão dispersos pontos da cidade, e assim será. Até quando?

Bem, é sabido que o PCC é uma Organização Empresarial com fins criminosos. Ponto. E esta organização não pauta suas ações pelas legislações Civil ou Criminal a que todos os cidadãos estão sujeitos. Fazem suas Leis, agem, julgam e executam pessoas e ações. E o que podemos depreender destas ações? Qual o objetivo?

O conhecimento que nos permitiu a vivência naquela cidade e a observação atenta dos atalhos e meandros da criminalidade, mais um tanto de amizades cultivadas entre bons policiais, leva a crer que a intenção primeira do PCC é acuar o governo paulista e obrigá-lo a sentar à mesa de negociação. Sentar à mesa de negociação com a marginalidade. Submeter o governo de toda uma população, eleito, responsável pelo bem estar social a coadunar e ser subjulgado pela chefia da miséria humana bandida. Pode parecer um absurdo. É um absurdo.


A polícia paulista sofreu um processo de desinfecção impetrado pelo atual secretário de Segurança, Antônio Ferreira Pinto, agindo sob ordens do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, que abalou o minucioso organograma do crime, controlado pela grande e economicamente poderosa empresa Primeiro Comando da Capital. Eis o motivo primeiro, reação.

Arriscam sacrificar os peões neste tabuleiro do poder e matam aleatoriamente, o que lhes é fácil tanto ao ordenar quanto ao executar. E a perda da vida, principalmente de policiais, somado à sanha midiática dos pseudo arautos do “poder extremo às milícias”, ansiosos por serem elevados a salvadores da pátria, somado ao silêncio safado dos pseudo defensores perpétuos dos direitos humanos, que teriam desmontadas suas falácias humanistas e expostas suas fraquezas de conhecimento – e peço, encarecidamente, que não confundam estes com os reais defensores dos Direitos Humanos, tão necessários e de ímpar consciência da premência desta defesa – abala e fragiliza toda uma população. Abala e fragiliza principalmente um governo democraticamente constituído. Um governo engessado pela Lei, que a ela se subordina, como deve ser.

Então, não é uma questão que se resolva em dias, colocando policiais na rua para demonstrar um mentiroso controle da situação. Não é o caso, ainda, de se recorrer às forças armadas, cujas funções são outras, tão importantes quanto. Ao Exército não cabe esta função.

Mas o que querem os brasileiros e, em especial, os paulistas? Que o governo se renda a esta tentativa de chantagem? Que retornem os policiais(?) defenestrados?

Acredito que a atitude está correta, bem como a decisão pela união de forças e capacidades do Estado em suas representações estaduais e federais. E não se negue capacidade ao secretário de segurança paulista, ao governador e ao ministro da justiça, José Eduardo Cardoso.

De início, seis pontos de ataque foram firmados: ação integrada, transferência de presos – líderes, contenção nos acessos ao estado, retirada maciça de drogas das ruas, criação de um centro pericial e de um comando de controle integrado.

Que nosso sentimento de pesar pelos inocentes mortos, não turve nossa visão. Não nos devemos ater ao aparente. Fazer isso seria acreditar numa falsa ideia de apocalipse, de fragilidade. Seria nos tornarmos partícipes do plano nascido nas prisões e, de certa maneira, soldados do crime. Ainda que pese o lamentar os mortos, a melhor e mais correta forma de reverenciá-los é darmos apoio aos seus colegas policiais, nossas preces e a confiança depositada na sua bravura e capacidade de exporem-se ao perigo em nossa defesa. Já lhes basta serem mal remunerados e mal armados.



segunda-feira, 5 de novembro de 2012


Guerra fria, guerra explícita,
diplomacia e rasteiras que envolvem bem mais do que os vinte e nove vereadores eleitos está desencadeada na Câmara Municipal de Campo Grande-MS. Aliás, desses, podemos subtrair meia dúzia de gatos pingados paraquedistas e acrescer uns tantos deputados, donos ou presidentes de partidos e personagens pardas que sustentam gabinetes. Tudo em função dos nomes que irão compor a mesa diretora em especial o almejado cargo de Presidente da Casa. O PTdoB alcançou forte crescimento e brinca em indicar o nome do ‘lego’ Flávio César. Airton Saraiva (DEM) bate forte e garante ter 10 homens e um segredo que definirão o nome do futuro presidente – descartado um dos nomes fortes, Paulo Siufi (PMDB). Zeca do PT, se conseguir um pouco de lucidez, nem irá se aventurar. Começam a despontar um Edil Albuquerque (PMDB) prejudicado pela surra dada ao governo que representou como vice-prefeito e secretário, e Mário César (PMDB), podendo sobrar um nome moderador e que atenderia ao momento de transição – troca de apoios fisiológicos – e, neste quesito vem forte o nome de Rose Modesto (PSDB), de excelente votação.


O Rei pode ser louco,
seus ministros, não. Descoberta a inviolabilidade do voto e os atalhos que desviam os apoios políticos, não foi difícil encontrar o foco de um sorvedouro que minou muito a candidatura oficial na Capital do Mato Grosso do Sul. E a descoberta que há tempos poderia ter sido descoberta no divã de psicólogos ou no consultório psiquiátrico, veio a tona na poeira que desprendeu da mesa socada pelo chefe maior que exigia explicações. E, afinal, a quem foi dado o poder de ameaçar, caiu. É o caso, o perigo de ter um cão raivoso tomando conta do seu quintal é ter, mais cedo ou mais tarde, seus amigos atacados. Já foi tarde aquele que, agora, tem tempo para meditar, mas não sabe, então que sobre tempo para se medicar.


A Desfaçatez
foi tanta, que apesar de ver minguarem seus votos em função do desvio de função da casa, os vereadores de Campo Grande-MS, num último ato de ultraje aos cidadãos, promoveram mais uma festiva e custosa sessão de homenagens. Não contentes e incapazes de “ler” os resultados da eleição, planejam aumento de salários e benesses. Já nesse caso não é desfaçatez, é agressão, é tripudiar sobre a boa fé dos campo-grandenses. Peço que não esqueçam que seus mandatos têm prazo estipulado, a função jornalística, não.


A pergunta
que não quer se calar. Por que tantos deputados assumem ares de ignorantes políticos e criticam as necessárias e democráticas composições entre aliados para a composição do novo governo municipal? E, nesse caso, falo apenas dos deputados estaduais, que parecem ainda ser comandados por rédeas curtas pelo “outro” poder, porque os vereadores aguardam que lhes lancem um sorriso para mudarem de lado. São tão democratas que desconhecem a independência dos poderes. Se conselho fosse bom... poderiam assistir ao julgamento do Mensalão e aprender um tanto.


sábado, 3 de novembro de 2012

Em céu de brigadeiro, por um lugar acima dos 10 mil pés


Aos que imaginavam céu de brigadeiro passadas as turbulências provocadas pelas eleições, acirradíssimas na Capital de Mato Grosso do Sul mais em função da troca de acusações e ataques desmedidos, enganaram-se. Uma nova e mais provocante etapa de disputa por poder político tem início, mal passada a ressaca das urnas.

Por entre os corredores da Câmara Municipal, entre as paredes dos gabinetes, desenrola-se a disputa pelo poder da presidência da Casa de Leis, longe, muito longe do entendimento do cidadão, mas que influi diretamente em suas vidas, mesmo que isso não se aperceba. E não pensem que os votos depositados nas urnas por cada um dos eleitores não tenha uma relação direta com isso. A cada opção por um candidato, o voto tem o poder de “dar poder” a um partido, uma coligação ou um vereador eleito.

Nesta disputa democrática, alguns nomes estão definitivamente vetados pelos grupos que se formam e outros surgem fortes para a presidência e demais cargos da mesa diretora. Em época de governante com minoria na casa, aguarda-se uma disputa de quatro anos, momento em que todos tentam obter benefícios até retomar seus pensamentos e ações para o povo, em meados de 2016, com um breve intervalo para eleger seus padrinhos para a Assembleia em 2014.

Haveria um modo de fiscalizar, com o comparecimento e participação da população nas sessões da Câmara Municipal, no entanto este não é um hábito dos brasileiros, o que vem a atender as preces dos nossos edis.
Outra eleição que vem movimentando expressiva parcela da população sul-mato-grossense é para a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso do Sul. Quando se esperava uma disputa amena, embasada no embate de ideias e proposições, os candidatos se digladiam por meio da mídia e da própria justiça. Aceitam os termos preestabelecidos pela Comissão Eleitoral para, em campanha, desconsiderá-los. E tomam como ataque pessoal a este ou aquele candidato, qualquer matéria de caráter informativo que questione o que se afigura como erros de administração ou postura ética.

Não, de forma alguma temos interesse pela vitória de qualquer das chapas, mesmo porque somos jornalistas, não advogados. Nosso interesse é bem informar, de forma isenta. Este é o nosso entendimento sobre uma Instituição como a OAB, que representa importante papel social e indica a parte da justiça que chega ao conhecimento dos leigos.

Em qualquer caso e em todos os casos que impliquem interesse da população, não mediremos esforços pelo bem informar. É nossa função, e mantermos a isenção e imparcialidade é nossa ética.

Publicado como Editorial em Jornal Liberdade MS - ed. 63 - de 04/11/2012.