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sábado, 27 de abril de 2019

A tragédia de Mariana: a justiça fala bonito quando é para inocentar amigos e poderosos





Decisão impede que réus na tragédia de Mariana respondam por homicídios e abre caminho para inocência em Brumadinho.

Não existem culpados pelas mortes em Mariana (MS). As vítimas morreram e não foi por homicídio e lesão corporal. Morreram por morrerem. O Ministério Público Federal, em 2016, moveu ação, mas devem ser , pela nossa magnânima justiça, consideradas crimes ambientais de desabamento e inundação. Não foi crime contra a vida, ainda que 19 pessoas tenham morrido. Ocorrida em novembro de 2015, o rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, joint-venture da Vale e da anglo-australiana BHP Billiton está assim, nenhuma prisão, nem de caráter temporário, foi realizada.

Segundo a Agência Brasil, em nota divulgada ontem (26), o MPF respeita a determinação judicial, mas lamenta que ela tenha sido tomada em um julgamento de habeas corpus, pois tal instrumento não se destinaria à análise de provas. O trancamento de todo o processo para os crimes de homicídio e de lesão corporal foi decidido de forma unânime, na terça-feira (23), por três desembargadores da 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

Os pedidos de habeas corpus apresentados por Sérgio Consoli e Guilherme Ferreira, executivos da BHP Billiton que figuram como réus. Eles entenderam que o MPF narra na ação o crime de inundação sem apontar elementos para configurar homicídio.

O MPF afirma que a acusação de homicídio tinha amplo respaldo nas provas dos autos. "Todos os resultados - desmoronamento, inundação, danos socioambientais e mortes - foram cabalmente previstos pelas empresas, tendo sido registrados em relatórios e atas de reuniões, conforme inclusive prova um documento em especial: relatório interno da Samarco previa, em caso de rompimento da barragem, a possibilidade de causação de até 20 mortes. Essa previsão mostrou-se assustadoramente correta, já que 19 pessoas perderam a vida em decorrência do rompimento", registra o texto.

É tão bonito ver decisões embasadas em textos tão bem elaborados. Não conhecia esse lado da justiça, mas vou me aproveitar dele: se eu registrar um documento em cartório afirmando que tenho propensão para cometer homicídios em massa, de até 20 pessoas, posso matar 19? Simples assim. Mas não posso, não tenho o poder econômico e de convencimento dos executivos das mineradoras.

É mais um capítulo envolvendo a nossa justiça. Justiça?

Emitem laudos enganosos, mas tudo bem havia um laudo anterior dizendo que a tragédia poderia acontecer. Entre comentários nos corredores dos palácios dos julgadores é comum dizer que o juiz (ou desembargador) nunca se vende, ele perde aposta. O advogado aposta que uma determinada quantia de que dele (advogado) vai perder a ação; então ganha, daí ele paga a quantia ao julgador (ou julgadores) não como forma de propina, mas porque perdeu uma aposta.

Esses jantares em restaurantes só imaginados por nós humanos, onde se encontram juízes, políticos, grandes empresários, rendem, e rendem muito, amizades duradouras e coparticipavas.

Entre os denunciados por homicídio estavam o então presidente da mineradora Samarco, Ricardo Vescovi, e o então diretor-geral de Operações da empresa, Kleber Terra, outros três executivos da mineradora e de 16 indicados da Vale e da BHP Billiton para atuar na governança da mineradora ou no conselho de administração.

A denúncia do MPF foio aceita pelo juiz Jaques de Queiroz Medeiros, da Vara Federal de Ponte Nova (MG). Depois o processo foi  desmembrado  por cinco estrangeiros que figuravam entre os 21 denunciados e integravam o conselho de administração da Samarco indicados pela BHP Billiton.

Talvez eu tenha extrapolado nas críticas, mas está sendo difícil entender a justiça. Somos comuns, onde crime é crime, só isso. Não temos essas amizades, não compreendemos esses termos jurídicos onde o crime não é crime.

Nem a política entendemos, mas eles, os políticos, podemos mudar a cada 4 anos, os juízes, desembargadores e tudo o que gravita nesse universo, somos obrigados a aceitar, e conviver perigosamente com eles, ainda que destruam cidades – mesmo que dentro do previsto.

Qual terá sido a meta de mortes estabelecida em Brumadinho? Alguém será penalizado?

Morreu por um glúteo. Mais uma vítima de assassinos que atuam entre a beleza e a morte


Virada de cabeça para baixo, assim está uma sociedade que não se sacia, nunca satisfaz seus mais profundos desejos de uma beleza imposta, sabe-se lá por quem. Mais uma morte na busca inconstante do desejo de se destacar num mundo que valoriza, a cada vez mais, o aspecto físico, a beleza incomensurável, a coisa feita de plástico, de produtos.

Quem terá mais culpa? A falta de família, que não exalta e elogia os atributos físicos das pessoas, é permissiva com suas vontades, seus desejos, sem conversa, sem compreensão? O mercado bandido e marginal daqueles que arriscam tudo para obter lucros? A sociedade que se degenerou a tal ponto de valorizar coisas tão imbecis quanto uma aparência de estética de corpo perfeito, baseada nessa coisa de “imagens de computador” ao prazer de seus criadores, sem entender que por detrás de imagens de telas existe uma complexidade de chips e microchips enquanto a imagem real e palpável das pessoas existe uma complexidade de órgãos e sutilezas psíquicas que as máquinas, por mais avançadas que sejam, não conseguiram, ainda, definir e compreender?

É compreensível a busca da beleza, a autoestima, afinal todos querem e devem se mirar no espelho e ver-se belo. Dizia o poetinha Vinicius de Moraes, com propriedade: “As muito feias que me perdoem / Mas beleza é fundamental. É preciso / Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso / Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture / Em tudo isso (ou então / Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa). / Não há meio-termo possível. É preciso / Que tudo isso seja belo.”

Então de quem é a culpa pelas mortes?

É disso que falamos:

Uma jovem de 25 anos morreu na noite desta quarta-feira (24) depois de passar por um procedimento estético ilegal em Lorena (SP). Segundo o pai da vítima, ela contratou duas pessoas para injetar silicone nos glúteos - a suspeita é que o produto era silicone industrial. A Polícia Civil vai investigar a morte e procura os profissionais responsáveis pela aplicação do produto em Dayane Rodrigues da Silva.

O pai disse que a filha contratou dois profissionais de Jacareí que vendiam ‘tratamentos estéticos’ ao custo de R$ 1,5 mil.

Durante o procedimento, com base em informações dadas por Dayane à uma amiga e conversas encontradas pela família no celular dela, Dayane passou mal e foi abandonada pela dupla, que sugeriu que ela estava tendo 'queda de pressão'.

Vamos sair da questão psicológica e estética

Quantas pessoas ainda sofrerão com deformações ou mortes na busca pela beleza se permitindo buscar o melhor preço pela pior qualidade? Será que não têm noção do custo de um curso de medicina, com especialização em estética? Não sabem que esse conhecimento exige estudos sobre o corpo humano, que é formado de diversos sistemas: respiratório, circulatório, digestório, cardiovascular ou circulatório, muscular, nervoso, endócrino, excretor, linfático, reprodutor e ósseo?

Não sabem, ou não querem saber? Essa jovem pagou R$ 1.500, pela sua vida, de apenas 25 anos. Poderia, até ficar desfigurada ou com sequelas, ainda que viva estivesse.

A culpa maior, sim, recai sobre esses bandidos assassinos que fizeram o procedimento, mas respinga em várias outras pessoas envolvidas. Recai um pouco sobre todos nós que exigimos por preconceitos de beleza, a perfeição que não nos cabe.

A verdadeira beleza está em luto. A jovem morreu, a vítima somos todos nós.



sexta-feira, 26 de abril de 2019

Enquanto a população vende dentadura para comprar sopa, STF tem R$ 1,1 milhão para almoços e jantares


Não existe pecado

Do lado de baixo do Equador
E se for magistrado
menos ainda, sou meu protetor
As vezes me sinto um escracho
Capacho, mas vou que vou
Quando é lição de esculacho
Eu sou professor!...
Deixa a tristeza prá lá
Vem pro meu jantar
Nem saparatel, caruru
O que se come por aqui é:
medalhões de lagosta com molho de manteiga queimada, bobó de camarão, camarão à baiana, bacalhau à Gomes de Sá, arroz de pato, pato assado com molho de laranja, galinha d’Angola assada, vitela assada, codornas, carré de cordeiro, medalhões de filé, tournedos de filé com molho de mostarda, pimenta, castanha de caju com gengibre.

Vê se me usa, me abusa
Lambuza mas não me julga porque não chego aos seus pés.”

Quem diria, a poesia musical de Chico Buarque de Holanda caberia tão bem ao Supremo Tribunal Federal formado em sua maioria por pessoas de “notório saber jurídico” indicados pelo Partido dos Trabalhadores. Chico anda por lá onde se sabe. Caetano comemora a Censura imposta ao Danilo Gentile, mas ainda que se saiba, nenhum deles; Gil, Caetano, Chico e todas as suas companhias estão fazendo shows humanitários na Venezuela. A morte pela fome e inanição, desde que embasados numa ideologia de esquerda, são perdas pouco consideráveis. Tudo em nome de um bem maior.

Se existe uma brecha, usaremos. Foi tão importante Bethânia receber mais de R$ 1 milhão para declamar poesias, foi tão proveitoso a apresentação do “cheira cú” (apresentação teatral financiada pela Lei Rouanet e amplamente divulgada pela imprensa) , filmes que não saíram do projeto… E, agora, num país que está perdido entre suas matas, seus riachos, e seu imenso litoral, nossa maior corte de justiça, já embasbacada e ridicularizada em seus próprios erros e arrogâncias, dá como prêmio aos seus ministros regiamente pagos, o direito de sequer pagar seus próprios almoços, jantares, rega-bofes.

Em um momento em que os benefícios aos aposentados pela LOAS deve beirar os pouco mais de R$ 450, - 45 quentinhas ao valor de R$ 15, sustentariam um almoço a cada dia. Na atual situação dos idosos e aposentados do país, seriam o suficiente para almoçar por um mês e vender a dentadura para comprar, por um dia, a janta. Sopa.

Mas, para quem tem um provento (salário) que não beira o mínimo necessário, que necessita de auxílio moradia, auxílio toga, auxílio saúde, auxílios… por que não lhes proporcionar uma alimentação de acordo com suas necessidades básicas.

As quentinhas das unidades prisionais, em licitações suspeitas, já formam um escândalo. A fome que e alastra entre uma população de 13 milhões de desempregados, 63 milhões de inadimplentes é epidêmica, mas nossos 11 ministros do Supremo, e não se contabilizou todas as outras cortes, gastarão os R$ 1,1 milhão, dinheiro que será bancado pelo cidadão comum pelos seus impostos. Os lanchinhos serão realizados nos salões do próprio STF. Em tempo, almoços e jantares extra, serão pagos nos cartões corporativos.


Crise de labirintite no governo, alguns não sabem para aonde vão




Para aonde vai o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras)? Se for para a Economia significa que haverá controle, apenas; se for para a Justiça significa que sempre houve um descontrole. E houve. Afinal, o Coaf controla o que? Bilhões foram desviados – Mensalão, Petrobras, Partidos – e nunca, nada foi rastreado.

Máxima da investigação: Acompanhe o dinheiro e vai descobrir i crime e o criminoso. Mesmo assim, embaixo das narinas dos bem remunerados assessores de coisa nenhuma, bilhões não foram descobertos. O Coaf era parte do Ministério da Economia.

Ah, mas vai furtar uma margarina do supermercado. Cadeia. Vai dar um pequeno calote na herança. Calote e Cadeia. Vai não ser amigo dos magistrados. Cadeia, exposição pública. Enquanto e no entanto, aos amigos do Rei, tudo é possível.

Advogados bem remunerados, estultos e estúpidos, com certeza serão aqueles que, no futuro julgarão a tudo e todos, dos potes de margarina aos bilhões desviados de empresas públicas, sob a égide de “notório saber jurídico” elevados a ministros de tantos e tantos tribunais que a gente sequer lembra.

O assustado presidente tomou um poder tão grande que não está digerindo a ressaca. Tem vice-presidente forte, alguns ministros também, mas…

Talvez precise aprender que o discurso para a eleição se dá por meio do discurso, mas o exercício da presidência se faz por meio do intelecto. Afinal vai comandar, ou obedecer? Vai afinar?

Cadê o Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, filho do presidente, que se fez conhecido após o Coaf – já sob administração Moro – apontar transferências irregulares de dinheiro?

Os ataques do menininho Carlos Bolsonaro contra o vice-presidente Mourão serão apenas uma cortina de fumaça? Se a principal função do Coaf é investigar lavagem de dinheiro, corrupção e financiamento de terrorismo, alertando e permitindo prosseguimento de investigações por meio de relatórios e, se entendermos que tudo é isso é crime, cabe ao Ministério da Justiça e Segurança Pública o controle sobre o Conselho.

Existe um vazio no Planalto, é clara a indecisão nas decisões tomadas por Jair Bolsonaro e, lamentavelmente, caminhamos para o descaminho. Toda uma ideia de ressurgimento das instituições ruiu por terra.  
A negociação é necessária – não honesta ou ética –, o preço a pagar desde o “quinto dos infernos” da Corte Portuguesa. Talvez tenhamos nos livrado dos “santos do pau oco” que surrupiavam diamantes e ouro, mas não nos livramos de nossa estirpe enviesada de vantagem acima de tudo, e de todos nós.


quinta-feira, 25 de abril de 2019

Menininho Bolsonaro, ‘Não se meta’


Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)



Carlos, sossegue, a política / é isso que você está vendo: / hoje realista, amanhã sem entender, / depois virá a eleição / mas hoje há um país a ser governado /
e ninguém sabe / o que será.

Inútil você resistir / ou mesmo se meter em assuntos / que não lhe cabem.
Não mate todo um trabalho / Ele precisa ser feito, / Cuide de sua função numa Câmara Municipal qualquer / deixe o trabalho de homens / para os homens. /
Sua vez chegará, / se é que chegará.

Reserve-se todo para o futuro /// que ninguém sabe / quando virá, / se é que virá.
...
Entretanto você caminha / melancólico e vertical.
Você é a palavra não ouvida, você é o grito / que ninguém leva a sério.
A política no escuro, não, no claro, / é sempre triste, meu filho, Carlos,
mas não diga nada a ninguém, / ninguém sabe nem saberá.
Não se meta.

Parafraseando Carlos Drummond de Andrade , in Poesia completa. 2002.

Parece que a cada dia fica mais evidente que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, é uma pessoa assustada com sua própria eleição. Realmente não se despiu do papel de mito; pior, os príncipes regentes, criados e acostumados com as histórias de “pai herói”, apenas histórias, lendas e pouca verdade, sem as necessidades daquela população que dizem representar, mas que conhecem e reconhecem apenas de longe, com poucos beijos e abraços durante a campanha eleitoral.

O que pretendem o pai permissivo e o filho agressivo? Não é o general Mourão que causa os conflitos, ele apenas expressa sua capacidade de articulação. É uma pessoa culta e afável que compreende a democracia, o estado de direito, o diálogo. Transita com desenvoltura entre na classe política, empresarial atuando como um freio na desgovernada gestão de um capitão que, por vezes, beira o ridículo.

Questionado por um aluno da Harvard, durante palestra, que inquiriu sobre o fato de o general “de plantão na presidência da República”, Ernesto Geisel haver proporcionado a abertura para evitar um maior desgaste das Forças Armadas, uma vez que elas são instituições de Estado e não de Governo, e qual a diferença para esse atual governo que entregou cargos a diversos militares – e isso não seria um retrocesso – Mourão respondeu de primeira: “A diferença é que eu fui eleito (vice-presidente) e Geisel não”.

Mourão sustentará o governo Bolsonaro, junto com Onix Lorenzoni. Goste, ou não, concorde ou não. Críticas, ferrenhas ou amenas fazem parte do jogo democrático, felizmente, pois como já dizia Nelson Rodrigues: “Toda unanimidade é burra. Quem pensa com unanimidade não precisa pensar”.

O Brasil sempre foi um país de donos, e os donos mais donos, foram estadistas. Pedro I, Pedro II, Getúlio Vargas. Outros menos donos e mais democráticos, também estadistas: Juscelino Kubitschek e Fernando Henrique Cardoso. Outro, dono e senhor, entregou aos amigos, Lula.

Bolsonaro foi eleito no susto, sem votos para si, mas contra os outros. Cansamos. Queremos nossa jovem democracia oxigenada, livre, discutida, brigada. Queremos nossa Democracia. Hoje a população questiona o Judiciário, pois não entendemos a verborragia que sustenta nossas Leis. Benéficas para uns, permissiva para os amigos, cruel para esse populacho que eles ignoram e desconhecem.

Carlos, sossegue. Tudo o que você faz é um desserviço. Presidente, decida se você vai exercer seu mandato como pai primoroso ou chefiar uma Nação? Deixe seu filho trilhar seu caminho político, com o tamanho que lhe cabe, vereador, que não se sobrepõe ao vice-presidente do Brasil, sequer a ministros e secretários.

Não sei se existe ainda, mas caso esteja no mercado, compre aqueles joguinhos – WAR e Banco Imobiliário e deixe ele brincar, até que se torne adulto suficiente para saber o que lhe cabe.

Exceto exceções, prefiro o atual ministério, prefiro o vice-presidente, prefiro que Bolsonaro assuma sua patente e obedeça a hierarquia militar. Chefe maior das Forças Armadas, saiba delegar funções. Entenda que “dentro de casa mando eu, mas as atribuições profissionais, delegadas pela população, me tornam refém de uma coisa maior, a tal Democracia”
 

terça-feira, 23 de abril de 2019



Jogar pérolas aos porcos, prefeitura ganha dinheiro para fazer dinheiro e a cidade está abandonada

Nossos nobres vereadores aprovaram, duas leis que autorizam um empréstimo de R$ 25 milhões e uma suplementação de R$ 51 milhões para a Prefeitura de Campo Grande.

O empréstimo será realizado por financiamento junto à União, por meio da Caixa Econômica Federal, para sistema de modernização fiscal e tributária na Capital, aumentando a capacidade de cobrança da Dívida Ativa; melhorando a arrecadação de IPTU, ISS e demais tributos e ampliando os mecanismos de fiscalização; atualizando a Planta de Valores Urbanos e implantando a planta de valores rural, entre outras propostas.

Tanta coisa a fazer e tudo o que o prefeito Marquinhos MAD é modernizar os sistemas de arrecadação. Nossa, e a mídia comemora. Cadê tudo aquilo que deveria ser nosso direito? Transporte, Saúde, Educação, Infraestrutura etc?


A pergunta que não quer se calar: Se Lula for para o
 semi-aberto terá direito a sair para trabalhar e retornar à noite, mas será que dessa vez ele vai trabalhar? Isso não é sentença, é exercício de futurologia ou pura mágica.


Azambuja, a gente quer acreditar, mas assim fica difícil

Digitho, empesa investigada pelo MP-MS (Ministério Público Estadual), e alvo do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado ) durante a Operação Antivirus, que apurou “suposta” prática dos crimes de corrupção, fraude em licitação, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, envolvendo a prestação de serviços de empresas de tecnologia para o Detran, ganhou de presente um contrato de R$ 3.263.220,00 (três milhões e duzentos e sessenta e três mil e duzentos e vinte reais) com a Secretaria de Educação do Governo de Mato Grosso do Sul.

Amigos, amigos, negócios e ... à parte.


André Puccinelli não é besta para ficar na linha de tiro

Se sair candidato – e a justiça lhe permitir (se bem que a justiça por aqui é permissiva a tudo que venha dos demais poderes) – André Puccinelli leva de lavada a prefeitura de Campo Grande. Pra quem elege Nelsinho Trad ao senado, Londres Machado de retorno à Assembleia, Marquinhos Trad para a mais declarada omissão de prefeito, essa ‘coisa’ de vereadores da Capital e em grande quantidade nos vários municípios, tá de bom tamanho…

A questão é saber se Puccinelli vai querer se colocar na linha de frente dessa batalha, recebendo agressões e tiros de todos os lados. Por mais que o jacaré mantenha aquele sorriso, vai haver um momento em que a luz em seus olhos o deixará paralisado.

O medo é saber quem ele vai apoiar e, principalmente, por quê.


Supersalários do TCE: somos os imbecis rindo à toa

Parabéns aos ministros do Tribunal de Contas do Estado que, nos intervalos para café discutem o que a população fala a respeito deles. Danem-se, pobres, miseráveis…

É isso! Que desolação! E Mato Grosso do Sul sempre lembrado nas mídias nacionais. Eita Velho Centro-Oeste, formado de espertos e um contingente de bobos.

O poeta municipal
discute com o poeta estadual
qual deles é capaz de bater o poeta federal.
Enquanto isso o poeta federal
tira ouro do nariz.

 (Alguma Poesia – Carlos Drummond de Andrade)








segunda-feira, 22 de abril de 2019

Pucinelli, meu senhor… de Rei a Bobo da corte


Eu era um Senhor em pequeno condato, com um séquito de servidores, vassalos. Aqueles nobres de perucas a lhes esconder os piolhos, suas vestes, seus narizes empinados. Até que fui desbancado pela verdade.

Fui o Rei com meu Merlim que fazia desaparecer até as mais modernas tecnologias, disquetes de denúncias que desapareciam mesmo dentro da corte do Rei. Eu podia tudo e meu príncipe encantado, também.

Dentro do meu condato, era o senhor supremo. Fui assim.

Gostaria que fosse uma história, sem nexo, sem verdade, mas não. Foi difícil digerir tudo o que veio à tona. Coisas que vieram de outros, menos capazes, sejam prefeitos, ou fossem eles governadores. O que talvez não se esperasse era a tamanha decepção. Um coronel que nos deu a esperança de combater os coronéis.

Então, com tantos votos e o olhar atônito de quem conseguiu comandar esse rincão, nos decepcionou, nos colocou junto a ele no banco dos réus como se nós fossemos cúmplices.

Não resta mais a admiração pela sua administração, só nos cai no colo as denúncias, praticamente comprovadas de falcatruas. O comandante em chefe distribuiu seus desmandos aos seus secretários.

E a coisa foi, foi, foi indo… Fruto de uma época dos descontroles da vida, da política, do ganhar por ganhar, acima e além de tudo, o que poderia ser um modelo de administração se transformou no mais obscuro de uma política obscura, sórdida, bandida.

Uma corruptela de tudo o que nos legaram alguns políticos, de Londres Machado (aprendiz de Antônio Carlos Magalhães, Magalhães Pinto, Carlos Lacerda, Ademar de Barros) até o ex presidente da Assembleia, Oscar Godoni, assassinado – talvez por engano como uma vítima.

André foi tudo, e continua sendo. Com certeza seria eleito se fosse candidato a prefeitura, ou senado, ou governo. André Puccinelli está acima do Rei, para uma imensidão de admiradores. Lula, também. É o inatingível imaginário popular que manteve Paulo Maluf adorado e admirado.

André mandou e desmandou, manteve sob seu julgo a própria justiça aqui pelas plagas do nosso imenso pantanal, foi inocentado em todas as instâncias, fez como um “Mister M” sumir disquetes da Justiça Federal, comprovado o sumiço, nunca achado o autor. E todos o reverenciam, como senhor, o esperto, o possível do impossível, o liberto espiando de longe seus discípulos e secretários e apoiadores, mais ingênuos e menos articulados, ainda hoje presos, encarcerados,

Existe, enfim um Rei, e seus diversos bobos da corte. O bobo da corte sempre foi aquele que direcionou as atitudes do Rei, em se fazendo de idiota, conduzia por linhas e métodos próprios os próprios monarcas. Tudo mudou, mesmo que Maquiavel se mostre cada dia mais atual, conduzindo o Príncipe, mas as coisas avançam, a passos curtos, com a justiça capenga, de viseiras, com bridões. De repente, se fez a delação premiada e tudo indica que aqueles que foram tão fiéis, até que fossem traídos, trairão também. De Rei fez-se o Bobo.

Talvez seja bom lembrar que tudo o que se apurou a partir do Mensalão do PT, colocou na cadeia apenas o empresário Marcos Valério. Todos os políticos, espertos e perspicazes ficaram isentos de culpa, de nódoa, com fichas limpas. A partir de então, a coisa vale no “vou, mas não vou sozinho”, basta acompanhar que até o próprio Marcos Valério fez acordo de delação premiada, tardia, mas delação – o velho e conhecido dedo-duro.

Marcelo Odebrecht e sua turma tiraram da reta, outros empresários, também. Caíram políticos abençoados pelos padrinhos instalados nas diversas instâncias jurídicas, mas quase impossíveis de segurar. Nem tem como, não existe texto jurídico que os sustente. Os poderosos que escondiam dinheiro na cueca, que corriam com malas saindo de uma pizzaria, os 51 milhões guardados em um apartamento e que, misteriosamente a justiça entendeu como não sendo prova suficiente, a Lama Asfáltica em nossa casa, o Aquário…

É dito e redito popular que: Quem se vendeu a mim, se venderá a outro, então, talvez não seja toda a turma confiável. Será um bom motivo a questionar se, prefiro ficar pagando uma pena que não é apenas minha, ou sair e estar sujeito a essa violência que está presente nas ruas.



Em Campo Grande a culpa é de tudo e todos, menos do prefeito


Uma pessoa cheia de promessas: ônibus com ar-condicionado, ruas sem crateras, saúde plena, baixos impostos. Uma pessoa cheia de vazios; uma administração que patina na lama das enchentes.

O que temos visto e, pior, vivido aqui nas terras pantaneiras da Capital de Mato Grosso do Sul é a plena falta de administração. Na saúde troca maxixe por chuchu. Alguém de plena incompetência por alguém que some de tudo e todos. Sem sabor, sem nada, que sequer é notado. Nada foi feito, mas o atual secretário evita a mídia, evitando, assim, a exposição, a divulgação de uma epidemia que não está controlada, até e muito pelo contrário, uma saúde caótica e que recai sobre profissionais de saúde. Houvesse um tanto de vergonha, vamos nos penitenciar e deixar a quem com capacidade tocar essa saúde. Saúde? Plena doença. Afinal, o que é o povo, senão uma população sempre ignorada.

Cobrado do povo que pena e sofre na fila para uma simples hidratação venosa, com sobrecarga do Laboratório Central de Saúde Pública – Labcen e dos servidores de saúde nas unidades básicas de saúde e de saúde da família, das unidades de pronto atendimento, não existe resposta. O horário estendido chega a ser vergonhoso. Como entender que um trabalhador que tem seu horário de saída do trabalho às 18 horas consiga chegar, com esse transporte público exemplar, dos ônibus refrigerados, aplicativos de celular que informam horário de passagem nos pontos de ônibus descobertos e ermos, até as 19 horas nessas unidades? Sabe-se lá.

Por que entender que os convênios com as forças armadas foram cancelados e pneus e apoio de tendas para hidratação, que beneficiaram e aliviaram os leitos das UPAs? Por que entender que o serviço de equipe móvel de urgência, que atendia às unidades desafogando os atendimentos foram cancelados? Como entender que o terceiro turno ficou restrito à uma hora de expediente? Como entender como o “Posso Atender” foi cancelado? Como entender esse governo?

Marquinhos é cria de seu irmão, ex-prefeito, livrado da justiça pela eleição ao cargo de senador, com bens bloqueados, com uma cidade jogada ao descaso; com seu primo Mandetta, elevado ao cargo de ministro da Saúde com uma ficha corrida de tão baixa e insignificante que lhe colocou no banco dos réus pelo escândalo GISA – e a pergunta que não quer calar é: O que ele fez como ministro até hoje? -O que é tudo que nosso Tribunal de Justiça que a tudo e todos inocenta, quando no âmbito federal estão envolvidos em investigações? O que é esse nosso Velho Centro-Oeste?

Marquinhos é o pior fruto da árvore, o menininho que não quer, ou não consegue, crescer. Aquele garotinho que, na saúde, sei lá por que, não dá a menor condição de trabalho para o seu pessoal, sem insumos, medicamentos, condições mínimas de trabalho. Não contrata médicos, extrapola o horário de trabalho, não investe. Uma criança nas rebarbas dos irmãos. Nosso prefeito eleito em base nas promessas, em base no que sabia – será que ele tem noção disso, acho que não – ser impossível de cumprir.

Um executivo não precisa saber tudo, dominar todos os assuntos, mas deve saber montar uma equipe. Ele não soube. Talvez um bom advogado, não, melhor, um político mequetrefe. Fez de sua grande jornada política a briga contra a antiga Enersul, ganhou umas, perdeu várias. Com leis estaduais ridículas como a que permitia a prorrogação dos bônus do cartão de celular, quando, se fosse um conhecedor das leis saberia que o que rege as comunicações é lei federal. Jogou pra plateia.

Tudo é culpa de tudo e de todos, menos de sua incompetência, de seu despreparo. Não foi bom advogado, como seu irmão Fábio, não foi um enganador que conseguiu ser eleito, apesar dos desmandos e …, como seu irmão Nelsinho, não conseguiu dar alguma orgulho para a família como seu pai Nelson Trad, e se compara ao fofinho da família, vereador Otávio Trad.

Enchentes que não têm solução – deixa como está e vê como fica, afinal a culpa é das águas –, falta de uniformes e direcionamento pedagógico – tudo é culpa desse sistema de licitação difícil de entender mesmo com um ano de antecedência –, e esses mosquitos que insistem em se proliferar e essa população que lota unidades de saúde sabendo que não providenciamos a prevenção a tempo.

Os terrenos baldios estão lotados de lixo, criadouros de mosquitos – culpa da população; Falta conscientização da população em relação aos ambientes que não proliferam mosquitos – culpa da população; Ninguém parece querer colaborar com a prefeitura – falta de civilidade; as unidades de saúde não contam com médicos dedicados ainda que não lhes demos quaisquer subsídios para exercerem suas funções - culpa desses péssimos profissionais que, ainda sem nada, conseguem atender a população; os administrativos e profissionais de saúde estão esgotados e estressados, culpa deles que insistem em dormir 6 horas por dia, fazem plantões de loucos, suportam agressões que deveriam ser direcionados para esse nada que se transformou a Secretaria de Saúde do município, cheio de assessores e médicos excelentes profissionais em suas áreas de atuação, mas sem o mínimo de capacidade de gerenciamento… Estamos no caos de uma administração que não sabe o quem nem porque está ali.

É bonitinho, para não dizer ordinário, chamar fichas em postos de saúde – função maior do prefeito – posar com o dinheiro do governo federal para remendar buracos, transformar gente em gado no transporte público e não resolver o problema de mobilidade urbana, prometer e não cumprir uma educação básica de qualidade e sequer cumprir com a entrega dos kits escolares – ué, não foi ele que tanto gritou contra em outras épocas? Ué, não foi um dos mentores do grupo que depôs um prefeito eleito para a imposição de um meliante? Não foi ele que fez, refez e desfez pulando de partido, acompanhando as ordens dos irmão para, de certa forma, dominarem partidos e fazerem conchavos, ou associações, ou grupos para eleger um senador cercado de casos e acasos na justiça que lhe permitiu o “foro privilegiado”?

A culpa é das chuvas – valha-me senhor São Pedro –; dos alunos que insistem em não ter, pela condição de vulnerabilidade, agasalhos, uniformes, calçados, cadernos, lápis e outras coisas para sua educação; daqueles que insistem em adoecer, porque não têm noção do que é necessário para evitar a proliferação do danado do Aedes aegypti e sequer são orientados para isso, porque teimam em comparecer para uma hidratação que seria simples, mas superlotam as UPAs, com dores, febres? A falta de limpeza em campos, em terrenos abandonados? Descaso com as vias que causam mais acidentes por crateras abertas que provocam os desvios com graves consequências? Tudo é culpa de tudo. Para resolver aumenta-se os impostos, afinal alguém, tem que pagar pelos erros e incompetência que não é culpa do prefeito.

Marquinhos deve ser candidato à reeleição, e pode até ser eleito, afinal a Coca-Cola, ainda que não precise, investe em publicidade sempre. Preste ou não preste, faça, ou não, mal à saúde, é a propaganda maciça que vale. Assim vamos dizendo e afirmando.

Em Campo Grande a culpa é de tudo e todos, menos do prefeito. Esse é o mote de uma Câmara inoperante, de um líder insipiente, mas está de bom tamanho, de uma mudança que não mudou, de vereadores que dizem amém, de uma família que domina pela força do poder, de um povo que, dá licença, mas cada povo tem o governo que merece.


O STF está jogando a Constituição no lixo. Censura, jogo de poderes


Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós


Tem um lixo que alguns vasculham. Eles parecem que são superiores a tudo, envoltos em seus mantos negros, protegidos pela Toga da Justiça, uma ‘burca’ imposta a quem não pode mostrar o rosto. Aquele que sequer teve competência para atuar como juiz de primeira instância, reprovado em concursos, nomeado e bancado como ministro do Supremo Tribunal Federal pelos serviços prestados a um determinado partido político, advogado de membros desse mesmo partido, sentindo-se supremo num pequeno grupo que busca comandar a Justiça, rasga ou humilha a Constituição impondo a Censura, senhores e deuses arrogantes de seus privilégios.

Cuidado. Depois de anos de luta – e não estou falando da luta armada, difícil de entender porque não buscaram nunca uma Democracia plena, mas apenas a Ditadura do Proletariado – tentaram nos manter sob os pés e comando de um governo direcionado e mantido pela classe predadora, enrustida num suposto nome, e em nome, de trabalhadores, que não eram efetivamente ‘trabalhadores’ como e entende como tal, mas encabeçada e encimada por “intelectuais pouco afeitos ao trabalho, respeitando pouco ou nada o trabalhador mesmo, das lidas e deslidas. Eram apenas intelectuais de mãos calejadas de gabinetes e vozes roucas de discursos e palestras falando do vazio, criando sonhos que levaram os ingênuos a crerem que poderiam, um dia, tomarem os destinos em suas mãos, governarem suas vidas, sem perceberem que mudavam os lobos sem mudarem as ovelhas. “Hay Gobierno, Soy Contra” toda a forma de crítica e oposição.

A imbecilidade reinante da Censura extrema, não aquela sob a qual estivemos durante a Ditadura Civil-Militar, cujos carimbos proibiam a expressão de ideias e pensamentos, mas uma mais sutil, que tentou ser imposta à forlça e conversa fiada, que queria alterar a letra de “atirei o pau no gato”, proibir a leitura de Monteiro Lobato pelo fato de ‘Tia Anastácia’ ser negra e empregada de ‘Dona Benta’ - talvez até a extinção da imagem do Saci Pererê por ser negro e deficiente por ter apenas uma perna.

Esse cachimbo entortou tanto e tantas bocas que é difícil rearranjar. Os críticos e vítimas da censura, se auto-censuraram, ou ficaram calados e mudos, até envergonhados. Nenhuma música, nenhum texto, nada das peças teatrais e cinema algum com posicionamento contrário. Contra as ditaduras de esquerda, reprovadas cada dia mais em todo o mundo, um plácido bem-querer, busca justificar uma reinante ideia do socializar a miséria, a triste realidade da fome, de uma classe que onde “todos são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros”, e que se beneficiam e se empanturram.

O que esperar de um Supremo Tribunal Federal atrelado em um grupo de ministros indicados, ora por uns, ora por outros, mas apensados aos homens que fazem uma política de partidos e não políticas de governo? Como fazer com o povo entenda que um crime de corrupção deixa de ser crime qualificado para se transformar em desvios eleitorais? O povo é mais simples, ele entende crime como crime, roubo ou furto como tais, ele não tem a verborragia dos doutores para explicar o inexplicável, e justificá-lo.

Mas, se esse povo se expressa contrário passa a existir uma ofensa (não formulada) contra os doutos senhores, excrecências antes de excelências, utiliza-se do dito “aos amigos tudo, aos inimigos os rigores da lei”.

Reza a Constituição Federal de 1988

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

Não há como enxergar em tal texto que qualquer pessoa, e em especial um ser público, deva ser preservado de críticas. Afinal, parafraseando o imperador de Roma, César, “À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”.

Foi grande o vexame, mais ainda pois, num explícito espírito corporativo, o ministro Alexandre de Moraes corroborou a sentença de Antonio Dias Toffoli, tendo que após a reação da sociedade – e não se reporte apenas aos imagináveis “fakes”, mas com a reprovação popular clara e redundante, com nomes, sobrenomes e todo o mais que se queira averiguar.

A resposta mais clara e incisiva veio do vice-presidente, que remonta na entronizada ideia de repressão dos duros anos de chumbo: “Isso é censura”. Os militares cresceram, perderam a ingenuidade que lhes fez algozes de uma Ditadura articulada pelos civis, capitaneados pelas forças mais retrógradas de uma sociedade civil viciada, distante do povo e do próprio país, sem qualquer noção de Pátria senão a sua própria, de sua classe e casta.

Quem diria, a Justiça, na maior de sua instância de defensora da Constituição Cidadão – como definiu Ulysses Guimarães, que tanto batalhou, Tancredo Neves, e até o senhor Arena, Teotônio Vilela, um dos primeiros visionários de uma República plena, foi colocada ao lado de fora, dentro de um saco preto, como se lixo fosse.

Retomamos aos anos mais nebulosos, mesmo que trinta e anos passados. E o que é pior, se não temos uma Câmara Federal inchada de pessoas e mínima de ideias e ideais, um senado cuja parcela significativa está, ou poderia estar no banco dos réus, um executivo que, mais do que o discurso, enfrenta a realidade de reconcertar o país depois da devastadora administração de uma esquerda que nos levou a aceitar uma posição mais conservadora para ser consertadora, vemos nosso último refúgio, a Justiça, em mãos tão inábeis.

Salve os quatro cavaleiros do apocalipse de nossa justiça, assim, em letras miúdas. Os libertos pelos belos e compostos argumentos, rechaçados pela noção de justiça popular. Mas nós somos imbecis sem diploma, apenas pela ética e educação que nos foram passados por pais, avós, aquela população que ainda conseguiu se aposentar, e trabalharam e fizeram crescer essa país, e o transformaram em uma Nação, se bem que a cada Real ganho com suor, transpiração e lágrimas, houvesse visto desviado para tantos salvadores e orientadores da pátria, quer seja no legislativo, executivo e, só nos bastava o Judiciário, que se entregou ao mesmo lugar-comum – do incomum que possa haver daquele local bem distante, banquete a qual não pertencemos senão para amealhar as sobras caídas ao chão.

Mudou o regime, de Ditadura Civil-Militar, para uma Ditadura disfarçada onde os senhores comandavam uma disfarçada Democracia, e caminhamos para uma Ditadura Judiciária, apoiada por um legislativo inoperante e vulgar. Impeachment talvez seja uma saída, ou não. A revisão da escolha dos nobres senhores e não mudar, ainda ficaremos a mercê. Somos os senhores da democracia, mas não podemos comandar nosso próprio destino, porque, segundo Rui Barbosa, “A pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário. Contra ela, não há a quem recorrer”.

Nem tudo é perdido, ainda existem e sobrevivem, mesmo contra seus pares, mentes iluminadas que, como declarou Celso de Melo, decano do Supremo: A censura, qualquer tipo de censura, mesmo aquela ordenada pelo Poder Judiciário, mostra-se prática ilegítima, autocrática e essencialmente incompatível com o regime das liberdades fundamentais consagrado pela Constituição da República”.

Os bonecos de ventrículo senhores da toga preta, que mais lhe mancham e enxovalham, criaram uma nova constituição (ainda em minúscula) onde o judiciário investiga, indicia e julga. Tem alguma coisa errada nessa forma, tem alguma coisa errada nessa justiça (minúscula), tem alguma coisa de errada nesses senhores.