Vamos dizer a verdade de forma clara e límpida,
“jogar” a culpa nos profissionais da saúde pelos erros cometidos pelos
Pseudo-secretários é fácil, é uma falta de humanidade impensável. Desculpe o
termo, mas o menininho caçula da família Trad não é apenas irresponsável; vai,
além disso.
Os profissionais da saúde sempre... “sempre”
estiveram expostos a agressões. A Guarda Municipal de Campo Grande é uma grande
falácia do “faz de conta que eu faço e você faz de conta que acredita”. Eles
estão ali para proteger o patrimônio, não para proteger as pessoas.
Houve tempo (recente) em que se buscava
valorizar os profissionais, ainda que fossem agredidos de todas as formas
possíveis. É sobre eles que recaem as reclamações e queixas. É sobre eles que
recaem as agressões. A culpa de mortes, de falta de leitos hospitalares, a
falta de medicamentos, a falta de – até álcool, luvas, algodão, gazes, analgésico,
antitérmico, anti-inflamatório, antibióticos, TUDO, é relegada aos
profissionais de saúde. “Não são eles os responsáveis pela aquisição de
produtos”.
Quando vamos raciocinar que isso é falta de
gestão? Quando vamos entender que faltam profissionais médicos? Quanto tempo levaremos para ver que os administrativos,
técnicos, enfermeiros estão sobrecarregados em suas funções? Quanto tempo ainda
para cobrar essa palhaçada das promessas
– que eles dizem compromissos – dos políticos eleitos por nós para cuidar do
mínimo possível: Saúde, que é fundamental.
Tem um pouco da mão do prefeitinho, dos
vereadores – inclusive dois representantes da enfermagem; um líder do prefeito incompetente
e omisso, um profissional de educação física, ligada à saúde, presidente de uma
Câmara que diz ‘amém’ a tudo o que o executivo faz, ou não faz, porque nunca
fez, e nunca fará.
Profissionais são agredidos, são ameaçados, e
sempre foi assim. A grande desculpa é que os agentes municipais de segurança não
estão preparados para atuarem em defesa dos profissionais, apenas do
patrimônio. Pois eles que vão cuidar dos jardins, das paredes, da calçada. Mas
não são esses mesmos profissionais que reivindicam o porte de armas? Para quê?
Atirar em ratos? Atirar para o alto contra os pichadores?
E quem cuida dos profissionais de saúde?
De certo não é o prefeitinho, aquele caçula. A
ele cabe chamar fichas, solicitar profissionais sem lhes dar retorno algum,
seja financeiro, seja de exigir a respeitabilidade que a profissão exige. Não,
a ele parece apenas caber jogar a população contra esses profissionais.
Sem condições, sem nada. Primeiro nomeia um
amigo e uma secretária adjunta pelos lindos olhos, pelo “vamos lá, afinal você
é meu amigo”; depois produzir dois vereadores da área da saúde na base do ‘eu
vou investir na sua eleição’; então nomeia um “poste”. Então, acaba com todos
os avanços do terceiro turno, das ações contra o Aedes aegypti, da regulação
(que tinha enorme efetividade na internação de pacientes), dos convênios com
hospitais particulares, da equipe móvel que desafogava o atendimento nas UPAs.
É assim, existem esses políticos que focam
apenas em sua projeção política, investem na mídia que lhes deem projeção,
recursos que poderiam ser utilizados na saúde, educação, transporte público
etc. Eles se elegem sempre, uns senadores, outros deputados federais, outros
prefeitos, os menores, vereadores. Todos da mesma família.
Aos profissionais da saúde, servidores
dedicados, restam apenas facadas e agressões.
“Enfermeiro é esfaqueado dentro de posto de
saúde. Funcionário
do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) foi atingido por três golpes por homem
que estaria em surto psicótico,
segundo a Sesau”.
O caramba com essa desculpa besta. Se é um centro de
atenção psicossocial, deveria haver uma segurança, afinal são pessoas com
estados mentais instáveis, mas como isso se a Guarda Municipal é despreparada?
Qual a segurança efetiva se o próprio prefeito joga a responsabilidade do
péssimo atendimento sobre os administrativos, técnicos, enfermeiros e médicos.
Se joga para eles a culpa da falta de medicamentos, se lhes impõe as
enfermidades e morbidades que poderiam ser evitadas com uma gestão competente?
Prefeito, vá cuidar da única coisa que seu tempo de
governo fez, uma mal ajambrada obra no centro, uma vez que o transporte, a
educação, a saúde e a infraestrutura – de forma geral – estão do jeito que se
vê.
Eu fico com a pureza da resposta da funcionária,
o paciente estava descontrolado. “Ele esfaqueou o enfermeiro responsável, ele
veio para matar”. Os trabalhadores do Caps estão “à mercê, correndo risco de
vida. Somos xingados e ameaçados todos os dias e nada é feito”.