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quarta-feira, 27 de março de 2013

Alcoolismo. Essa doença tem cura?




Alcoolismo e outras dependências químicas, a oportunidade de Vida, existe.


O tratamento pode ser aplicado em pessoas com doenças provocadas ou agravadas pelo abuso uso de álcool ou outras drogas.


Alcoolismo não tem cura, mas pode ser controlado pela abstinência. A noção da “nunca mais” é, talvez, o fator que mais influa na disseminação da doença. O objetivo maior do alcoólatra é poder beber como as outras pessoas. Estabelecer um limite.
Métodos de tratamento dos mais variados são conhecidos. Desde o tratamento psicológico ambulatorial quanto os tratamentos com internação e uso de medicamentos para atenuar a síndrome da abstinência.
Aqui apresentamos um tratamento alternativo de grande eficácia, desenvolvido por uma Clínica Médica de São José do Rio Preto, município do Oeste de São Paulo, e que vem obtendo excelentes resultados também com outros tipos de dependência. Esqueça o que você já conhece, se permita outra metodologia.

Pesquisas mostram que 40% dos jovens brasileiros consomem álcool regularmente, e este número tem crescido nas adolescentes do sexo feminino. Também mostram que o torpor provocado pelo consumo da substância leva os jovens a praticarem o sexo sem preservativo, expondo-os ao mundo das drogas ilícitas ou às doenças sexualmente transmissíveis e gravidez precoce.
Mas pesquisas não vivem a sofrida realidade do alcoólatra que reflete com igual intensidade e dor naqueles que o rodeiam, em especial seus familiares. Sejam eles adultos ou jovens, perdem o controle de suas vidas, que passa a ser guiada pela bebida. Deixam de ser seres humanos comuns e se tornam apenas “Dependentes”.
Da mesma forma as drogas ilícitas, maconha, cocaína, heroína, crack, merla, extasy e outras menos comuns, que envolvem suas vítimas, arrasam suas finanças, suas profissões e empregos, e arrastam consigo toda uma família e o universo de parentes.
O medo do “nunca mais vou poder beber (ou fazer uso de outra substância) enquanto viver”, e a ideia de isolamento do grupo social é menor apenas que o desejo contido, íntimo, de conseguir superar esta doença, ou vício como é definido com mais frequência e menos lógica
O enfrentamento
Em que pese todo o fator psicológico, mesmo quando em tratamento, a dependência tem um forte fator físico/químico que impele o dependente a “tomar só uma”. E todos sabem que a “uma” não tem fim.
Para esta edição, entramos em contato com o Dr. José Toufik Rahd, médico da Clínica Médica Dr. Toufik Rahd, de São José do Rio Preto, SP, que desenvolve um programa medicamentoso de ótimos resultados na dependência por álcool e também de outras substâncias psicoativas. Pacientes revelam que logo após o início do tratamento, cessa a necessidade de ingestão da substância, restando, então, tratar os aspectos psicológicos.
A(s) doença(s)

Alcoolismo é uma doença controlável. Um mal cujo avanço pode ser impedido através da abstinência, isto é, interrupção do consumo de bebidas alcoólicas. Mesmo após longos períodos de abstinência, o contato inicial com quantidades mínimas de bebida pode levar à pessoa a ingerir quantidades de bebida iguais ou maiores aos mesmos níveis de consumo anteriores à abstinência.
O que a Clínica oferece não é uma “vacina”, como é dito por tantos quantos foram tratados por este método. Os medicamentos utilizados no tratamento da “síndrome de dependência” podem funcionar com bloqueadores dos efeitos da substância no cérebro ou provocar aversão pelos efeitos causados pela interação de medicamentos e bebida alcoólica.
O tratamento
O método é ambulatorial, realizado usualmente em três fases, com intervalos de 60 dias entre as consultas. Inclui diversos atendimentos clínicos, priorizando a manutenção da abstinência e aquisição de habilidades para lidar com situações de risco. O atendimento é feito na parte da manhã em apenas um dia, a cada fase.
O tratamento abrange síndrome de dependência de substâncias psicoativas como álcool, morfina, maconha, haxixe, skank, sedativos ou hipnóticos (ansiolíticos e indutores do sono), cocaína, crack, pasta base, estimulantes (anfetaminas, anorexígenos) , ecstasy, LSD, tabaco, cola, benzina, éter.
Apesar da eficácia, este tratamento não descarta o acompanhamento psicológico, inclusive o recomenda maciçamente. “Sabemos que os resultados mais efetivos no tratamento da dependência química são alcançados através da combinação terapêutica de tratamento médico e psicológico cognitivo-comportamental”, explica o Doutor Toufik.
O mais importante a ressaltar é que este tratamento pode ser aplicado em pessoas com doenças provocadas ou agravadas pelo abuso uso de álcool ou outras drogas ou com comorbidades a psicoterapia é também recomendada.
Questionado a respeito da possibilidade de estender o atendimento a outras cidades, o Doutor Toufik Rahd esclarece que: “Para atender em outras cidades, eu e minha equipe teríamos de nos locomover periodicamente, o que é inviável. Outra hipótese seria a abertura de franquias, mas esse não é o meu ramo e o código de ética médica é claro em seu artigo 9º. Do capítulo I, que a medicina não deve ser exercida como comércio.”
A Clínica Médica Dr. Toufik Rahd está localizada na Rua Coronel Spínola de Castro, 3155, São José do Rio Preto, São Paulo, e informações mais detalhadas podem ser obtidas pelos telefones (17) 2139-2699; ou pelo site www.clinicadrtoufikrahd.com.br.

ERRO MÉDICO: A dor do descaso


Campo Grande foi coberta por outdoors e leds sobre um erro médico que quase custou a amputação do braço de uma paciente vítima de descaso em procedimento quimioterápico.

Após o diagnóstico de um tipo dos mais agressivos de câncer de mama, Kênia Reis enfrentou todo o tormento psicológico que se segue ao fato de encarar uma doença estigmatizada como a própria morte, ou a deformação física. Por mais avançados que estejam os tratamentos para os diversos tipos de câncer, menos agressivos e com menores sequelas, a citação do termo provoca transtornos pessoais e familiares sem conta.
Vencida a primeira etapa de sua jornada, realizada com pleno êxito a cirurgia, iria conhecer a real e mais temível barreira entre a doença e a cura: o erro médico.
Conheça o histórico do caso conforme descrito por Marcos César Américo dos Reis, marido de Kênia.

Erro em quimioterapia quase leva à amputação do braço


Minha esposa, Kênia Reis recebeu o diagnóstico de câncer de mama em abril de 2012. Procuramos um mastologista, Dr. Victor Rocha [Pires de Oliveira], e agendamos a cirurgia para o dia 16 de maio. No dia 30 de maio, fomos a São Paulo para uma consulta no Hospital Sírio-Libanês, com o Dr. Arthur Katz. Queríamos uma opinião para o tratamento oncológico quimioterápico, que é definido após o resultado dos exames do material colhido. Ficou estipulado que seriam 4 aplicações de AC [Adriamicina (Doxorubicina), Ciclofosfamida] a cada 21 dias e 12 de IT.
Com a indicação em mãos, nos deram a opção de realizar o tratamento no próprio Hospital Sírio-Libanês, ou em Campo Grande. Retornamos. Trouxemos o formulário médico completo e muito bem elaborado pela equipe do Dr. Arthur Katz, que indicava ser ela portadora de fibromialgia [uma forma de reumatismo associada à da sensibilidade do indivíduo frente a um estímulo doloroso que atinge músculos, tendões e ligamentos.]. Entregamos na clínica. Marcamos a primeira sessão de quimioterapia para o dia 8 de julho. Fomos, eu e minha sogra, acompanhando a Kênia. O erro começou no modo de aplicação, pois por ser um tratamento longo, o indicado é o uso de um cateter portacath [cateter implantado em procedimento de pequena cirurgia e após anestesia local] para evitar inocular através de veias.
  
De qualquer forma, o enfermeiro, seguindo orientações do médico responsável pela clínica, tentou por três vezes “pegar a veia”, mesmo com a Kênia reclamando das fortes dores. Ela, inclusive, questionou se não seria melhor o uso do portacath. O enfermeiro consultou o médico que orientou que ele continuasse o procedimento. Uma enfermeira conseguiu aplicar, mas pouquíssimo tempo passado e a Kênia começou a sentir formigamento no local da aplicação. Como o ambiente era climatizado e ela estava de blusa de mangas compridas, não verificou o local, mas avisou a enfermeira que comunicou ao médico responsável. Ele estava no consultório em outra consulta e apenas disse que era normal. Ela, então, suspendeu a manga da blusa e percebeu que o braço estava avermelhado. A enfermeira retirou o medicamento, interrompeu o tratamento e, quando consultado, o médico disse que era apenas uma flebite [todo tipo de inflamação que ocorre na parede de uma veia]. A recomendação foi aplicação de gelo, analgésico e encaminharam para casa. A dose aplicada foi parcial porque interrompido e parte do medicamento injetado fora da veia. Kênia foi para casa chorando de dor, agravada pela fibromialgia, e iniciou aplicação de gelo, analgésicos. Ligamos para a clínica, voltamos lá. O médico disse que era para interromper a aplicação do gelo e tomar o medicamento Tilex. A dor não cedeu. Tentamos contato telefônico por toda a noite e o médico não atendeu.

“O caso dela teve uma repercussão tão grande que foi tema de congressos. Nunca os médicos haviam visto tamanho dano físico por vazamento quimioterápico.”
Conseguimos falar com o enfermeiro, foi em casa e, de lá, entrou em contato com o médico. Ele manteve o diagnóstico de flebite. [O extravasamento é possível, mas não toma uma área tão extensa porque, quando detectado, é imediatamente suspenso e, no local e em forma de cruz, são aplicadas injeções de corticoide para limitar a área afetada.] 
Consultamos a Dra. Carmencita [Sanches Lang], da Clínica Hope. Ela precisava a informação de quanto medicamento havia sido administrado. Pedi ao médico que informasse. Ele apenas enviou por e-mail. Como o procedimento para a contenção do líquido não foi tomado na hora, tivemos que esperar o líquido delimitar para observar a extensão e profundidade atingidas, onde cria uma necrose. Só após a retirada do material necrosado, vai se conhecer a real extensão do dano e quais os procedimentos a tomar.
Kênia, apesar da “queimadura química” no braço, tinha que continuar o tratamento e, no dia 23 de junho colocou o portacath e fez a primeira quimio, agora com a Dra. Carmencita. Na segunda aplicação, a necrose no seu braço havia avançado, o que lhe causava dores quase insuportáveis. Ficou internada entre 14 de julho e 18 de agosto, período em que fez a terceira sessão de quimio. Durante todo esse período ela recebeu morfina para manter a dor suportável. Nesse período, o médico que efetuou a primeira quimio, não nos ligou uma vez sequer para saber do andamento do tratamento. Neste processo precisávamos de um cirurgião microvascular para executar o processo de “debridamento” [ou desbridamento é remoção do tecido necrosado de uma lesão].
O Dr. Kleder Gomes de Almeida, executou o procedimento após ela haver sido transferida do Hospital Miguel Couto para o Hospital do Pênfigo, para avaliação da extensão do dano. Até esse momento ela havia sido submetida a três sessões de quimioterapia, agora passaria por três debridamentos.
O Drama da amputação

Retirada toda a necrose, a questão era decidir pela amputação, ou não, do braço. Havia a dúvida sobre a possibilidade de um enxerto, alguns médicos não acreditavam nessa possibilidade, dada a gravidade da lesão.

Decidimos por uma consulta no Hospital Sírio-Libanês. Fomos atendidos em 28 de agosto, pelos Drs. Katz e Marcelo Sampaio, cirurgião plástico que opera na equipe do [Prof.] Dr. Alfredo [Carlos Simões Dornellas] de Barros, mastologista. A condição para a cirurgia era dar continuidade ao tratamento naquele hospital, sob supervisão de sua equipe. Fez, então, a quarta quimio. Dia 8 de setembro foi realizada a primeira cirurgia de enxerto e poucos dias após, iniciou a fisioterapia. Salvaram o braço.

Faltavam as quimioterapias com Taxol, mas em função dos agravantes, as aplicações foram efetuadas a cada quinze dias. Depois foi a radioterapia que terminou em 10 de janeiro de 2013. Ficamos residindo em São Paulo por seis meses, em função do tratamento.

O caso dela teve uma repercussão tão grande que foi tema de congressos. Nunca os médicos haviam visto tamanho dano físico por vazamento quimioterápico. O último caso semelhante registrado havia sido na década de 1980. A equipe médica ficou indignada.
O que nos doeu foi a “virada de costas” da clínica e, por conseguinte do médico responsável. Problemas acontecem, entendemos isso, mas até hoje ninguém da clínica nos contatou.

Ação jurídica

Nós entramos com uma ação contra a Clínica, contra o médico responsável e contra a Unimed, porque ele é um autorizado pelo plano de saúde. E por que eu vou mexer com isso agora? Porque agora ela está bem e quer que isso sirva de lição porque o braço, nunca vai voltar a ser normal.
Queremos uma cobrança da responsabilidade. E este é um momento muito bom pela oportunidade que está sendo criada pela série de matérias aqui que você está fazendo aqui no Jornal Liberdade. A imprensa costuma ficar distante, e o espírito corporativo da classe médica influi criando uma barreira de defesa.
Foi realizada uma perícia janeiro de 2013, a pedido do Juiz, e temos os prontuários do Sírio-Libanês, depoimentos de médicos, enfim. Outra razão é em defesa das próprias clínicas sérias, dos bons profissionais, porque a partir do caso da Kênia, muitos pacientes passaram a procurar hospitais em São Paulo para os procedimentos de quimioterapia, como se a desconfiança tivesse contagiado todas as clínicas de nossa Capital.


DEPOIMENTO DE KÊNIA

Eu não tinha que passar por isso...

Eu já estava debilitada, emocionalmente instável com o diagnóstico de câncer e o risco de outros dois nódulos nas auréolas serem tumores malignos. Ficou comprovado apenas um tumor e determinado que seria feita a retirada deste tumor e cinco gânglios que não acusaram malignidade, felizmente.
Mas não basta o temor da doença e seu estigma que o paciente carrega, existe o fator família, porque todos são afetados, tanto quanto o doente. E a força tem que partir de você porque eles se transformam em espectadores impotentes. Como a cirurgia foi um sucesso, veio a sensação numa mistura de alívio, mas com o temor de passar pelo período da quimioterapia com seus efeitos colaterais, também o momento de fragilidade, a alteração de seu visual como que você perdesse um pouco de sua personalidade.
Meu câncer era de um tipo muito agressivo, então a partir do problema causado pelo erro na aplicação o foco dos médicos era entender como manter a quimio para combater o câncer e ao mesmo tempo tratar o ferimento. Efetivamente meu maior sofrimento foi com as dores no braço, cheguei a perder o foco do câncer. Me senti mutilada, por um erro. Eu não tinha que passar por isso, o médico sabia do meu diagnóstico de fibromialgia, sabia que minhas veias não iriam aguentar e sequer permitiu que minha mãe ou meu marido me acompanhassem durante a aplicação.
Por diversos momentos, as dores eram tão intensas que eu gostaria de ter uma faca comigo para cortar o braço e me livrar da dor. Deus me livre, mas se eu tivesse uma faca teria feito uma loucura. E eu nunca soube a opção de parte dos médicos pela amputação, nunca disseram a mim. Meu marido sofria com essa possibilidade, mas não pode compartilhar comigo. O medo que vou carregar, agora, é um câncer no seio direito, porque seria inoperável em razão das sequelas do braço. Até mesmo se um mosquito me picar pode causar grandes danos.
Fui roubada no direito de estar com as minhas filhas num momento muito delicado, quando eu precisava muito desse contato e elas precisavam estar cientes e próximas de mim, para que pudéssemos nos fortalecer. Eu nunca antes havia ficado longe delas.
Eu estou expondo meu caso, até mesmo me expondo, para que outras pessoas não tenham que passar por tudo que eu passei. Para que outros médicos aprendam com este erro e que os paciente fiquem atentos a procedimentos errados que possam vir a ser tomados e reclamem antes que o problema atinja as proporções do meu.

terça-feira, 26 de março de 2013

Por medo ou culpa, vereadores enterram CPI da Saúde

Manifesto da população foi desdenhado por vereadores
(Foto: Midiamax)

Em sessão tumultuada na manhã desta terça-feira (26) foram enterradas, sob a vergonha dos mandatos parlamentares, as esperanças de uma CPI que investigue os desvios na saúde pública de Campo Grande, conforme proposta pela vereadora Luiza Ribeiro (PPS).

Foram contrários as investigações toda a bancada do PMDB composta pelos vereadores Paulo Siufi, Carla Stephanini, Wanderlei Cabeludo, Mário César e Edil Albuquerque, também João Rocha (PSDB), Elizeu Dionízio e Alceu Bueno da bancada do PSL, os três representantes do PSD, Chiquinho Telles, Coringa, Delei Pinheiro, o vereador da comunidade Carlão (PSB), Edson Shimabukuro (PTB), os representantes do partido com dono PTdoB, Flávio César e Otávio Trad, também os vereadores Grazielle Machado (PR), Jamal (PR), Herculano Borges (PSC), Airton Saraiva (DEM) e o líder do prefeito Alcides Bernal, Alex do PT.

Hospital com fachada encoberta pelas árvores
 e verdades encobertas pela maioria dos vereadores.
Assinaram pela abertura da caixa preta das verbas públicas, além da vereadora Luiza Ribeiro, Zeca do PT, Ayrton Araújo do PT, Rose Modesto (PSDB), Cazuza (PP), Chocolate (PP), Eduardo Romero (PTdoB) e Paulo Pedra (PDT).

Foi estabelecida a criação de uma Comissão para investigar as denúncias, sem a abrangência e poder que teria uma Comissão Parlamentar de Inquérito, indicada por Alex do PT, composta por dois vereadores favoráveis à CPI, Luiza Ribeiro e Zeca do PT e sete contrários às investigações: Gilmar da Cruz (PRB), João Rocha (PSDB), e integrantes da Comissão de Saúde, Elizeu Dionísio (PSL), Coringa (PSD), Dr. Jamal (PR e Grazielle Machado (PR).
Resta saber
Qual o enorme temor de uma investigação que tem como contrários todos os membros que apoiaram a administração anterior e dois supostos integrantes da base de apoio do atual prefeito, inclusive seu líder?
Se o objetivo é evitar quer a CPI venha a atrapalhar os trabalhos da casa, soa como risível o argumento. Nada tem sido feito que não as indicações inócuas de pedidos de patrolamento, tapa-buracos, instalação de quebra-molas e semáforos e indicações e homenagens.

Pouco, muito pouco tem sido o trabalho efetivo de quem deveria representar o povo e trabalhar para que as mazelas sociais sejam vencidas. Atitudes isoladas de vereadores como Chiquinho Teles que procura dar mais voz às comunidades, mas acaba de se provar incapaz de efetivamente atuar pelo fim dos desmandos que tornam doente a saúde; Eduardo Rocha que, com pequenos projetos, busca conseguir benefícios que nos passam, por vezes, despercebido e demonstra que estar em um partido atrelado a uma liderança não impede ações isoladas e éticas; finalmente Luiza Ribeiro que tem apresentado trabalho consistente em ações direcionadas e fundamentadas em defesa e melhoria da sociedade.
Todo o resto é embuste. Melhorias viárias estão atreladas a cronograma de obras e as solicitações são mero jogo de cena com esperançosos cidadãos que serão cobrados por isso nos momentos de eleição.
O medo da CPI

O temor de uma CPI não são seus resultados, que podem se assemelhar aos do Ministério Público e Polícia Federal. O temor é que uma CPI tem prazo certo para terminar e seus resultados são públicos, diferente das outras investigações que correm pelos escaninhos da justiça, longe, muito mais longe do que a população possa enxergar.

Adalberto Abraão Siufi,
diretor geral exonerado do HC 
Nomes, parentescos, amizades, favores, deveres, todos estes fatores ligam as instâncias políticas às público-administrativas, e essa ligação documentada é o que a vergonha de mandatos parlamentares tenta esconder.

E caso nada aconteça que permita aos responsáveis pelo sofrimento e morte causados pelo não atendimento médico serem julgados de acordo com as leis e, eventualmente penalizados, em nada afetará suas vidas, seus núcleos de poder. Eles têm acesso a atendimento de saúde de primeiro mundo, afinal, mais do que os ganhos recebidos têm as verbas desviadas.

Numa democracia, somos em muito responsáveis por isso, porque os colocamos lá. Numa democracia temos o poder de mudar isso, quando os retirarmos de lá.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Mais de 19 vereadores temem a CPI da Saúde, por quê?

Luiza Ribeiro e Zeca do PT

Vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande se reunirão na terça-feira (26), buscando encontrar uma fórmula de convencimento de pelo menos mais 4 vereadores que se disponham a assinar o pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde. Até o momento a vereadora Luiza Ribeiro (PPS) conseguiu o apoio de Zeca do PT, Cazuza e Waldecy Chocolate (PP), Paulo Pedra (PDT) e Eduardo Romero (PTdoB).

“Vamos discutir o processo. Acredito que de amanhã (26) a criação da CPI não passa”, disse Luiza. Os vereadores esperam contar com pressão popular que venha a sensibilizar os vereadores pela assinatura da CPI, que permitiria à Câmara investigar denúncias de desvio e malservação de verbas destinadas a hospitais da Capital. Investigações realizadas através de comissões parlamentares tendem a ser mais transparentes.

As redes sociais têm forte impacto de chamamento da população. Hoje, essas redes estão tomadas por críticas a atuação de diversos vereadores que se opuseram à investigação.
Opinião
O que chama a atenção neste caso da CPI não é a proposta da vereadora Luiza Ribeiro, que vem apresentado um comportamento exemplar do trabalho parlamentar, são outras as atitudes que atraem os focos:
Chama a atenção a atuação dos vereadores Paulo Pedra e Eduardo Romero. O primeiro ensaia uma linha independente após todo o desgaste pelo qual passou seu partido, o PDT, durante a, no mínimo  tumultuada gestão de Dagoberto Nogueira; o segundo demonstra uma atividade parlamentar elogiosa em face o marasmo e o vácuo de ideias e ações, com o destaque de ser “de oposição” e pertencer a um partido que tem dono e costuma seguir ordens definidas.
Cazuza e Waldecy Chocolate entenderam que isso beneficiará o governo pepista de Alcides Bernal, pois que os alvos das investigações têm ligações de longa data e profunda intimidade com o grupo que se mantém no poder desde há muitos anos.
Zeca do PT atua dentro do previsto, buscando dar ênfase a uma questão polêmica que merece ser do conhecimento público e, certamente, deve ter garantido a assinatura e apoio de Ayrton Araújo do PT.
Dr.Adalberto Siufi, diretor afastado do Hospital do Câncer
Quem teme a CPI
As razões alegadas para justificar a falta de apoio por toda a base de apoio ao grupo que comanda o governo do estado e até a pouco, também a prefeitura da Capital, são apenas alegações insustentáveis. Parte da uma imensa bancada -- de diversos partidos que compõem o grupo de sustentação de um governo que foi inexoravelmente derrotado nas urnas -- tem ligações, estreitas ou nem tanto, com os envolvidos, outra parte esta sob ordens diretas e severas, e as obedece cegamente.
Não bastasse, a real presidência da casa tem nome, mas não tem comando. Nos bastidores deste reino, eminências pardas se movem e mais que isso, fazem as coisas se moverem. Com  os olhares voltados para 2014, alguns desses coroados municipais se preocupam mais em comprar, com suas subserviências, apoios que lhes garantam a indicação para disputarem as eleições para a Assembleia do que em exercer com alguma dignidade o cargo ao qual foram alçados, ou mantidos, pelo poder do voto popular.
O destaque fica, também, para o inoperante líder do prefeito, Alex do PT, pela segunda vez alavancado ao cargo de vereador após pífias votações que lhe fizeram suplente. O povo é sábio, deveria ter ficado no posto que lhe foi conferido em urnas.
Acertamos mais
Quando divulgado o resultado das últimas eleições, confiamos que dos novatos três se destacariam. Acertamos em parte, erramos quando estimamos que Carla Stephanini também teria uma atuação destacada. De qualquer forma, parabéns pela atuação dos vereadores Eduardo Romero (PTdoB) e Luiza Ribeiro (PPS), que têm pautado suas atuações em programas bem elaborados e com independência e estilo próprios.
Parte da campanha de internautas do facebook.


domingo, 24 de março de 2013

Dízimo, Velho Testamento, pastores políticos e Sartre


Posso até compreender o princípio que norteia o dízimo. Creio que o dízimo sirva para sustentar a Igreja e permitir que ela leve “suas verdades” aos ímpios. E grifo meu no suas verdades, creio não necessitar maiores explicações. Mas, confesso, não compreendo o dízimo sendo utilizado para sustentar estilos de vida semelhante ao dos nababos, ou templos suntuosos. Templos soberbos e vazios de fé.
Não vejo fiéis ou pastores que os frequentem em busca do “conhece-te a ti mesmo”, oráculo do templo de Delfos, tão próximo dos ensinamentos de Jesus, mas percebo uma procissão de mercadores em busca da prosperidade material, como se aí residisse a felicidade suprema que os aproxime de um Deus mais e mais desconhecido e deformado.
Acossados por um Deus vingativo e cruel, pagam o dízimo não como difusão de sua fé, mas como indulgência que lhe dê remissão total das penas temporais aos pecados cometidos. Deus de Antigo Testamento, antiga era. Longe do Deus de Amor que nos trouxe Jesus.
E pastores de todas as denominações e padres católicos agem como discípulos fiéis do “Senhor Poder”, temporal e distante da fé. Querem, sim, o dízimo, as ofertas, o vil metal. Suas arraigadas “fé” na temporalidade os levam a cibernéticas Cruzadas, agora em busca da exclusividade em representar a Cruz, símbolo de devoção ao Pai e entrega plena pelo bem da humanidade. Em suas mãos e concepção, apenas um símbolo de morte.
Arrogam-se porta-vozes do criador a ditar, de suas visões toscas, verdades absolutas às criaturas de Deus. Caso estranho de sanha de poder onde a criatura quer e se acredita capaz de sobrepujar o criador. A humanidade é apenas um rebanho a ser guiado, ovelhas inconscientes que não sobrevivem sem a sagacidade e esperteza destes líderes. Sagacidade e esperteza que são características próprias da raposas...
Aos pobres? – “O que nos sustenta são dízimos e ofertas de pessoas simples e humildes", disse [ministro da Pesca, bispo licenciado da Igreja Universal Marcelo] Crivella (PRB)durante um evento da Convenção Nacional das Assembleias de Deus - Ministério Madureira, em São Paulo. "Com a presidenta Dilma, os juros baixaram. Quem paga juros é pobre. Com menos juros, mais dízimo e mais oferta."
Em Convenção Nacional das Assembleias de Deus, líderes religiosos traçaram as diretrizes da igreja evangélica para os próximos quatro anos, montaram uma comissão política para acompanhar as eleições e o processo de elaboração de leis, com foco no engajamento contra a descriminalização do aborto e da união civil de pessoas do mesmo sexo.
Eu quero meu direito de seguir uma orientação religiosa diferente, ou não seguir nenhuma e ser tão cidadão dessa Nação quanto qualquer outro. Que meus princípios sejam ouvidos. Respeito o direito dos cristãos, muçulmanos, budistas, xintoístas e de todos. Caso decida por evangelizar-me em outra fé, procurarei uma das igrejas que se multiplicam pelo poder do dízimo e da oferta e, lá, obedecerei seus dogmas e ritos. Aqui sou um cidadão que ajudou a escrever a Constituição Cidadã e quero e exijo ser respeitado por isso.
Religiosos podem ajudar em muito nossa política levando ao povo as noções de Respeito, Amor e Caridade, de outra forma são apenas como se apresentam: “vendilhões do templo”. Sarte estava pleno de razão ao escrever “O Diabo e o Bom Deus”.

sábado, 23 de março de 2013

Curtas e, por vezes, Grossas



Buraco na política causa grave acidente

A guerra deflagrada pela maioria dos vereadores contra o prefeito Alcides Bernal, por problemas herdados e pela falta de habilidade política deste, talvez sirvam para explicar o acidente ocorrido na Avenida Duque que Caxias causado pelo desvio súbito a que foi forçada a motorista de um Pálio por enorme buraco na pista. A obra de “refazimento” das pistas que custou muita verba pública e tempo e transtornos para a Capital, já apresentava falhas no asfalto antes mesmo de ser inaugurada.

Neste caso, os vereadores que na época apoiavam o prefeito Nelsinho Trad, calaram diante das denúncias comprovadas da péssima qualidade da obra. Seria bom para todos, inclusive para as pretensões políticas dos atuais vereadores, que trabalhassem mais, assinassem a proposta da CPI do Câncer, proposta pela vereadora Luiza Ribeiro (PPS) e perdessem menos tempo com a “Politicalha” que se tem visto.

Alguns vereadores têm dono, sim

Imagem: nubiabrejoes.comunidades.net
O caso do Hospital do Câncer Alfredo Abrão de Campo Grande é de metástase legislativa (quando as células cancerosas se disseminam pela corrente sanguínea e formam colônias em outros locais).

Não há como explicar o inexplicável. Não assinar a proposta da CPI proposta pela vereadora Luiza e, pior, justificar com o fato de haver investigação em andamento seria uma balela mal elaborada pelos vereadores e suas assessorias. Afinal,o Legislativo tem que cumprir seu papel fiscalizador uma vez que os Ministérios Públicos Estadual (MPE) e  Federal (MPF), e a Polícia Federal estão, eles também,cumprindo seu papel constitucional. Destoam do desejo dos eleitores e falam de forma uníssona numa clara prova de que a ordem vem de cima? De quem? Do dono do gado?

Positivas as assinaturas dos vereadores da base aliada, mais ainda dos vereadores de oposição que demonstraram liberdade de ação. A grande nódoa fica na conta de Alex do PT, líder do prefeito na Câmara, mal preparado (bem ao gosto e estilo do governo Bernal) e incapaz de compreender  a importância da proposta. Vai pensar (aprender o que isso significa) antes de tomar uma posição.

Quem mais teme a CPI? Ficou comprovado, pelas investigações concluídas até o momento, que a Máfia dos Abutres (que se alimentam da morte) tem ramificações que lhes permitiram permanecer agindo nas sombras. Fica claro que vereadores obedecem cegamente aos seus donos. Donos sim.

Lenda urbana

Nasce lenda urbana de que os vereadores de Campo Grande estariam aguardando a confirmação de um “mensalinho”, que viria do executivo, para que fosse disponibilizada uma cadeira de espaldar alto que aconchegasse o prefeito durante a cerimônia de fumar o cachimbo da paz.

Mas, como boa lenda, os valores variam de acordo com quem conta esse conto. Só os valores, não os fatos.

Lenda urbana, afinal, quem acreditaria que nossos devotados vereadores se prestariam a isso?


O que esperar do Plano Plurianual de Bernal?

Imagem: RBV News
O mês de abril se aproxima e o prefeito Alcides Bernal deverá apresentar o Plano Plurianual, principal instrumento de planejamento de médio prazo de um governo que estabelece metas da administração para despesas de capital e outras dela decorrentes. A sociedade aguarda atenta como se fora a chegada da Cavalaria que porá fim nesta guerra sem tréguas entre os poderes legislativo e executivo que faz por vítimas, a própria sociedade.

O que nos prepara o prefeito que, em seu Programa de Governo registrado quando da oficialização de sua candidatura, enfatizou três diretrizes básicas (qualidade de vida, desenvolvimento sustentável e qualidade dos serviços públicos) e onze ações de governo?

Do texto em 6 páginas, que discorre de forma genérica sobre o óbvio de uma administração, ressaltamos três tópicos:

Planejamento e gestão: planejar todas as ações com a discussão junto a setores organizados da sociedade. No entanto, o que temos visto é a falta de ação pela incapacidade de Bernal em dialogar, mesmo que com o poder legislativo.

Planejamento urbano e rural: transporte; realizar diagnóstico estrutural sobre plano viário, quebra molas, sinaleiros sem sincronização, foto sensores, zonas de estacionamento, além de qualidade, revisão de preços, respeitabilidade no transporte coletivo (sic). Difícil de entender quando ele nomeia para a Agetran a pessoa que trabalhou para empresa contratada que desenvolveu parte do atual sistema. Mais difícil ainda ao saber que ele estuda majorar a tarifa do transporte público urbano.

Central de projetos: central de projetos visando a produção e acompanhamento do programa de governo.  Retoma o modus operandi de Bernal que tem dificuldades em articular a própria equipe de governo, mesmo tendo declarado em dezembro de 2012 que até o final daquele mês anunciaria os nomes de “todos” os secretários.

Talvez a questão não seja exatamente “o que esperar do”,  mas, “Podemos esperar o Plano Plurianual”, e melhor, ele será cumprido?

quinta-feira, 21 de março de 2013

Mundo imaginado por Lennon vira realidade em comercial




do site adNews

Martin Luther King Jr. foi um dos expoentes da luta pela igualdade racial nos Estados Unidos. Harvey Milk lutou pelos direitos dos gays norte-americanos. Daniel Pearl foi um dos grandes jornalistas de sua época. John Lennon é reconhecidamente um mártir da paz mundial, bem como Yitzhak Rabin, ganhador do Nobel da Paz de 1994. Todos eles morreram. Todos eles foram assassinados. A Publicis Kaplan Thaler ressuscitou estes nomes - e outros como Anne Frank,a  garotinha que relatou os horrores do nazismo em seu diário - para uma campanha que comemora os 100 anos da ADL (A Liga Anti Difamação).

Para ilustrar a ideia de um mundo sem ódio, o vídeo mostra os ativistas citados acima ainda vivos nos dias de hoje. Tudo isso ao som de "Imagine", de John Lennon. O ex-beatle  foi assassinado por um fã em 1980. Yoko Ono cedeu, gentilmente, os direitos da canção do marido para a campanha, assim como os familiares de todas as pessoas presentes no vídeo.

De acordo com a agência localizada em Nova York, o projeto vem se desenrolando há quase um ano, mas apresentação veio na hora ideal.

No último dia 19, terça-feira, os assassinos do jornalista Daniel Pearl foram presos e na sexta-feira, 22, o presidente Barack Obama vai visitar túmulo de Yitzhak Rabin.





Vereadores não assinam CPI do Câncer pedida por Luiza Ribeiro


Os vereadores de Campo Grande, em sua maioria, permanecem na sua toada de tanger do poder o prefeito Alcides Bernal, e pouco trabalho têm apresentado que justifique sua condição de legisladores eleitos pela população para que os representem com trabalhos voltados para o desenvolvimento social. Quando têm a oportunidade de realizar um trabalho efetivo, aguardam por instruções de seus mandatários. Prova clara e inconteste disso é a dificuldade encontrada pela vereadora Luiza Ribeiro (PPS) em conseguir dez assinaturas para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigue os desmandos do Hospital do Câncer, cuja direção está sendo investigada pela "Operação Sangue Frio" da Polícia Federal, e foi destituída após denúncias do Ministério Público Federal de um esquema de desvio de recursos do SUS.
Vereadora Luiza Ribeiro, autora do pedido de CPI
Fundamentada no art. 33, § 3º da Lei Orgânica do Município, a vereadora Luiza Ribeiro solicitou, nesta quinta-feira (21), instauração da CPI para investigar os desvios de recursos públicos da saúde, pela direção do Hospital do Câncer Prof. Dr. Alberto Abrão e Hospital Universitário. Até o momento assinaram Zeca do PT, Chocolate e Cazuza (PP), Eduardo Romero (PTdoB) e Paulo Pedra (PDT). Os vereadores Chiquinho Teles (PSD), Alceu Bueno (PSL) e Gilmar Néri (PRB) chegaram a assinar o documento, mas retiraram seus nomes para “discutir melhor o assunto”.
A CPI pretende apurar irregularidades na aplicação dos recursos, em especial no contrato para a prestação de serviços de quimioterapia e radioterapia com a empresa Neorad (Saffar & Siufi) dos sócios Adalberto Siufi e Issamir Farias Saffar, vigente desde 2004. Este contrato, segundo o Ministério Público Estadual (MPE), burlou decisão do Conselho Curador da Fundação, de 2012 que rescindiu o contrato. Todavia, em 2013, o MPE constatou que os diretores constituíram outra empresa, mantendo os mesmos serviços com o hospital. Os contratos têm o agravante de prever pagamento do valor estipulado pelo SUS, mais o acréscimo de 70% para os procedimentos.
Dr. Alberto Siufi
Outros fatos apurados durante as investigações mostraram que a Elétrica Zan, de propriedade do diretor do Hospital do Câncer, Blener Zan e seus familiares, é fornecedora exclusiva e sem licitação de materiais elétricos, e que havia recebimento de recursos por tratamento de paciente já falecido e cirurgias cobradas com valores diferentes dos efetivamente realizados.
Luiza Ribeiro também encaminhou pedido para “uso da palavra livre” no dia 26 de março, pelo representante do Conselho Curador da Fundação Carmem Prudente, mantenedora do Hospital do Câncer Prof. Dr. Alfredo Abrão, informar sobre as ilegalidades constatadas pelo Ministério Público Estadual e pela Polícia Federal na aplicação de recursos públicos da saúde, que culminou em procedimentos judiciais cíveis e criminais.

Dependência: técnica reduz desejo por cocaína em 80%

Philip Ribeiro (centro) com sua equipe. (Foto: Info)

Uma nova técnica desenvolvida por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), consegue reduzir em 80% o desejo de usar e em 60% o consumo da cocaína, aumenta a esperança no combate à dependência química, pois os tratamentos até então conhecidos, reduziam a crise de abstinência, chamada “fissura”, em 30%.

A técnica, que faz parte da pesquisa de mestrado do psiquiatra Philip Ribeiro, consiste no uso de estímulos eletromagnéticos no cérebro e, segundo o cientista, os resultados têm tido excelentes resultados.

O tratamento que dura três meses, é ambulatorial desenvolvido em 20 sessões de 15 minutos, cinco vezes por semana. O terapeuta controla um equipamento que, através de um cilindro metálico próximo à cabeça do paciente, produz um potente campo magnético oscilatório que gera corrente elétrica.

O método é indolor e age nas regiões responsáveis pelo poder de decisão e de sensação de saciedade, que ficam comprometidas durante as crises de abstinência. “O método estimula as áreas do cérebro do paciente que foram atrofiadas pelo uso da droga. A corrente estimula essas áreas a funcionarem de maneira mais eficaz”, diz Philip Ribeiro.

O paciente também conta com apoio psicológico em terapia de grupo, para o tratamento da dependência psíquica e a consequente recaída.

O progresso do tratamento é avaliado por exames de urina e avaliações neuropsicológicas realizadas nos pacientes para a comprovação da abstinência da substância e mudança de comportamento. Os primeiros sintomas da evolução são a diminuição de ansiedade e melhoria de humor, pelo fato de reduzir a intensidade das crises de abstinência e o desejo de utilizar a substância. Os efeitos colaterais são mínimos, geralmente restrito a dores de cabeça de pequena intensidade, até porque a equipe trabalha com normas de segurança rígidas, como a que determina o intervalo entre as aplicações.

O estudo é inédito em relação à estimulação magnética em dependentes de cocaína. “Somos os primeiros a desenvolver uma pesquisa que cientificamente tem valor e trabalha essa questão de maneira mais aprofundada”, afirma Philip.

O método é reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para o tratamento de depressão e outros transtornos psiquiátricos, no entanto para que o tratamento possa ser aprovado são necessárias novas pesquisas, mas o futuro do tratamento parece ser promissor. Vários pesquisadores do Nordeste, de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul começarão pesquisas utilizando este método.

Philip Ribeiro defendeu sua tese em 2012, orientado pelo Prof. Marco Antonio Marcolin, da FMUSP.  “Nosso próximo passo é testar o tratamento em dependentes de crack. O projeto está sendo escrito no momento", diz.