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terça-feira, 26 de março de 2013

Por medo ou culpa, vereadores enterram CPI da Saúde

Manifesto da população foi desdenhado por vereadores
(Foto: Midiamax)

Em sessão tumultuada na manhã desta terça-feira (26) foram enterradas, sob a vergonha dos mandatos parlamentares, as esperanças de uma CPI que investigue os desvios na saúde pública de Campo Grande, conforme proposta pela vereadora Luiza Ribeiro (PPS).

Foram contrários as investigações toda a bancada do PMDB composta pelos vereadores Paulo Siufi, Carla Stephanini, Wanderlei Cabeludo, Mário César e Edil Albuquerque, também João Rocha (PSDB), Elizeu Dionízio e Alceu Bueno da bancada do PSL, os três representantes do PSD, Chiquinho Telles, Coringa, Delei Pinheiro, o vereador da comunidade Carlão (PSB), Edson Shimabukuro (PTB), os representantes do partido com dono PTdoB, Flávio César e Otávio Trad, também os vereadores Grazielle Machado (PR), Jamal (PR), Herculano Borges (PSC), Airton Saraiva (DEM) e o líder do prefeito Alcides Bernal, Alex do PT.

Hospital com fachada encoberta pelas árvores
 e verdades encobertas pela maioria dos vereadores.
Assinaram pela abertura da caixa preta das verbas públicas, além da vereadora Luiza Ribeiro, Zeca do PT, Ayrton Araújo do PT, Rose Modesto (PSDB), Cazuza (PP), Chocolate (PP), Eduardo Romero (PTdoB) e Paulo Pedra (PDT).

Foi estabelecida a criação de uma Comissão para investigar as denúncias, sem a abrangência e poder que teria uma Comissão Parlamentar de Inquérito, indicada por Alex do PT, composta por dois vereadores favoráveis à CPI, Luiza Ribeiro e Zeca do PT e sete contrários às investigações: Gilmar da Cruz (PRB), João Rocha (PSDB), e integrantes da Comissão de Saúde, Elizeu Dionísio (PSL), Coringa (PSD), Dr. Jamal (PR e Grazielle Machado (PR).
Resta saber
Qual o enorme temor de uma investigação que tem como contrários todos os membros que apoiaram a administração anterior e dois supostos integrantes da base de apoio do atual prefeito, inclusive seu líder?
Se o objetivo é evitar quer a CPI venha a atrapalhar os trabalhos da casa, soa como risível o argumento. Nada tem sido feito que não as indicações inócuas de pedidos de patrolamento, tapa-buracos, instalação de quebra-molas e semáforos e indicações e homenagens.

Pouco, muito pouco tem sido o trabalho efetivo de quem deveria representar o povo e trabalhar para que as mazelas sociais sejam vencidas. Atitudes isoladas de vereadores como Chiquinho Teles que procura dar mais voz às comunidades, mas acaba de se provar incapaz de efetivamente atuar pelo fim dos desmandos que tornam doente a saúde; Eduardo Rocha que, com pequenos projetos, busca conseguir benefícios que nos passam, por vezes, despercebido e demonstra que estar em um partido atrelado a uma liderança não impede ações isoladas e éticas; finalmente Luiza Ribeiro que tem apresentado trabalho consistente em ações direcionadas e fundamentadas em defesa e melhoria da sociedade.
Todo o resto é embuste. Melhorias viárias estão atreladas a cronograma de obras e as solicitações são mero jogo de cena com esperançosos cidadãos que serão cobrados por isso nos momentos de eleição.
O medo da CPI

O temor de uma CPI não são seus resultados, que podem se assemelhar aos do Ministério Público e Polícia Federal. O temor é que uma CPI tem prazo certo para terminar e seus resultados são públicos, diferente das outras investigações que correm pelos escaninhos da justiça, longe, muito mais longe do que a população possa enxergar.

Adalberto Abraão Siufi,
diretor geral exonerado do HC 
Nomes, parentescos, amizades, favores, deveres, todos estes fatores ligam as instâncias políticas às público-administrativas, e essa ligação documentada é o que a vergonha de mandatos parlamentares tenta esconder.

E caso nada aconteça que permita aos responsáveis pelo sofrimento e morte causados pelo não atendimento médico serem julgados de acordo com as leis e, eventualmente penalizados, em nada afetará suas vidas, seus núcleos de poder. Eles têm acesso a atendimento de saúde de primeiro mundo, afinal, mais do que os ganhos recebidos têm as verbas desviadas.

Numa democracia, somos em muito responsáveis por isso, porque os colocamos lá. Numa democracia temos o poder de mudar isso, quando os retirarmos de lá.

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