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segunda-feira, 22 de abril de 2019

Em Campo Grande a culpa é de tudo e todos, menos do prefeito


Uma pessoa cheia de promessas: ônibus com ar-condicionado, ruas sem crateras, saúde plena, baixos impostos. Uma pessoa cheia de vazios; uma administração que patina na lama das enchentes.

O que temos visto e, pior, vivido aqui nas terras pantaneiras da Capital de Mato Grosso do Sul é a plena falta de administração. Na saúde troca maxixe por chuchu. Alguém de plena incompetência por alguém que some de tudo e todos. Sem sabor, sem nada, que sequer é notado. Nada foi feito, mas o atual secretário evita a mídia, evitando, assim, a exposição, a divulgação de uma epidemia que não está controlada, até e muito pelo contrário, uma saúde caótica e que recai sobre profissionais de saúde. Houvesse um tanto de vergonha, vamos nos penitenciar e deixar a quem com capacidade tocar essa saúde. Saúde? Plena doença. Afinal, o que é o povo, senão uma população sempre ignorada.

Cobrado do povo que pena e sofre na fila para uma simples hidratação venosa, com sobrecarga do Laboratório Central de Saúde Pública – Labcen e dos servidores de saúde nas unidades básicas de saúde e de saúde da família, das unidades de pronto atendimento, não existe resposta. O horário estendido chega a ser vergonhoso. Como entender que um trabalhador que tem seu horário de saída do trabalho às 18 horas consiga chegar, com esse transporte público exemplar, dos ônibus refrigerados, aplicativos de celular que informam horário de passagem nos pontos de ônibus descobertos e ermos, até as 19 horas nessas unidades? Sabe-se lá.

Por que entender que os convênios com as forças armadas foram cancelados e pneus e apoio de tendas para hidratação, que beneficiaram e aliviaram os leitos das UPAs? Por que entender que o serviço de equipe móvel de urgência, que atendia às unidades desafogando os atendimentos foram cancelados? Como entender que o terceiro turno ficou restrito à uma hora de expediente? Como entender como o “Posso Atender” foi cancelado? Como entender esse governo?

Marquinhos é cria de seu irmão, ex-prefeito, livrado da justiça pela eleição ao cargo de senador, com bens bloqueados, com uma cidade jogada ao descaso; com seu primo Mandetta, elevado ao cargo de ministro da Saúde com uma ficha corrida de tão baixa e insignificante que lhe colocou no banco dos réus pelo escândalo GISA – e a pergunta que não quer calar é: O que ele fez como ministro até hoje? -O que é tudo que nosso Tribunal de Justiça que a tudo e todos inocenta, quando no âmbito federal estão envolvidos em investigações? O que é esse nosso Velho Centro-Oeste?

Marquinhos é o pior fruto da árvore, o menininho que não quer, ou não consegue, crescer. Aquele garotinho que, na saúde, sei lá por que, não dá a menor condição de trabalho para o seu pessoal, sem insumos, medicamentos, condições mínimas de trabalho. Não contrata médicos, extrapola o horário de trabalho, não investe. Uma criança nas rebarbas dos irmãos. Nosso prefeito eleito em base nas promessas, em base no que sabia – será que ele tem noção disso, acho que não – ser impossível de cumprir.

Um executivo não precisa saber tudo, dominar todos os assuntos, mas deve saber montar uma equipe. Ele não soube. Talvez um bom advogado, não, melhor, um político mequetrefe. Fez de sua grande jornada política a briga contra a antiga Enersul, ganhou umas, perdeu várias. Com leis estaduais ridículas como a que permitia a prorrogação dos bônus do cartão de celular, quando, se fosse um conhecedor das leis saberia que o que rege as comunicações é lei federal. Jogou pra plateia.

Tudo é culpa de tudo e de todos, menos de sua incompetência, de seu despreparo. Não foi bom advogado, como seu irmão Fábio, não foi um enganador que conseguiu ser eleito, apesar dos desmandos e …, como seu irmão Nelsinho, não conseguiu dar alguma orgulho para a família como seu pai Nelson Trad, e se compara ao fofinho da família, vereador Otávio Trad.

Enchentes que não têm solução – deixa como está e vê como fica, afinal a culpa é das águas –, falta de uniformes e direcionamento pedagógico – tudo é culpa desse sistema de licitação difícil de entender mesmo com um ano de antecedência –, e esses mosquitos que insistem em se proliferar e essa população que lota unidades de saúde sabendo que não providenciamos a prevenção a tempo.

Os terrenos baldios estão lotados de lixo, criadouros de mosquitos – culpa da população; Falta conscientização da população em relação aos ambientes que não proliferam mosquitos – culpa da população; Ninguém parece querer colaborar com a prefeitura – falta de civilidade; as unidades de saúde não contam com médicos dedicados ainda que não lhes demos quaisquer subsídios para exercerem suas funções - culpa desses péssimos profissionais que, ainda sem nada, conseguem atender a população; os administrativos e profissionais de saúde estão esgotados e estressados, culpa deles que insistem em dormir 6 horas por dia, fazem plantões de loucos, suportam agressões que deveriam ser direcionados para esse nada que se transformou a Secretaria de Saúde do município, cheio de assessores e médicos excelentes profissionais em suas áreas de atuação, mas sem o mínimo de capacidade de gerenciamento… Estamos no caos de uma administração que não sabe o quem nem porque está ali.

É bonitinho, para não dizer ordinário, chamar fichas em postos de saúde – função maior do prefeito – posar com o dinheiro do governo federal para remendar buracos, transformar gente em gado no transporte público e não resolver o problema de mobilidade urbana, prometer e não cumprir uma educação básica de qualidade e sequer cumprir com a entrega dos kits escolares – ué, não foi ele que tanto gritou contra em outras épocas? Ué, não foi um dos mentores do grupo que depôs um prefeito eleito para a imposição de um meliante? Não foi ele que fez, refez e desfez pulando de partido, acompanhando as ordens dos irmão para, de certa forma, dominarem partidos e fazerem conchavos, ou associações, ou grupos para eleger um senador cercado de casos e acasos na justiça que lhe permitiu o “foro privilegiado”?

A culpa é das chuvas – valha-me senhor São Pedro –; dos alunos que insistem em não ter, pela condição de vulnerabilidade, agasalhos, uniformes, calçados, cadernos, lápis e outras coisas para sua educação; daqueles que insistem em adoecer, porque não têm noção do que é necessário para evitar a proliferação do danado do Aedes aegypti e sequer são orientados para isso, porque teimam em comparecer para uma hidratação que seria simples, mas superlotam as UPAs, com dores, febres? A falta de limpeza em campos, em terrenos abandonados? Descaso com as vias que causam mais acidentes por crateras abertas que provocam os desvios com graves consequências? Tudo é culpa de tudo. Para resolver aumenta-se os impostos, afinal alguém, tem que pagar pelos erros e incompetência que não é culpa do prefeito.

Marquinhos deve ser candidato à reeleição, e pode até ser eleito, afinal a Coca-Cola, ainda que não precise, investe em publicidade sempre. Preste ou não preste, faça, ou não, mal à saúde, é a propaganda maciça que vale. Assim vamos dizendo e afirmando.

Em Campo Grande a culpa é de tudo e todos, menos do prefeito. Esse é o mote de uma Câmara inoperante, de um líder insipiente, mas está de bom tamanho, de uma mudança que não mudou, de vereadores que dizem amém, de uma família que domina pela força do poder, de um povo que, dá licença, mas cada povo tem o governo que merece.


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