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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Vander Loubet é flagrado pedindo ajuda a pivô da 'Máfia do Asfalto'


"Eu tô no desespero", foram as palavras usadas pelo deputado federal Vander Loubet (PT-MS) em conversa telefônica – grampeado com autorização judicial – que manteve com o empreiteiro Olívio Scamatti, preso pela Operação Fratelli, da Polícia Federal e do Ministério Público, acusado de chefiar organização criminosa.

A organização fraudou licitações em 78 municípios de São Paulo por meio de emendas parlamentares e, conforme informado pela Polícia Federal, a frequência e o conteúdo das conversas fazem com que a própria PF e a Procuradoria que o caso de Vander Loubet é o mais grave dentre os detentores de poder que foram citados na investigação.

Evitando citar nomes, Vander diz, em uma das ligações – 12 de março – ao controlador do Grupo Demop, beneficiário do esquema de corrupção, que vai se encontrar com o governador “daquele” Estado, sem mencionar qual governador.

 “[falando do governador] chega hoje à noite e tá querendo conversar amanhã de manhã com nós, se você puder vir e, mais do que isso, o nosso amigo lá do Rio vai vir aqui também, vai almoçar comigo e se você estiver aqui pra tentar matar aquele negócio, que eu tô precisando resolver com ele aquilo, sabe, o diretor lá. Eu queria dar uma prensa naquele negócio lá, sabe?"

E Vander completa: “Eu sei a situação, eu não sou de ligar, mas eu tô desesperado, rapaz, sabe o negócio lá... já venho empurrando, empurrando".

Em outro trecho de ligação de 19 de fevereiro, falando sobre a liberação do transporte de asfalto, Vander informa que irá se encontrar no outro dia (20) com “o cara” e se oferece para intermediar pedidos de Scamatti.

Ao jornal “O Estado de S. Paulo”, através de sua assessoria, Vander diz que "é complicado se manifestar sem ter acesso à integra dos autos da investigação". Ele admitiu que conhece o empreiteiro, mas afirmou que "não tem nenhum tipo de relação política ou comercial com ele". Vander Loubet lembrou que Scamatti é de São Paulo e ele, de Mato Grosso do Sul. "Não recebi doação do grupo empresarial Scamatti."

Na tarde desta quinta-feira (25), a Polícia Federal confirmou a prisão de Dorival, Edson, Mauro e Pedro Scamatti, considerados foragidos desde o dia 17 de abril, quando a Justiça Federal acatou denúncia do Ministério Público Federal e expediu mandado de busca e prisão. Os irmão se entregaram à polícia e foram removidos para o Centro de Detenção Provisória de Rio Preto-SP.


O deputado federal Vander Loubet divulgou nota por meio de sua assessoria de imprensa na tarde desta quinta-feira (25).

Diz conhecer o acusado sem que, no entanto, tenha relações políticas ou comerciais com ele, e que não estava sob monitoramento. Sim, deputado Vander, monitorado estava o empresário com o qual o senhor mantinha estranhas ligações. É dessa forma que quadrilhas são desbaratadas. Para a derrubada de um esquema de corrupção, não se monitoram os telefones de todos aqueles que mantêm contato com o investigado.



"NOTA DE ESCLARECIMENTO

A respeito da matéria veiculada pelo jornal O Estado de S.Paulo em sua edição de hoje, na qual meu nome é mencionado, gostaria de esclarecer que:

1) Conheço o Sr. Olívio assim como conheço outros empresários, entretanto não possuo nenhum tipo de relação política ou comercial com o referido;

2) Como foi citado pelo próprio O Estado de S. Paulo, na edição de 19 de abril do corrente ano, não estou e nunca estive sob monitoramento nem sob investigação na operação citada pelo jornal;

3) Até o momento não recebi nenhum tipo de notificação oficial a respeito do caso, que, segundo apurei, corre em segredo de justiça, razão pela qual não tenho acesso aos autos;

4) Assim que tomar conhecimento do inteiro teor da investigação poderei saber do que se trata e terei condições de prestar os devidos esclarecimentos.

Vander Loubet"

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