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domingo, 21 de abril de 2013

Governo Bernal mostra boas ações no varejo e fraqueza administrativa


O governo Alcides Bernal tem atacado com intensidade os problemas de saúde de nossa capital e, nesta questão, demonstrado rara competência, apesar de todos os problemas herdados da gestão anterior como sucateamento de ambulâncias, infraestrutura dos prédios que apresentam rachaduras, infiltrações e problemas elétricos entre outros. Ponto para o início de administração que controlou a pior epidemia de dengue, evitando inúmeras mortes. No entanto, se apresenta boas ações no varejo, falta estrutura consistente que ganhe confiabilidade do público quando se trata de estrutura administrativa, com secretários que, mais que ter competência, a demonstrem de forma convincente para a população.


Em recente entrevista, o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), discorreu sobre as recentes ações de seu governo, mas não respondeu de forma convincente sobre os projetos de gestão a médio e longo prazo, e sequer ofereceu prazos de resolução para os problemas que se apresentam.  Usou do artifício de comentar o que deixou de ser feito, ou foi feito de maneira incorreta pelas administrações anteriores finalizando com a assertiva que “a equipe de governo está fazendo uma análise criteriosa e providências serão tomadas”. Sem dizer quais e quando.

Com relação aos contratos não cumpridos, também ai sua equipe está fazendo um levantamento detalhado das cláusulas. Apresentar o desenvolvimento de trabalho da forma vaga como foi feito pelo atual prefeito apenas causa, na população, um sentimento de incerteza e uma desesperança que vem sendo notada nas diversas enquetes de avaliação de sua administração, com avaliações tendendo para o negativo.

Repetir o jargão de que a população não será prejudicada, vai na contramão do que se vê nas ruas: operação tapa buracos que não consegue atender as principais vias, causando transtornos no trânsito e prejuízo aos motoristas; falta de pontos de venda e restrição de horário de compra de cartões PegFácil para os usuários do transporte coletivo; ambulantes que lotam os terminais, protegidos pelos fiscais da Agetran, dificultando a mobilização e prejudicando os comerciantes legalmente registrados que operam nos terminais; entre outros transtornos diários.

Graves problemas

Existem, no entanto, problemas mais graves a serem equacionados. Transporte público é o que mais diretamente afeta a vida dos campo-grandenses por ser de uso diário. Mesmo com a nova concessão tida e havida como redentora de todos os males, os ônibus são velhos, inseguros e não suprem a demanda de usuários. A destinação dos resíduos sólidos está sem solução e Bernal parece não ter uma resposta definitiva sobre os passos intermediários até que se regularize a usina e o problema dos catadores.

Insegurança

O que gera insegurança na população, e esta insegurança nunca é boa, não é o fato do aparente marasmo. Isso é entendido e perdoado por se tratar de uma administração nova, que assume rompendo com vinte anos de um mesmo grupo no poder. Também por haver sido atendida em termos de saúde, que é o aspecto que mais lhe afeta, após o transporte público. No entanto, esta aparente apatia, somado às rusgas constantes com a Câmara Municipal, mais o isolamento da mídia por parte do próprio prefeito e de seu secretariado, traz desconfiança, que Bernal parece não entender. A população percebe que esta postura trará, inevitavelmente, prejuízos para o município. Não precisamos de um cavaleiro solitário salvador, precisamos de um político competente.

Outro tema que causa pesadelos por suas implicações são os indicativos de greve e ameaças de paralisação de diversos setores da administração pública, em especial dos agentes de saúde.

As marcas de Bernal

Ficam registrados neste início de governo as boas iniciativa em recapear a Avenida das Bandeiras como indicativo de que outras vias passarão pelo mesmo tratamento; o combate à epidemia de dengue e a reestruturação da saúde, além do “congelamento” das tarifas de transporte urbano com a redução da tarifa do distrito de Anhanduí.

Resta-nos ver o que de produtivo trará o balanço dos 111 dias de governo com seu consequente plano de ações futuras. A expectativa é que os planos saiam da seara dos estudos para tomar a via da execução.

Não há tempo para isso. Temas polêmicos como mudança da Câmara, relação entre prefeito, secretários e vereadores, relação entre secretários e imprensa, Bernal e imprensa, são fundamentais para dar entendimento de administração, dar noção de trabalho. Fugir destas questões em entrevistas maculadas por perguntas previamente aprovadas pela assessoria, não dará a noção de bom governo, bem e muito pelo contrário. Ainda resta a Bernal perder sua arrogância e domar seus traumas, precisamos de administradores competentes, não de políticos divinizados.

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