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sexta-feira, 8 de março de 2013

Mulher: onde existe violência, todos perdem


Seis em cada 10 brasileiros conhecem mulheres vítimas de violência doméstica, desses, 63% tomaram alguma atitude para ajudar a vítima. 59% das mulheres e 48% dos homens não confiam na proteção jurídica e policial nos casos de violência doméstica e acreditam que policiais e juízes desqualificam o problema. (fonte: Instituto Avon/Ipsos-2011)


 Em determinado e nefasto curto período em 2012, quando assassinatos de diversas mulheres em Mato Grosso do Sul, ganhou a mídia, Laurinda Bento, professora em Campo Grande, divulgou seu repúdio na rede social na forma de um texto a ser repercutido, que de forma sucinta dizia:

Venho acompanhando pela mídia, casos em que mulheres são agredidas física e moralmente. Creio que houve avanço em relação à repressão e punição a este tipo de violência, no entanto, agora elas são assassinadas.

Morrem nas mãos de homens violentos e covardes que julgam, condenam e executam. Alegam razões para assassiná-las. Imaginem. Qual motivo tem um ser vivente para matar? Chegam a alegar “comportamento inadequado”. Em um dos casos, o assassino disse: “Ela procurou, se fosse diferente não teria morrido”. A perfeita imagem do desprezo pelo ser humano. Quero registrar meu repúdio. Nada se faz. A violência tomou conta de nossos caminhos.

Nesta semana, a vereadora de Campo Grande, Luiza Ribeiro (PPS), propôs a implantação de atendimento 24 horas na Delegacias Especializada de Atendimento à Mulher, inclusive nos finais de semana, sob o argumento de que “a maior incidência de violência doméstica acontece exatamente no período noturno e nos finais de semana e feriados. Também quer a instalação de mais três delegacias, conforme determina as normas da Secretaria de Políticas para as Mulheres.

Hoje, quase a metade da ações penais movidas são de violência doméstica, conforme informa o Ministério Público. Durante audiência na Câmara Municipal da Capital, a Promotora da Vara da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, enfatizou que “A partir da Lei Maria da Penha, as denúncias aumentaram, mas o aparato público não conseguiu acompanhar essa demanda”.


Andar na velocidade do mundo

As mulheres têm seu jeito, seu tempo, sua força. Lutam incansável e continuamente para se fazer respeitar num espaço que sempre lhes pertenceu e do qual foram desalojadas por um viés torto de se entender cultura. Machismo não é cultura machista, nem cultura é.

Conforme podemos apreender dos dados apresentados por estes textos, se por um lado as mulheres perderam o temor de denunciar e entenderam que não apenas a agressão física de nível extremado é violência, por outro não confiam na justiça em suas diversas instâncias.

Leis existem. Gabinetes, projetos, ideias, propostas também, mas ainda resta a vontade política de colocá-las em execução. A cada passo burocrático que se dê, mais mulheres sofrerão. Que se dê agilidade de execução às ideias. 

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