Mario Cesar, Thais Helena, Delei Pinheiro, Paulo Pedra e Alceu Bueno |
Quatro
vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande, cassados; três deles membros da
Mesa Diretora; uma nomeada secretária de Assistência Social do governo Alcides
Bernal; pertencentes a quatro partidos diferentes, e um vereador sob
investigação e aguardando sentença que determine sua cassação.
O
esfarrapado tecido da credibilidade do legislativo municipal, tanto quanto o
legislativo brasileiro de forma global, ganha novas manchas. Como se não
bastasse essa mistura entre popularidade política e notoriedade policial, novo
fato foi adicionado para tornar mais patético esse retrato da política em nossa
Capital, o advogado Célio Evangelista Ferreira denunciou à Polícia Federal, na
terça-feira (6), a juíza Elisabeth Rosa Baisch, por “atentado ao Estado Democrático
de Direito”.
Utilizando
em seus argumentos até mesmo o julgamento de Jesus de Nazaré, em que o
governador Pôncio Pilatos foi elogiado pela condenação, o causídico garante não
ter interesse pessoal nesta iniciativa, apenas pretende que se arquivem os
processos “por falta de provas”, pois argumenta que as decisões foram baseadas
em provas circunstanciais.
Célio argumenta, ainda, que sua decisão foi baseada na defesa contra a execração pública
contra os vereadores e seus familiares, e a juíza Elisabeth poderia ser
responsabilizada criminalmente, pois atenta contra a democracia quando
desconsidera que “o cidadão manda no Estado e não o Estado no cidadão”, baseado
no fato de os cassados haverem sido eleitos pelo voto popular. Mas, Célio, que
é conhecido no meio jurídico por três ações curiosas que pedem o impeachment da
presidente Dilma Rousseff por crime de responsabilidade em “conduta subversiva
e insurreta de governo contra o Estado Democrático de Direito”, não explica
porque nesse caso o cidadão não manda no governo, se a presidente também foi
eleita por maioria de votos.
A
juíza, o caso
A
juíza da 35ª Zona Eleitoral, Elisabeth Rosa Baisch, baseou sua decisão em
documentos e dinheiro encontrados nos comitês, além dos depoimentos de
testemunhas que confirmam a compra de votos. Todas as decisões se baseiam em
critérios técnicos, e a juíza prefere, ao invés de entrevistas, falar
apenas nos autos.
O
advogado que representa Thais Helena (PT) e Paulo Pedra (PDT) confirmou que
ambos doaram combustível para voluntários, o que é proibido pela lei. Também,
foram recolhidos no comitê de campanha de Mario Cesar (PMDB) contratos de
compra de combustível de outros candidatos (inclusive de Thais Helena) e, um
ex-assessor de Alceu Bueno (PSL) procurou o Ministério Público para entregar
provas de compra de votos. Todos os vereadores cassados entraram com recurso e
permanecem em seus cargos, inclusive na Mesa Diretora, até que o Tribunal
Regional Eleitoral (TRE-MS) julgue.
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