Alguns petistas não conseguem entender a
arte da política, definitivamente. Trazem o ranço do embate, das antigas forças
contrárias que se combatiam incessantemente e com todas as formas de ataque
permitidas, ou não. Criaram uma imagem mítica de paladinos da justiça (social),
íntegros e corretos que a todos julgavam e sentenciavam ao degredo do inferno.
Isso tudo até que assumissem o poder. Ah, o doce poder!
Sem a espada da justiça, mas com a força
da caneta na mão direita e a chave do cofre na esquerda, montaram uma
estratégia de poder perpétuo, comprando a todo e qualquer preço aquela gama de "coisas eleitas" pelos mais diversos motivos e valores. Com a estratégia de Goebbels,
mago da publicidade nazista, tornaram santos os demônios de nossa política,
beatificando cada qual dos diversos corruptos, agora aliados.
Acordos? Não se os aliados se
equivalerem. Focalizando o poder eterno sobre o imenso país que se perde e se
esvai na troca de favores com os neo-ditadores sul-americanos, aos quais
beneficia com uma mansuetude que agride e envergonha, não aceita que opositores
façam alianças pontuais. Vive uma relação promíscua com o PMDB, PP, PTB, PSD, e
ainda quer impor regras aos outros, como para que não manchar a imagem
construída no discurso de um partido que se arrasta na lama e na podridão
moral.
Mas não é essa a realidade. O grande medo
é outro e tem a ver com a perda do (sempre doce) poder.
Bastou que as conversações sobre a
possibilidade de uma aliança entre PT e PSDB em Mato Grosso do Sul, avançassem –
mesmo porque a mais provável aliança com o PMDB se mostrou, em pesquisa
encomendada pelo partido, um erro estratégico que seria rechaçado nas urnas – e
parvos petistas opinam sobre a terreno e vida alheios.
A pérola da vez é a saída do deputado
federal Reinaldo Azambuja do PSDB, e sua filiação ao PT para que concorra como
vice na chapa encabeçada pelo senador Delcídio do Amaral ao governo do Estado
em 2014, ou numa composição governo-senado. O grande temor divulgado é eleger
um senador de oposição ao governo Dilma Rousseff.
A sandice é tanta que os faz considerar,
em primeiro lugar, uma candidatura Dilma, imbatível e a segunda é buscar impor
ao oponente o cargo de senador, pelo temor que causaria como vice-governador
porque seria um candidato natural para o Parque dos Poderes em 2018. Não
conseguem entender poder sem continuidade perene.
E o que beatificaria Reinaldo Azambuja? A
carteirinha do PT. Pronto, o Diabo ganhou ares de Deus. Toda a diferença
ideológica cai por terra, num passe de mágica o que o opositor pensava A, passa
a pensar B, ou o discurso bem montado fará assim parecer.
Por mais boa vontade que se tenha ao
analisar o que deveria ser um partido político numa democracia, a visão de alguns
membros petistas alcança o comprar, o vender, o impor. Fazer alianças em cima
de propostas, não sabem o que significa ou como se daria.
Felizmente, os negociadores estão adiante
e acima. Delcídio e Reinaldo dirigem as caravanas, os cães apenas latem.
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