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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Petistas não aprenderam democracia

Alguns petistas não conseguem entender a arte da política, definitivamente. Trazem o ranço do embate, das antigas forças contrárias que se combatiam incessantemente e com todas as formas de ataque permitidas, ou não. Criaram uma imagem mítica de paladinos da justiça (social), íntegros e corretos que a todos julgavam e sentenciavam ao degredo do inferno. Isso tudo até que assumissem o poder. Ah, o doce poder!

Sem a espada da justiça, mas com a força da caneta na mão direita e a chave do cofre na esquerda, montaram uma estratégia de poder perpétuo, comprando a todo e qualquer preço aquela gama de "coisas eleitas" pelos mais diversos motivos e valores. Com a estratégia de Goebbels, mago da publicidade nazista, tornaram santos os demônios de nossa política, beatificando cada qual dos diversos corruptos, agora aliados.

Acordos? Não se os aliados se equivalerem. Focalizando o poder eterno sobre o imenso país que se perde e se esvai na troca de favores com os neo-ditadores sul-americanos, aos quais beneficia com uma mansuetude que agride e envergonha, não aceita que opositores façam alianças pontuais. Vive uma relação promíscua com o PMDB, PP, PTB, PSD, e ainda quer impor regras aos outros, como para que não manchar a imagem construída no discurso de um partido que se arrasta na lama e na podridão moral.

Mas não é essa a realidade. O grande medo é outro e tem a ver com a perda do (sempre doce) poder.

Bastou que as conversações sobre a possibilidade de uma aliança entre PT e PSDB em Mato Grosso do Sul, avançassem – mesmo porque a mais provável aliança com o PMDB se mostrou, em pesquisa encomendada pelo partido, um erro estratégico que seria rechaçado nas urnas – e parvos petistas opinam sobre a terreno e vida alheios.

A pérola da vez é a saída do deputado federal Reinaldo Azambuja do PSDB, e sua filiação ao PT para que concorra como vice na chapa encabeçada pelo senador Delcídio do Amaral ao governo do Estado em 2014, ou numa composição governo-senado. O grande temor divulgado é eleger um senador de oposição ao governo Dilma Rousseff.

A sandice é tanta que os faz considerar, em primeiro lugar, uma candidatura Dilma, imbatível e a segunda é buscar impor ao oponente o cargo de senador, pelo temor que causaria como vice-governador porque seria um candidato natural para o Parque dos Poderes em 2018. Não conseguem entender poder sem continuidade perene.

E o que beatificaria Reinaldo Azambuja? A carteirinha do PT. Pronto, o Diabo ganhou ares de Deus. Toda a diferença ideológica cai por terra, num passe de mágica o que o opositor pensava A, passa a pensar B, ou o discurso bem montado fará assim parecer.

Por mais boa vontade que se tenha ao analisar o que deveria ser um partido político numa democracia, a visão de alguns membros petistas alcança o comprar, o vender, o impor. Fazer alianças em cima de propostas, não sabem o que significa ou como se daria.


Felizmente, os negociadores estão adiante e acima. Delcídio e Reinaldo dirigem as caravanas, os cães apenas latem.

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