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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A Justiça em algum lugar entre o Céu e a Terra

Imagem: sidaguiar.blogspot.com.br
A Justiça, enquanto ciência, paira num inatingível espaço entre o céu e a Terra, impossível de ser galgado pelos simples mortais, mas habitação dos semideuses ministros do Supremo Tribunal Federal. Ela atende a poucos eleitos e nenhum dos comuns seres-humanos.

Nada a contestar sobre os diferentes entendimentos sobre um mesmo tema. Nada a contestar sobre o placar estreito na votação dos embargos infringentes. O que nos causa, não surpresa porque a justiça de diferentes pesos e medidas já não nos surpreende, espécie são as não provadas ligações entre influentes de poderes distintos.

Alguém questionou o fato de não ser promovida uma força tarefa que permita “embargos infringentes”, revisão de pena, de todo o contingente de encarcerados nas prisões brasileiras. Talvez porque os senhores ministros habitem essa estranha faixa que os distancia dos humanos, mas ainda não permite que se enxergue o Criador.

Não são os comuns que têm contato com tão elevada escol. Os comuns lhes servem como empregados e funcionários, não fazem parte de seu passado. Os comuns não compartilham mesas de restaurantes e taças de vinhos. Os comuns não lhes visitam, não são companheiros de clubes e eventos. Os comuns acreditaram que fluiria uma luz da Deusa Têmis e a justiça se faria. Os comuns foram traídos.

Por outro lado, talvez esteja implícito nesta decisão um sutil recado da própria Justiça Divina. Todos os réus faziam parte de um mesmo governo, atuaram sob a batuta de um mesmo mentor, com o respaldo de um imenso grupo, partilhando os mesmos objetivos e... mentor e grupo foram reeleitos e elegeram a sucessora sob a batuta do medo da extinção das diversas “Bolsas”. Uma forma baixa que desobriga o cidadão da contrapartida de, a partir deste alicerce, projetar uma vida de estudos e progresso pessoal. O cidadão vende seu voto, assim, em prestações mensais, e dessa forma vende sua alma, sua cidadania e sua honra.

Os comuns deixam de serem cidadãos e a justiça não tem o dever de atendê-los, assim entendido pelos deificados.


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