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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A incoerência da defesa burra

Nada mais incoerente do que colocar fatos dentro de nossas verdades. E temos visto uma arrazoado de encaixes imperfeitos na defesa do impossível, no todo do caso mensalão ou em cada caso em particular.

Uma das sandices, esta perdoável até por se tratar de filha e pai, é a defesa de Genoino, ou o contra-ataque desfechado por sua filha. Miruna Genoino emitiu nota ao portal Terra, afirmando que sente vergonha do Brasil, “que deixa que se condene uma pessoa à pena de morte enquanto seu único erro foi não ter medo de lutar pelos demais”.

Quais demais e onde a luta? Numa recente ditadura instaurada, nos arroubos cívicos da juventude que fizeram a ele e tantos outros acreditarem ser possível derrubar as Forças Armadas que tomaram o país como seu, apoiados e amparados numa Direita sedenta de poder e numa coligação de “forças econômicas supremas” que manipulam o mundo? Se isso, agradecemos. Se toda a trajetória após esse arroubo, dispensamos.

A junta médica determinada pelo Supremo Tribunal Federal concluiu que o estado de saúde de Genoino não é grave e o regime domiciliar ou hospitalar não é imprescindível para a continuação do tratamento de saúde a que vem sendo submetido desde que foi preso. Em defesa do pai, mesmo sem base de conhecimentos para tanto, Miruna desqualifica os médicos: “Com que autoridade os senhores sentem-se no direito de dizer que meu pai pode voltar para lá? Viram as condições oferecidas? Comeram a comida de lá? Foram ao banheiro de lá? Viram o ambulatório? Equipamentos de lá?”, questionou.

Então por que não questionar a filha daquele que “empenhou sua vida em prol de uma Nação”, os motivos de o sistema penitenciário brasileiro estar em tão lastimável situação mesmo após doze anos de governo dos devotados salvadores? Se a resposta for: “Ah, mas ele não fazia parte direta do governo, era um dos legisladores”, será patético.

Não fez parte do governo, mas está, conforme comprovado pelo STF, envolvido no desvio de verbas (menores que outros, sim, mas mesmo assim corrupção) do executivo. Verba essa que, empregada na melhoria de vida da população, digamos carcerária, impediria essa imundícia que é a Papuda.

Resta a esperança de que Miruna use de suas própria palavras para um julgamento mais real e menos emotivo: "No entanto, apesar de ser difícil, eu acredito que a justiça, não a dos homens, não falha jamais, e que vocês um dia sentirão na pele o que é agir com falta de humanidade e sem um mínimo de vergonha na cara." Quem merece ouvir e repensar sua vida baseada nestas palavras, Miruna? Não seria seu próprio pai, Genoino?



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