Depois
de mais de seis meses de investigações em 11 municípios, e que apontou diversas
irregularidades e ilegalidades na Saúde Pública de Mato Grosso do Sul, a
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, da Assembleia Legislativa
apresentou na segunda-feira (2) relatório final sem nenhum indiciado, apesar do
voto do presidente da CPI, deputado Amarildo Cruz (PT) favorável ao
indiciamento de dez pessoas.
No
relatório lido por Junior Mochi (PMDB), relator da CPI, recomenda aumento de
repasses, revisão e atualização dos valores pagos pelo Sistema Único de Saúde
(SUS), priorização de investimentos na rede pública, implantação de hemodiálise
nas microrregiões, entre outras.
Amarildo Cruz apresentou voto em separado pelo
indiciamento do ex-diretor
do Hospital do Câncer (HC), Adalberto Siufi; do ex-diretor do Hospital
Universitário (HU), José Carlos Dorsa; ex-prefeito Nelson Trad Filho (PMDB);
Naim Alfredo Beydoun, sócio proprietário da Telemídia; deputado federal e
ex-secretário municipal Luiz Henrique Mandetta; do ex-secretário municipal
Leandro Mazina Martins; Silvia Raquel Bambokian, chefe da Divisão de Convênios;
Maria Cristina Abrão, coordenadora do grupo gestor do sistema Gisa; João Mitumaça
Yamaura, presidente do Instituto Municipal de Tecnologia da Informação e do
ex-chefe do setor de licitação Bertholdo Figueiró Filho. Os demais membros da
CPI, Eduardo Rocha (PMDB), Junior Mochi (PMDB), Lauro Davi (ex-PSB e atual Pros)
e Onevan de Matos (PSDB) foram contrários.
O documento final será encaminhado ao Ministério da
Saúde, Congresso Nacional, Ministério Publico Federal, Ministério Público
Estadual, Denasus, Datasus, Polícia Federal, Secretaria de Estado de Saúde e
Conselhos Municipais de Saúde, Controladoria Geral da União, Polícia Civil,
Governadoria e Presidência da República para tomarem as medidas que julgarem
necessárias e responsabilizar os culpados.
Os
culpados
A partir do momento em que ninguém errou e as
mortes e os sofrimentos desnecessários impostos aos pacientes foram por motivos
ignorados e, para que tal problema se resolva basta que se coloque mais
dinheiro aonde o dinheiro some e se determine que o trabalho a ser feito
continue a ser feito, indefinidamente, por quem não o fez até agora... Existem
erros, existiam gestores nestes setores, mas a dor não foi sentida pelas
raposas do grupo político que investigou e cuidou das galinhas pobres e
adoentadas... afinal, no dizer de Minas Gerais, quando pobre come galinha, um
dos dois está doente.
Quando mais e mais “eleitores” caírem doentes ou
mortos, talvez, e só talvez, uma outra CPI seja convocada para apontar os reais
culpados: o bisturi por bisturar; a maca por maçar, o estetoscópio por
estetocopiar, a gase, o inocente e puro algodão, todos comandados pelo esparadrapo.
Esta CPI só fez com que a Saúde perdesse mais
dinheiro, exatamente a quantia paga para que um grupo provasse que vampiros são
anjos a merecerem o céu. A nós resta o cadafalso da saúde pública, doentes e
famintos a devorar a “sopa de hospital” enquanto nossos algozes se abarrotam da
pizza que fizeram.


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